Cabalá Prática: Atribua Tudo Ao Criador

laitman_962.2A ciência da Cabalá destina-se a nos ensinar como alcançar a revelação do Criador, não apenas para revelá-Lo na mente, mas para se fundir com Ele de modo que “Todos os meus ossos dirão”, o que significa revelar a força superior em toda a percepção de uma pessoa: nas sensações e na mente, em cada célula sensorial e intelectual.

O estudo da Cabalá ocorre em três etapas. No primeiro estágio, estudamos sobre o que é a ciência da Cabalá: sobre esse mundo, sobre a natureza humana (egoísmo), sobre como o egoísmo organiza toda a nossa vida neste mundo histórica e geograficamente.

Depois, estudamos o mundo superior, a partir do topo, do primeiro ponto em que todas as criações se originam. Esta é uma realidade espiritual separada de nós. Há o desejo de desfrutar e a força oposta: a restrição, a tela e a Luz superior, o Criador, o desejo de doar. Essas duas forças podem se aproximar e interagir uma com a outra, alcançando conexão e adesão em diferentes níveis chamados de escada espiritual. Os degraus espirituais mostram como a força a superar permite que o desejo de desfrutar assemelhe-se ao poder de doação do Criador.

No início, esses dois mundos parecem estar completamente desvinculados um do outro. Existe este mundo, governado pelo egoísmo primitivo, controlando todas as partes da criação: natureza inanimada, plantas, animais, pessoas. Há também o mundo espiritual em que o desejo de desfrutar armado com a força para vencer e a Luz superior operam.

Entretanto, no terceiro estágio, dedicado ao trabalho do Criador, a pessoa estuda como deste mundo ela pode gradualmente ascender à realidade superior e assemelhar-se ao Criador. Já é sobre Ele.

Enquanto isso, ela ainda está no nível deste mundo, aproximando-se apenas da equivalência com o Criador, organizando um grupo, uma dezena, ainda sem saber o que é o mundo espiritual; isso é chamado de tempo de preparação. Em seguida vem o período de entrada na espiritualidade – trabalho espiritual prático. Nesse estágio, começamos a trabalhar não em como organizar o trabalho dentro do desejo de desfrutar, mas como superá-lo, isto é, elevar-se acima dele em direção ao desejo de doação, o poder de Bina.

Por isso, exercitamos a fé acima da razão, referindo todos os nossos estados à força superior, ao Criador. É assim que tentamos nos separar, nos distanciar do estágio do desejo de desfrutar, do sentimento e do entendimento dentro do egoísmo, e elevar-nos ao próximo nível, à fé, ao desejo de doar.

Em nossas tentativas de pular acima do desejo de desfrutar para o desejo de doar, somos como filhotes aprendendo a voar: pulando, tentando voar, mas fracassando. No final, eles conseguem e começam a pairar no ar. E assim estamos tentando saltar acima de nós mesmos. O exercício é simples: tudo que eu entendo e sinto, em minhas sensações e mente, devo me relacionar com o Criador como vindo Dele. É assim que mudo o poder do Faraó para o poder do Criador.1

Sem coletar o público externo ao nosso redor e anexá-lo a nós, não seremos capazes de nos elevar. Nós devemos estar conectados com todos, como está escrito: “Eu habito entre o meu próprio povo”. É através de AHP, os círculos externos, que o Criador é revelado se não os negligenciamos por orgulho e egoísmo, mas cuidamos deles. Afinal, cuidar de pessoas equivale a cuidar do Criador. O Criador habita nas pessoas e, se tratarmos as pessoas como a morada do Criador, seremos capazes de alcançar o mundo superior, a fé acima da razão e todos os níveis espirituais.2

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá, 11/02/19, “Aumentar A Grandeza Do Criador Aos Nossos Olhos” (Preparação para a Convenção Mundial de 2019)
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