“O Que 2019 Reserva Aos Judeus?” (Times Of Israel)

O The Times of Israel publicou meu novo artigo: “O Que 2019 Reserva Aos Judeus?

2018 foi um bom ano para os judeus. Essa afirmação pode parecer contradizer os fatos à luz do antissemitismo desenfreado que explodiu basicamente em todos os cantos do mundo, mas a emergência do mal pode ser transformada em uma oportunidade de consertar o que está quebrado, ser vista como um despertar para construir um cenário completamente novo e um futuro mais promissor para todos. No entanto, esse resultado depende unicamente de nós, os judeus.

Em outubro, os Estados Unidos sofreram o ataque mais mortal contra uma comunidade judaica na história dos EUA na sinagoga Tree of Life (Árvore da Vida), na tranquila Pittsburgh. Em outras cidades americanas, como Nova Iorque, a polícia relatou mais crimes de ódio contra os judeus do que contra todos os outros grupos-alvo combinados. Dos 352 crimes de ódio relatados durante o ano passado pelas autoridades, 183 foram considerados incidentes antissemitas, incluindo ataques físicos não provocados e vandalismo contra locais de culto judaicos.

Na Europa, uma extensa pesquisa da CNN revelou o que sabíamos, mas nem todos queriam admitir, que o antissemitismo na Europa continua inextricável: é profundamente enraizado e difundido. A pesquisa da CNN entrevistou mais de 7.000 pessoas na Áustria, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Hungria, Polônia e Suécia. Aproximadamente 1 em 4 disse que os judeus têm muita influência nos negócios e finanças, na mídia e em conflitos e guerras ao redor do mundo.

O fanatismo contra os judeus muitas vezes se transforma em ameaças e ações. No ano passado, vestir kipá em Paris ou Berlim, entre outras cidades europeias, já não parecia seguro. Alguns judeus se sentiram compelidos a parar de usá-los para evitar possíveis ataques. As comunidades judaicas no Velho Continente expressaram medo de ataques físicos, de acordo com um estudo recente conduzido pela União Europeia. A pesquisa também destacou o fato de que os sentimentos de ódio contra os judeus alcançaram um recorde em toda a região.

O antissemitismo exposto em 2018 pode ser comparado a uma consulta médica em que se recebe um diagnóstico desconfortável, mas completamente tratável. Ninguém fica feliz em descobrir uma doença, mas sem o diagnóstico, não pode haver tratamento para a doença. Portanto, uma avaliação precisa é o início de uma cura, possibilitando o tratamento que abre a porta para a saúde total.

Assim, vamos usar o diagnóstico de antissemitismo intratável para melhorar o prognóstico para 2019, aprofundando o assunto. Qual é a razão da animosidade do mundo em relação aos judeus?

A sabedoria da Cabalá explica o antissemitismo como um sintoma de um problema mais profundo: a falta de unidade entre o povo judeu. Como Rav Yehuda Ashlag escreveu em seu artigo “A Nação”:

“É claro que o imenso esforço exigido de nós na estrada acidentada à frente requer uma unidade tão forte e sólida como o aço, de todas as facções da nação, sem exceção. Se não saímos com fileiras unidas para as poderosas forças que estão no nosso caminho, estamos condenados antes mesmo de começarmos.

O dever do povo judeu e sua razão de existir é ser uma luz para as nações, para influenciar o mundo através da sabedoria e da unidade, não pelo poder. Quando nós, judeus, evitamos essa tarefa, o mundo sente que os impedimos de alcançar a plenitude e a realização, que se manifesta como antissemitismo irracional e cruel para nos pressionar a fim de cumprir nossa missão.

Como Rav Moshe Chaim Lozzatto (Ramchal) escreveu em Ensaios dos Princípios:

“Você deveria saber… que a Criação como um todo não será completada até que toda a nação escolhida seja organizada na ordem certa, completada em todas as suas decorações, com a Shechinah [Divindade] aderida a ela. Consequentemente, o mundo alcançará o estado completo … Devemos chegar a um estado em que a nação seja totalmente complementada em todas as condições exigidas, e toda a Criação receba sua inteireza, e o mundo será estabelecido permanentemente no estado corrigido.”

Agora que identificamos a causa raiz do antissemitismo, cabe a nós transformar 2019 em um ano de restauração para a nação judaica em uma unidade inteira e amalgamada. Tal restauração unificadora é capaz de criar um campo magnético que possa atrair a força positiva da natureza e irradiá-la para o mundo inteiro. Tal ato é capaz de trazer tranquilidade e felicidade entre o povo judeu, que se espalharia para a humanidade e retornaria novamente para nós. É minha esperança que consigamos realizar esse autoexame e avançarmos na direção de realizar nosso papel no mundo ao longo de 2019.