Um Passo Para A Esquerda, Um Passo Para A Direita = Um Passo À Frente

laitman_962.4Construir novos órgãos de percepção para revelar o mundo espiritual significa construir conexões entre nós dentro das quais podemos revelar o Criador e, assim, doar-Lhe prazer. Essa nova percepção é chamada de “fé acima da razão”, o grau de Bina, doação, uma intenção altruísta.

Preparando-nos para tal correção, o Criador gradualmente oculta os mundos espirituais, baixando-os para o nível deste mundo onde o ser criado pode existir, e divide a alma comum em muitas partes. No início da correção, devemos estabelecer conexões no nível material, isto é, egoisticamente, dentro da razão. Depois, é necessário se elevar acima dele de modo que todas as nossas conexões não sejam egoístas e procedam não do desejo de receber prazer, mas da natureza da doação.

Simultaneamente, não destruímos nosso desejo de desfrutar; pelo contrário, nós o utilizamos toda vez como um exemplo, chamado de “linha esquerda”, e construímos o oposto acima dele, a linha direita, o desejo de doação.

Acontece que é impossível elevar-se ao grau de amor e doação até que o ódio, a rejeição, a divisão e o egoísmo, em todas as suas formas, sejam revelados. Acima de tudo isso, construímos a linha direita: unidade, amor, conexão e compreensão mútua, como está escrito: “O amor cobre todas as transgressões”. Se não houver transgressões, não há amor. Deve haver ambos, um após o outro, um passo para a esquerda e um passo para a direita.

Primeiro, devemos revelar uma deficiência no lado esquerdo e, a partir dessa deficiência, entenderemos qual deve ser seu oposto, já que não há Luz exceto aquela que emerge da escuridão e podemos construir a linha direita, a conexão correta.

Atualmente, não sabemos qual é a conexão correta. Ela não tem pré-requisitos. Portanto, só precisamos seguir o conselho dos Cabalistas porque somente desta maneira podemos construir novas conexões entre nós, que serão consideradas espirituais. Nessas conexões especiais, descobriremos o poder de doação e amor chamado “o Criador”.

Este é o trabalho da pessoa. Todos os nossos estudos são uma preparação para a realização prática, para construir conexões em um nível diferente, de acordo com uma natureza diferente de doação na qual não há uma gota do desejo egoísta que nos rege hoje.

Atualmente, não sabemos o que é o desejo de doar. Não importa quantas vezes nos forcemos, não vamos extrair nada além do egoísmo. No entanto, em essência, tudo é muito simples: só precisamos assemelhar nosso desejo ao desejo do Criador. Se tentarmos entrar no desejo do nosso próximo e colocá-lo acima do nosso próprio egoísmo, tornando-o mais forte e mais importante do que o nosso próprio desejo, apesar de ser oposto ao nosso interesse pessoal, podemos aprender a substituir uma natureza por outra. É assim que seremos capazes de entender o que significa superar a nós mesmos e ir além de nossa opinião, nossos sentimentos e nossa mente.

Meus próprios sentimentos e mente permanecem, mas, além disso, eu adquiro o coração e a mente de meus amigos, do grupo. Eu sigo meus amigos com os olhos fechados porque não posso verificar e comparar seus desejos com os meus. Você só tem que dar a “última camisa” ao seu amigo, isto é, o desejo dele deve determinar todas as minhas ações.

Eu uso meu corpo como uma máquina dentro da qual o desejo do grupo opera. É assim que avançarei até descobrir que este é o desejo do Criador que já está em mim, guiando-me. Ao realizar as ações, vou começar a alcançá-lo porque é o Criador que age dentro de mim. Se eu der a Ele esta oportunidade através da minha livre escolha, revelarei Sua natureza, Seu caráter, Seu programa, Sua abordagem dentro dessas ações, e me tornarei como Ele. Assim, alcançamos uma fusão com a força superior e o Criador está vestido na criação.

Chegou a hora de se envolver de forma prática neste trabalho com mais seriedade e intensidade. Espero que já tenhamos dado o primeiro meio passo à frente.1

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá, 04/11/18, Lição sobre o Tópico: “O Trabalho Dentro Da Razão E O Trabalho Acima Da Razão”
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