Força Na Conexão

laitman_260.01No trabalho da dezena, não basta simplesmente se aproximar para unir. Precisamos nos conectar de tal forma que nenhum diferença seja sentida entre a pessoa e o grupo, e você não sinta a si mesmo de forma alguma, mas apenas a unidade da dezena como um todo. Este é o significado de se dissolver na dezena.

É claro que esta ação só pode acontecer através da ação da Luz que Reforma. Mas a Luz age apenas em resposta a nossa demanda. Nada acontece por si só porque não há coerção na espiritualidade: nem na relação de um indivíduo para com os outros, nem do superior para com o inferior. Só se pode despertar, o que só é possível de maneira indireta.

Ninguém é coagido a alcançar a qualidade de doação. Mesmo que isso já seja o que queremos – sermos forçados e ensinados contra a nossa vontade rapidamente – isso não acontecerá. A força superior não se comporta dessa maneira porque ela não pode nos privar de nosso livre-arbítrio, sem o qual é impossível alcançar a realização completa. Tudo é organizado para nos levar à unidade verdadeira e completa.

É por isso que recebemos apenas dicas que apontam para a conexão, e mesmo essas são indiretas. Devemos tentar notá-las. 1

Como resultado da conexão, cada um recebe força de todos os outros. Isso é apenas no primeiro nível, onde cada um recebe força da dezena. No segundo nível, com essa força, ele se conecta novamente com todos e recebe dez vezes mais; no terceiro nível, novamente dez vezes mais, etc. Cada vez que multiplicamos tudo, multiplicamos nossas forças, mas tudo isso depende apenas de nossa disposição de nos anularmos perante o grupo. 2

Em nosso mundo, um indivíduo cai facilmente sob a influência da sociedade. Quer queira ou não, ele aceita as opiniões da sociedade através da mídia e da publicidade. Quanto mais ele segue as opiniões da sociedade, mais confiante se sente, porque pensa como todo mundo.

No entanto, no trabalho espiritual, tudo é o inverso: um indivíduo não tem desejo de se conectar ao grupo. Ele não acha que isso lhe dará confiança, não acha que o egoísmo obterá algo disso. Ele sempre tem que trabalhar para se superar, até mesmo para se conectar com os amigos um pouquinho. Ele não vê nenhum benefício egoísta em substituir as opiniões deste mundo pelas opiniões de um pequeno grupo Cabalístico. 3

Um exercício Cabalístico é se desprender de todos os seus desejos: comida, sexo, família, dinheiro, honra, conhecimento e trazê-los todos para o Criador. Visto que, obviamente, é Dele que vem a Luz que desperta em mim o desejo por todas essas realizações. E é como se eu rejeitasse essa influência, refletindo a Luz que desencadeia tais motivações em mim, tais desejos. Eu fico com um desejo geral de realização, sem características ou aspirações concretas. Eu rejeito todas as formas concretas de satisfação, como se removesse minha camada externa de mim mesmo e a devolvesse ao Criador. 4

Nós precisamos descobrir e passar a desprezar as qualidades que impedem nossa conquista da unidade, que nos distanciam dela. Se eu as desprezar seriamente, de maneira concentrada, correta e conscientemente, esse ódio me distanciará dessas qualidades e até mesmo as impedirá de ajudar a unidade.

O ódio deve servir à correção, isto é, deve ser pensado, ponderado e direcionado a qualidades específicas. O ódio, o desgosto e a repulsa devem me ajudar a transformar a rejeição em conexão; em outras palavras: “o amor cobre todas as transgressões”. 5

A vergonha surge quando me comparo com os amigos, com o Criador, e descubro uma enorme diferença entre nossos estados, nossos níveis. A vergonha é consequência do meu atraso, da minha fraqueza, que sou possivelmente capaz de evitar. Para um recém-nascido, nada é vergonhoso. Se há algo que eu não entendo, então não tenho vergonha: “Vá ao artesão que me criou”.

A vergonha surge apenas quando está claro para mim que eu poderia ter me conectado com os amigos, poderia ter feito algo para trazer benefícios para o grupo, mas eu não fiz. A vergonha é revelada no lugar onde eu não fiz esforço suficiente. Mas se é um resultado das qualidades dadas a mim pelo Criador, então eu não sinto vergonha. A vergonha só é sentida como resultado do meu dano, e é o meu esforço insuficiente. 6

Nós sempre temos a oportunidade de nos voltar ao Criador e pedir. Mas a reação pode parecer completamente inexistente, ou pode ser negativa ou positiva. Mas se eu quiser avançar mais, devo expressar gratidão por tudo que recebo. Mesmo tendo sentido uma reação negativa ou nada, devo agir como se tivesse recebido a resposta desejada.

Afinal, o pedido constrói um vaso espiritual (Kli) em nós. O Criador não precisa do meu pedido. Eu preciso dele! O pedido desenvolve meu desejo, minha necessidade, e é por isso que “uma oração” significa “julgar a si mesmo”.

Há sempre uma reação, só que não a sentimos, não a valorizamos, porque ela não vem onde esperamos, mas em um lugar diferente. A reação ocorre sem falhas porque trabalhamos contra um sistema, não contra uma força material, e o sistema não pode ter pena de nós ou simplesmente nos ignorar.

A resposta sempre vem, só que não a percebemos porque ela está em um lugar diferente, em qualidades diferentes, em um tempo diferente e porque não é imediata. Mas não duvide que a cada momento nós exercemos uma influência na realidade. E se fizermos isso conscientemente, a influenciamos muito mais poderosamente. 7

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/04/18, Lição sobre o tema “Dissolver-se na Dezena” (Preparação para a Convenção “Todos Como Um” em Nova Jersey 2018)
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