Conectando-se Através de Nossas Diferenças

laitman_212O sucesso depende da conexão com o grupo, já que o ambiente nos fornece muitos discernimentos internos que não precisamos mais experimentar sozinhos. Isto é porque cada um de nós inclui todos dentro de si, e se eu estou conectado a outros dez amigos, eu absorvo todos os estados pessoais de cada amigo. Assim, eu avanço.

Nossa conexão não apenas nos poupa tempo, sem ela eu nunca alcançarei o nascimento espiritual. Começando com uma única gota de sêmen, o crescimento do corpo ocorre através da multiplicação de células e sua conexão com o outro. Nós chamamos isso de desenvolvimento ou crescimento. Tudo depende das conexões entre nós.

É bom que todos nós sejamos diferentes, percebendo, compreendendo e reagindo de maneira diferente. Isso nos dá a oportunidade de sermos incluídos uns nos outros acima de todas as diferenças, formando assim um vaso integral – o desejo comum, que é organizado de uma maneira muito complexa, de múltiplas camadas, pronto para receber a Luz superior. Afinal, a revelação do Criador não pode ocorrer em um desejo individual: é muito primitivo, unidimensional e plano.

Portanto, nós conectamos muitas qualidades diferentes e opostas juntas. A partir dessa diversidade de conexões e qualidades interconectadas (que desejam preservar sua singularidade enquanto também estão sendo conectadas, independentemente de suas diferenças), nós criamos um vaso espiritual complexo, digno de revelar o Criador.

É por isso que nossa conexão mútua é tão importante; esta conexão é o que constrói o vaso espiritual (Kli). O Criador, a Luz superior, preenche todo o espaço. O problema está apenas em como chegar à equivalência com a Luz a partir do nosso desejo egoísta, e como aceitar isso de acordo com a equivalência de nossas qualidades.

Isso é conseguido exatamente através da multidão de qualidades contraditórias que, apesar de todas as diferenças, estão conectadas umas às outras com um objetivo comum: revelar o Criador dentro da nossa conexão. Nossa conexão com o outro é chamada de “Criador” (Bore), que significa “venha e veja” (Bo-Re).

Portanto, nós devemos valorizar a preparação que a natureza criou, isto é, a quebra da alma comum e a possibilidade de unir diferentes desejos em prol de um objetivo: a revelação do Criador. Nossa unidade nos permite criar a forma de conexão que será chamada de Criador.

Da 1ª Parte da Lição Diária de Cabalá 18/03/18, Escritos do Rabash – Ensaios, Vol. 2, Artigo 19, “Vinde ao Faraó”