Feriados Da Perspectiva Da Cabalá

Laitman_506.1Pergunta: Como os feriados de outono – Rosh HaShana (Ano Novo), Yom Kippur (Dia do Julgamento) e Sucot – são explicados na perspectiva da Cabalá?

Resposta: Todo o nosso trabalho reside na necessidade de coletar e reconectar os fragmentos quebrados de um sistema destruído chamado Adão de volta a um todo unificado. Havia um sistema, uma alma, um mecanismo, um desejo, e depois esse desejo se transformou em uma multidão de partes. E nós precisamos coletar todos esses desejos em um desejo geral do jeito que era antes de sua quebra. Essa é a nossa principal tarefa. Isso significa que uma pessoa que contribuiu ou não com algum tipo de esforço para essa tarefa durante o ano passado deve se examinar.

Este autoexame é o propósito da semana anterior ao Ano Novo, durante a qual devemos pensar em como passamos o ano passado, em que medida contribuímos para criar o bom tipo de fundamento para que a humanidade se unisse em amizade, amor e garantia mútua entre si. É uma avaliação do que ainda tenho de concluir, e é chamado de Slichot, traduzido como “perdão”. Não precisamos do perdão de ninguém, apenas de nós mesmos: onde eu briguei, onde não dei o suficiente, onde não julguei corretamente, etc.; tudo isso é com respeito ao nosso esforço na criação da unidade entre as pessoas. Eu me examino: Eu tive a oportunidade? Que tipo e como a realizei?

Após este autoexame, o Ano Novo começa. Ano novo significa que eu começo um novo ciclo do calendário a partir de um determinado dia. Esse dia é chamado de nascimento de Adão. Em outras palavras, o Ano Novo que celebramos é o dia em que Adão nasceu.

Mas o que significa nascer? Outrora existiu uma pessoa que de repente recebeu um despertar: todo o panorama do sistema de controle de nosso mundo e a necessidade de se unir se revelaram. Tudo isso ela descreveu no livro Raziel HaMalach (Anjo Secreto). Após ela, os alunos continuaram a perseguir essa revelação, e assim por diante, até hoje.

É por isso que celebramos o dia do surgimento da primeira pessoa em nosso mundo que revelou esse sistema de conexão entre as pessoas, como devemos estar interligados e como podemos conseguir nossa correção e chegar à unidade. Então, depois de decidirmos que é assim que escolhemos agir, começam os dez dias que sucedem o Ano Novo, levando ao Dia do Julgamento, quando examinamos com precisão cada uma das dez Sefirot de nossa alma, cada dia focado em uma Sefira específica, e começamos a determinar o quanto ainda temos que fazer e onde ainda precisamos nos corrigir.

Depois, começa um período de 24 horas, chamado Dia do Julgamento, quando devemos avaliar o nosso comportamento e revelar o ódio que mantemos uns pelos outros, nossa rejeição mútua. Nós precisamos pedir perdão um ao outro; precisamos realmente nos aproximar para que esse perdão não seja apenas uma formalidade, mas seja realmente proveniente de um coração limpo. O Dia do Julgamento é um dia em que tentamos penetrar todos os cantos, todos os lugares escondidos do nosso egoísmo, e o puxamos para fora, prometendo corrigi-lo e chegar a unidade entre nós.

Depois disso, nós temos cinco dias correspondentes as cinco Sefirot: Keter, Hochma, Bina, Zeir AnpinMalchut, e daí o feriado de Sucot começa. Sucot é o momento em que começamos a receber a correção da Luz Circundante (Ohr Makif), que brilha sobre nós através do telhado que construímos de ramos verdes de plantas.

Nós ficamos sentados nesta sucá por sete dias, permitindo que essa Luz atue sobre nós, até a conclusão, através de Hesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod, YesodMalchut. E todos os dias celebramos a correção de cada Sefira de nossa alma, que é o resultado da ação da Luz Circundante.

Quando corrigimos completamente a nossa alma, ela pode receber a Luz superior. É por isso que esse dia é chamado de feriado da Torá, isto é, o feriado da Luz. É assim que concluímos o ciclo completo das férias de outono.

Nós aprendemos sobre a maneira como devemos agir, como a nossa alma é construída, e quais as correções que ela passa a cada momento. Uma grande quantidade de literatura é dedicada a isso. E tudo isso é descrito em leis físicas específicas do nosso mundo interior.

Da Lição de Cabalá em Russo, 25/09/16