Altruísmo: A Lei Básica Da Natureza

Laitman_712_03Nós estamos dentro do sistema especial chamado “natureza” ou “Criador”, que é a mesma coisa. Esse sistema é fechado, perfeito e constante, e a humanidade recebe reações e influências dele e se desenvolve cada vez mais.

O sistema age em nós, tentando nos trazer em conformidade a ele, para que sintamos, alcancemos e nos tornemos semelhantes à natureza, tornando-nos conscientemente suas partes integrais ativas, de acordo com a nossa decisão e o nosso trabalho.

Uma pessoa deve se tornar um mestre desse sistema: todas as pessoas como uma única criatura. Para nos tornarmos tão perfeitos quanto o sistema da natureza, devemos nos conectar como um só homem.

Doação um ao outro, conexão e apoio mútuo, até “amar o próximo como a si mesmo”, é a lei do único sistema no qual existimos. Esse sistema funciona em nós para nos levar ao seu estado.

Portanto, a lei sobre amar o próximo é uma lei imperativa de desenvolvimento que age sobre nós, independentemente do nosso desejo ou relutância. A sabedoria da Cabalá nos ensina como cumprir essa lei para que o avanço vá por um bom caminho, de acordo com o consentimento mútuo do Criador e da criatura. Então nosso desenvolvimento será rápido e agradável.

Através de um caminho bom ou mau, mais cedo ou mais tarde nós ainda avançamos, chegando mais perto das qualidades do sistema da natureza. Nós vemos que o mundo está mudando o tempo todo, cada vez revelando estados mais avançados para finalmente cumprir a exigência compulsória. O altruísmo, a conexão geral acima de todas as diferenças, é a lei básica da natureza, por isso deve ser realizado entre as pessoas também.

A matéria inanimada, as plantas e os animais existem sem liberdade de escolha, mas uma pessoa deve entender essa lei e concordar com ela, de tal forma que, mesmo que tenha a oportunidade de escolher outra coisa, prefere essa lei altruísta de conexão completa com outros.

O altruísmo é o estado final da evolução da natureza a que iremos chegar. Ao longo do caminho, nós sempre passamos por dois estados, duas linhas. Nós entramos na linha esquerda, sofrimentos e problemas, e depois entendemos que é necessário se conectar e correr para a linha direita.

A humanidade se move dessa maneira: às vezes surgem regimes brutais, e outras vezes regimes mais bondosos e misericordiosos. Uma e outra vez o mal e o bem se substituem, até que, finalmente, depois de todos esses sofrimentos, possamos dizer “basta!” e sermos capazes de se unir completamente.

Pergunta: Por que a reação do sistema no comportamento humano é tão complicada e não-linear? Uma nação não age de forma integral, e o sistema atinge outra nação. Tudo é tão confuso que é difícil avançar.

Resposta: Na verdade, o avanço não é realizado de acordo com a nossa compreensão e sentimento, mas de acordo com a razão e o sentido do grau superior chamado “fé acima da razão”. Afinal, nós avançamos devido às forças superiores da natureza. Por que ele organizou tudo isso de modo que não podemos ver nada nesse caminho?

Os Cabalistas explicam que se tivéssemos a oportunidade de ver tudo, nunca subiríamos ao grau superior. Nós estenderíamos somente os horizontes materiais em nosso grau.

No entanto, a fim de ascender ao próximo nível, é necessário mudar o nosso programa de trabalho interno, os nossos desejos, intenções e pensamentos. Isso é impossível de fazer permanecendo no mesmo sentido e razão. Nós precisamos receber força do alto e melhorar constantemente a nós mesmos com a sua ajuda.

Não podemos receber desenvolvimento espiritual adicional com as ferramentas que temos atualmente. É possível receber desenvolvimento material porque isso acontece no mesmo nível. Há pessoas inteligentes e estúpidas, fortes e fracas, bem sucedidas e perdedoras, mas tudo isso não está relacionado ao desenvolvimento qualitativo.

O desenvolvimento qualitativo é a transição para o próximo nível, como a diferença entre os níveis inanimado, vegetal e animal, ou entre um peixe, um besouro, um cão e um homem. Isso significa que esse é um desenvolvimento qualitativo na percepção da realidade, ou para ser mais preciso, na aproximação à força superior que controla tudo.

Tal desenvolvimento assume a renúncia do seu grau atual para ser incluído cada vez mais no grau superior. Portanto, não podemos realizar a ascensão qualitativa por nós mesmos. Não podemos entender o grau superior antes de subirmos até ele porque ele está acima de nós. Nós não o sentimos.

Uma pedra não pode sentir como uma planta vive. Há uma conexão entre os graus, mas não no sentido e na razão. Precisamente ao anular o meu sentido e razão, eu posso receber algum tipo de antecipação do próximo grau.

Assim como uma pedra não pode sentir uma planta e uma planta não pode sentir um animal, uma pessoa também não pode sentir a força superior. Somente se trabalharmos para nos aproximarmos dela causamos sua reação e finalmente estaremos em contato com ela.

Pela primeira vez na história, o ser humano começa a subir a escada da natureza, do nosso mundo ao mundo superior. A diferença aqui não é a mesma que entre uma pedra e uma planta, mas muito mais qualitativa.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/01/17, Lição sobre o Tópico, “Mismah Arosa“, (Documento de Arosa)