Onze Anos Após Arosa, Parte 4

laitman_283_01A principal coisa hoje é reconhecer que há uma crise e entender que não se trata apenas de destruição, mas do nascimento de uma nova humanidade.

Do folheto “A Crise E Sua Solução” (Fórum em Arosa, 2006)

Egoísmo – Toda a Matéria no Mundo

Toda matéria constitui diferentes medidas do desejo de ser preenchido com poder, vida e prazer. A magnitude do desejo a ser preenchido cria vários níveis na natureza: inanimado, vegetal, animal e humano, e determina todos os processos que ocorrem neles.

Toda a natureza – inanimada, vegetal, animal e humana – deve ser considerada como um todo. Recentemente isso está sendo cada vez mais revelado em nosso mundo devido à pesquisa científica e toda a experiência de vida. A natureza de cada matéria é seu egoísmo e o desejo de existir à custa dos outros.

É a lei da natureza que não pode ser evitada. Nós só precisamos verificar como essa lei opera, o que está quebrado nela, e por que não podemos alcançar a conexão correta. Nós estamos totalmente à mercê das leis da natureza sem nenhuma saída? Podemos apenas aceitar o fato de que cada um devora o outro, ou ainda é possível corrigir isso?

Peculiaridades do Egoísmo Humano

Com exceção do homem, toda a natureza consome somente o que precisa para sua existência. O homem deseja mais do que precisa em comida, sexo, conforto físico e especialmente em desejos que são inerentes somente a ele: riqueza, poder, honra, fama e conhecimento.

O egoísmo humano está crescendo continuamente, hiperbolicamente. Seu crescimento estimula e determina o progresso da humanidade, mas ao mesmo tempo, conduz a um beco sem saída, a uma crise global.

Com o egoísmo dominando o homem, ele o priva de instintos que garantem sua sobrevivência. O egoísmo que cresce nos níveis inanimado, vegetal e animal se desenvolve corretamente para sustentar a existência da espécie. No entanto, o egoísmo que se desenvolve do nível de um macaco em direção ao ser humano começa a destruir a espécie humana. Afinal, as pessoas não se preocupam apenas com as necessidades da sua existência, mas com os excessos que sempre vêm à custa dos outros.

Se nós vivemos na natureza integral, no sistema fechado, ao tomarmos demais para nós mesmos, além do que é necessário para a vida, roubamos dos outros, do sistema geral. Não importa se sabemos disso, ou agimos inconscientemente; de qualquer forma, prejudicamos o sistema.

Portanto, todo o desenvolvimento dos seres humanos na Terra foi, de fato, egoísta, a partir do desejo de usar o ambiente além de suas necessidades naturais.

Isso significa que o comportamento humano é definido por leis completamente diferentes em relação à natureza inanimada, vegetal e animal. O egoísmo humano não tem limites e quando vê algo que o outro tem, imediatamente começa a querer o mesmo, mesmo que não precise.

Isso não acontece com os animais; eles são totalmente indiferentes uns aos outros e só sentem suas próprias exigências. No entanto, o ser humano difere dos animais exatamente por seu desejo excessivo que não pertence ao nível animal. Nós estamos falando desse excesso, por que ele foi dado a nós e como usá-lo corretamente.

O problema de uma pessoa é que ela não se associa com o sistema geral, não considera a Terra como seu lar e a humanidade como sua família. Ela simplesmente não é capaz de tal atitude por causa de sua natureza egoísta; isso requer uma educação integral.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/01/17, Lição sobre o Tópico, “Mismah Arosa“, (Documento de Arosa)