O Que A Torá Nos Diz?

laitman_527_07É impossível entender o texto da Torá diretamente. Portanto, as religiões e todas as suas distorções surgiram de suas interpretações errôneas, e nos fazem pensar que devemos cumprir seus preceitos em nossas vidas corpóreas.

E a Torá diz que o grupo criado por Abraão desceu ao Egito, ou seja, eles começaram a sentir um egoísmo maior.

Depois decidiram sair do egoísmo, subir acima dele, que é chamado de êxodo do Egito. Eles estão prontos para se conectar entre si para superar seu egoísmo, ou seja, aceitam a condição da garantia mútua.

No entanto, para cumprir essa condição e começar a corrigir o egoísmo, realizando-o na direção da doação e do amor, ainda precisamos da força superior chamada Torá, que significa Luz. E eles a recebem. A Luz deve entrar em seus desejos egoístas e, portanto, eles inevitavelmente constroem o bezerro de ouro.

Moisés é a parte que os une, os eleva acima do monte Sinai, ou seja, a montanha do ódio. Ele divide essa Luz e entra em seus desejos chamados de bezerro de ouro, derrete-os e recebe a mistura de desejos egoístas mútuos muito fortes, dentro dos quais existe a Luz Superior.

Agora eles podem começar a trabalhar com essa mistura terrível, extraindo gradualmente as partes necessárias dela e conectando-as no sistema correto.

Isso ocorre quando Moisés desce do Monte Sinai pela segunda vez com as novas Tábuas da Aliança em Yom Kippur (o Dia da Expiação), dez dias depois de Rosh HaShanah (Ano Novo), ou seja, após a realização da convulsão interna e da entrada de objetivos, pensamentos e forças completamente diferentes para a correção: a existência de um novo sistema.

Em outras palavras, em dez dias, ou seja, em dez Sefirot depois de Keter, eles alcançam Malchut e atingem completamente o sistema onde eles existem. Portanto, no Yom Kippur eles julgam a si mesmos, compreendendo o que precisam fazer e decidindo como continuar a existir. E a verdadeira correção começa após o Dia da Expiação.

As primeiras Tábuas da Aliança são a sólida Luz de Hochma, a Luz mais forte, que finalmente deve preencher todos os desejos e alcançar o estado do mundo do Infinito, realização infinita. Elas simbolizam o Tzimtzum Aleph (a primeira restrição).

As Segundas Tábuas da Aliança são construídas sob a condição do Tzimtzum Bet (a Segunda Restrição) quando podemos completamente, destemidamente, sem cometer erros, nos corrigir, porque a Luz Superior vem até nós não com a mesma força da primeira vez, e nós começamos a sentir que desejos podem ser conectados entre si e como podemos nos corrigir corretamente.

Em outras palavras, as Segundas Tábuas simbolizam o estado de pequenez, durante o qual corrigimos nossa natureza através de ações graduais. Todo o vagar pelo deserto fala exatamente desse caminho.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 31/8/16