“Islã Francês”

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (France24): ” O Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, realizou segunda-feira um dia de conversações sobre o lugar do Islã na França em um esforço para integrar melhor a religião com os ‘valores da República’, na sequência de uma disputa sobre o maiô burkini de corpo inteiro.

“Cazeneuve disse ao jornal La Croix antes da reunião de segunda-feira que ele pretende criar uma fundação para ajudar a promover ‘um Islã da França’ que respeite os valores seculares franceses.

“A fundação vai financiar projetos de educação e culturais e de formação não-religiosa de imãs, como aulas de história da religião, disse ele”.

(Financial Times): “Compromisso nunca foi o forte de Jean-Pierre Chevènement: há mais de quatro décadas na política francesa, ele renunciou três trabalhos ministeriais diferentes depois de discordar com a linha do governo. Ainda assim, o presidente François Hollande tem confiado ao político de 77 anos de idade uma missão altamente delicada: acabar com a confusão inquietante da França sobre o Islã, a segunda maior religião do país.

“Mr Chevènement insiste que não vai lidar com assuntos religiosos. Em vez disso vai presidir o estabelecimento de uma nova fundação para o Islã, cujo objetivo será o de ‘construir um Islã da França respeitoso dos valores republicanos’, de acordo com Bernard Cazeneuve, ministro do Interior. A fundação apoiada pelo Estado vai financiar pequisas educacionais e projetos culturais. Ela também vai oferecer treinamento sobre o Estado de Direito, o sistema secular da França, conhecido como laicidade e da igualdade de gênero. Uma organização religiosa separada será criada para treinar imãs.

“‘A idéia é aproximar o islã e a França’, diz o Sr. Chevènement. ‘É uma espécie de cozinha à francesa’”.

Meu Comentário: Em princípio, essa tendência existe em cada nação. Se estamos falando do Islã como uma das três religiões do mundo, em um país com uma população muçulmana predominante, eles precisam ser educados, compreender, conhecer a história, a geografia, o povo, as pessoas bem adaptadas a essa questão, não terroristas por natureza e a extrema esquerda e direita. Eles precisam saber o Alcorão e outras religiões profundamente.

Pergunta: Essas pessoas educadas não vão ter medo dos terroristas?

Resposta: O fato é que a maioria das pessoas não concorda com os terroristas. Elas falam sobre isso e vivem. Não podemos nos limitar e não viver.

Pergunta: Você vê um futuro para o Islã moderno?

Resposta: Certamente. Esse é um imperativo. Eu me pergunto por que isso não foi feito antes. Se 10% da população de um país é muçulmana, é necessário entrar neste estrato. Só agora é que temos percebido a necessidade disso, porque o Islã era autosuficiente e não havia nenhuma obrigação de se envolver com ele. Mas agora um processo de educação obrigatória será incentivado pelo Estado, e isso é muito bom.

Ao mesmo tempo, haveria algum tipo de camada inteligente, mantendo um estreito contato com todas as outras culturas e religiões e seu lugar nelas.

Através dessas pessoas, será possível trabalhar com o Islã, apelar a alguma coisa, ou argumentar “Esse professor da Sorbonne ou da Universidade de Lyon pensa de forma diferente”. Apesar de hoje haver poucos que se consideram professores, mas ao mesmo tempo, deve haver um ele com islamitas acadêmicos, conhecedores, e então podemos de alguma forma atenuar a situação.

No entanto, os extremistas islâmicos radicais não irão considerar ninguém. Tudo isso não faz diferença para eles. Do seu ponto de vista, muçulmanos como esses são ainda maiores inimigos.

De KabTV “Notícias com Michael Laitman” 31/08/16