Um Golpe Na Turquia

laitman_272Comentário: O golpe que ocorreu na Turquia no dia 15 de julho foi suprimido no dia seguinte. 194 pessoas foram mortas, incluindo 104 rebeldes. 2.839 das pessoas que participaram foram presas; entre elas estavam os juízes e oficiais militares.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, invocou o estado de emergência e recebeu carta branca. Mesmo a oposição diz que esse é um cenário pré-planejado.

Resposta: Eu concordo totalmente. Parece que as coisas funcionaram para ele, e todo o evento foi gerido de forma muito fácil e livre.

Pergunta: Especialistas estratégicos acreditam que o golpe poderia ter ocorrido dse qualquer forma, já que a Turquia está profundamente dividida. As pessoas simples apoiam o Islã, enquanto os militares e a nobreza apoiam a república. Essa situação começou a separar cada vez mais o Estado.

Resposta: O problema é que a Turquia está localizada no ponto onde a Europa e a Ásia se encontram. Ela não pertence a nenhum dos lados. É Istambul ou Constantinopla?

Este antigo debate já se arrasta desde a época bizantina, e não como escapar dele. Os turcos não podem ficar com um pé na Europa e um pé na Ásia.

A oposição entre a Turquia e a Europa que existia no passado, ainda existe hoje e existirá no futuro, e na medida em que o presidente Erdogan tenta apagar a memória de Mustafa Kemal Ataturk, o fundador da república turca, essa oposição continuará a crescer já que não como diminuir essa diferença. É importante notar, porém, que ele não vai sobreviver sem o apoio da Europa.

Por um lado, o presidente Erdogan não pode seguir o exemplo dos Estados Árabes no Oriente Médio, não há nada de bom nisso. Por outro lado, ele está inclinado fortemente a dividir o Islã, que apela a uma ação militar, e há muitos como ele.

Pergunta: Você descreve Erdogan como uma pessoa que está dividida entre essa oposição. Eu sinto que você simpatiza com ele.

Resposta: Erdogan não está dividido. Ele quer ser um líder, um sultão, no sentido pleno da palavra. Erdogan quer ser um santo: um santo em governar o estado, um santo religioso, e um santo que é um ativista político deste enorme Estado.

Ele sofre do complexo de Napoleão. Mas isso ultrapassa suas habilidades, e ele não é o homem certo para o trabalho. As pessoas nas grandes cidades não vão apoiá-lo.

Os intelectuais turcos, que basicamente compartilham valores europeus, não serão capazes de suportar isso, de modo que estamos prestes a testemunhar anos difíceis de conflitos internos e externos entre a Turquia e a Rússia, Israel e os Estados Árabes, bem como com a Europa e a América.

Pergunta: Será que isso significa que você não acredita que Erdogan possa se sentar à mesa de negociações?

Resposta: Ele é capaz de tudo, mas é impossível conectar os valores ocidentais e as aspirações orientais do Islã radical na Turquia.

Pergunta: O que o futuro reserva?

Resposta: Se falarmos da questão do turismo, todos os resorts turísticos populares certamente serão separados, mas o resto da Turquia será submetido a um processo acelerado de conversão ao Islã. De acordo com a sabedoria da Cabalá, tudo é dirigido em uma direção.

O mundo caminha para um processo estável, sério e extenso de conversão ao Islã. O próximo a passar por este processo é a América. Nos Estados Unidos, o Islã tem que provar que é forte e declarar: “Cuidado ao brincar com a gente”.

Após as eleições nos EUA, vamos ver em que direção o destino do mundo civilizado irá e em qual direção será dado um passo sério. Se Hilary Clinton ganhar a eleição, o passo será para com o Islã. Se Donald Trump ganhar, o passo será para a Europa e o novo mundo. Vamos esperar e ver jogo do Criador.

De KabTV “Notícias com Michael Laitman” 17/07/16