Torá, “Deuteronômio”, 8:2: E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os Seus mandamentos, ou não.

O mais importante é que a pessoa pudesse conhecer e passar por isso. Naturalmente, o Criador sabe de antemão o que vai acontecer com a pessoa, mesmo que ela esteja ou não errada. Em outras palavras, o livre arbítrio existe para nós quando pensamos: “Eu devo agir dessa ou daquela maneira?” No entanto, para o Criador, essa não é uma pergunta.

Além disso, é absolutamente claro que a pessoa vai tropeçar. Como se diz, “Não há um único homem justo que não tenha pecado ao fazer o bem”. No entanto, tropeçar, realizar, corrigir e fazer a coisa certa é um acúmulo de sensações profundas, consciência, e uma ferramenta com a qual você revela o Criador em toda a sua grandeza desde o início do pensamento da criação até a sua implementação.

Pergunta: O que se entende por “… para te humilhar, e te provar…?”

Resposta: Humilhar o meu “eu” significa subir acima do egoísmo. Provar é um estado chamado de fé acima da razão.

Pergunta: É quando você recebe petiscos, e pode ser seduzido por eles?

Resposta: Não é só isso. A pessoa recebe um estado em que não sabe qual caminho a percorrer, e aqui ela pode escolher a fé acima da razão.

Se é claro que é contra o egoísmo, então não há problema. Você sabe que tem ou não tem a força para isso. Você deve odiá-lo ou amá-lo; as circunstâncias são bem claras.

Quando elas não são claras, isso é para prová-lo. Aqui, uma pessoa está no limbo, e isso é o mais difícil. Você não entende qual caminho a percorrer. Não é como quando você tem ou não tem a força, ou realmente quer ficar longe do que você recebe. Não, seu estado é tão vago que é como se você estivesse entre o céu e a terra.

Esses estados são os piores, porque eles estendem o tempo e matam a vida de uma pessoa. Isso se chama, “Tema uma pessoa indiferente”.

A favor ou contra são bons estados. Cometa erros ou não, mas continue. Mas quando uma pessoa não está nem aqui nem lá, e está em um estado neutro, isso leva toda a sua vida.

Pergunta: Como vamos tirá-la desses estados?

Resposta: Apenas com a ajuda do ambiente. A pessoa nunca vai ser capaz de sair deles sozinha. Apenas o ambiente lhe dá uma direção correta, mostra a maneira como ela deve agir, e ela começa a sofrer, a invejar. Isto é o que a afasta do estado de passividade.

Pergunta: Então, não é necessário tirá-la fisicamente?

Resposta: Não, tirá-la fisicamente é a coisa mais simples a fazer. O golpe de mestre é quando, através de uma pequena dica de algum lugar distante, ela sente que algo grande está acontecendo lá.

Pergunta: Está escrito: “E te lembrarás de todo o caminho … para saber o que estava no teu coração, se guardarias os Seus mandamentos, ou não”. O que significa “saber o que estava no teu coração”?

Resposta: A pessoa deve verificar-se em cada parte do caminho, todas as dez Sefirot internas em todos os desejos. Todas elas são medidas em relação à Malchut, o desejo egoísta, e em relação à Keter, a intenção altruísta. Dessa forma, ela deve verificar-se em qualquer momento.

Isto é o que se entende por saber o que estava no teu coração. Concorda plenamente com o Criador no nível onde é revelado a você, onde você mesmo sabe quem você é, e constantemente se desloca entre Malchut e Keter como um brinquedo ioiô?

De KabTV “Segredos do Eterno Livro” 27/04/16

Categoria: Torá, Trabalho Espiritual |