Faraó

laitman_951Pergunta: O que o Faraó representa?

Resposta: O Faraó é uma força imensa. Eu não vou falar dele como uma personalidade porque de forma prática esse personagem realmente não existe. A sabedoria da Cabalá examina o Faraó como o imenso ego que é criado pelo Criador. Ele desenvolve e absorve tudo em seu egoísmo e está pronto para devorar o mundo inteiro.

Ele é insaciável e gradualmente se revela na medida em que a humanidade se desenvolve. Quanto mais nós nos esforçamos para fazer algo no mundo e conseguimos alguma coisa, mais ele devora, deixando-nos sem esperança de mudar o mundo para melhor ou um futuro feliz. Pelo contrário, o mundo só se torna cada vez pior.

Mais e mais pessoas estão insatisfeitas com a vida. Antes nós pensávamos que poderíamos se dar bem, mas hoje não pensamos. Hoje as pessoas não se sentem seguras nas aldeias mais distantes, nem economicamente ou a partir do aspecto da existência material. Agora as pessoas estão tão ligadas ao mundo inteiro que não podem se alimentar. Este é um paradoxo, mas o agricultor não pode se alimentar de sua própria terra.

O Faraó (egoísmo) engole isso, porque nos une tanto que não podemos ser independentes uns dos outros. Ele torna o nosso mundo integral, global e interconectado, uma pequena aldeia na qual todos nós dependemos uns dos outros. E aqui vemos que não podemos lidar com ele.

O egoísmo nos leva à necessidade de estarmos devidamente interconectados uns com os outros. Isso significa que o próprio Faraó, ao transformar nosso mundo para que ele se torne mutuamente conectado, nos leva a um estado onde o odiamos e, assim, transformamos o nosso mundo em um outro com boas conexões entre nós. Caso contrário, não seremos capazes de continuar vivendo. Mas o Faraó nos dirige continuamente contra a unidade. Assim, por um lado, mesmo que ele desperte em nós o desejo de unidade e atue de modo que não possamos viver sem fazer as conexões corretas entre nós, pois, caso contrário, não poderemos nos prover até mesmo com as coisas mais essenciais, e, por outro lado, ele não vai nos deixar unir. Este contraste resume o mérito do Faraó.

Portanto, ele é chamado de um “anjo do Criador”. Ele foi criado pelo Criador como o Jano de duas faces, onde de um lado ele nos obriga a se conectar e unir, e do outro lado não vai nos deixar se aproximar um do outro. Portanto, nós começamos a entender que não temos outra saída além de subir acima dele, escapando dele. Por isso, nós fugimoa dele. Isao significa que a fuga do Faraó, da nossa natureza, do nosso ego, é o Êxodo do Egito.

Isto não é fácil, porque ainda depende de nós descobrir tudo isso dentro de nós. Nosso tempo é único. Nós estamos agora descobrindo tudo o que o Criador preparou para nós na forma do Faraó. O Faraó está agora sendo revelado entre nós na forma do mundo global e integral, e, ao mesmo tempo, individualmente, ele não nos permite existir de acordo com esse mundo integral. Portanto, precisamos respeitar o Faraó, porque ele nos leva para fora do Egito.

De KabTV “Notícias com Michael Laitman” 12/04/16