Podemos Confiar Nos Robôs?

laitman_600_04Pergunta: Cientistas americanos descobriram que em situações extremas as pessoas confiam mais em robôs que em seu senso comum ou manuais.

Pesquisadores do Georgia Technological Institution pediram que 30 estudantes voluntários executassem uma determinada tarefa em uma sala de tamanho médio. De repente, o alarme de incêndio disparou e o salão se encheu de fumaça. Os alunos tiveram uma escolha de deixar a sala, usando a porta por onde vieram, ou deixar a sala por uma pequena porta lateral, para a qual um robô apontou, intencional e erroneamente. Descobriu-se que a maioria dos voluntários, 26 dos 30, obedeceu ao robô e foi em direção ao beco sem saída.

Por um lado, isso é um progresso, uma vez que nós mesmos estamos criando essas máquinas avançadas, mas, por outro lado, nós obedecemos aos nossos robôs e nos tornamos tão tolos como eles. Você poderia explicar esse paradoxo?

Resposta: Eu não entendo a experiência real. Como você pode não acreditar num sensor que mostra exatamente para onde você deve correr numa emergência? A quem uma pessoa pode obedecer? Ao seu próprio instinto? Mesmo que a pessoa soubesse onde estava a porta de saída porque entrou por ela, talvez houvesse um incêndio lá e o robô indicasse outra saída e determinasse a forma mais segura de sair. Então, por que a pessoa não deveria confiar nele? Eu também obedeceria às ordens do robô.

Comentário: Parece que também havia outras pessoas que mostravam aos estudantes qual caminho percorrer e ainda assim eles confiaram no robô. Muitas vezes, quando usamos um sistema de navegação, por exemplo, sentimos que é o caminho errado, mas ainda seguimos as instruções cegamente.

Resposta: Isso é natural, porque começamos a respeitar estes instrumentos nos quais a nossa lógica confusa e as dúvidas não existem. Portanto, eu também iria confiar mais em tais instrumentos. Nós lançamos satélites que orbitam a Terra, voamos e mergulhamos em águas profundas, tudo graças a esses instrumentos. O fator humano pode desempenhar um papel muito negativo aqui. Esta é a razão de eu acreditar que devemos confiar mais nos instrumentos do que nas pessoas.

Comentário: Nós também não confiamos totalmente nas pessoas, mesmo na vida cotidiana.

Resposta: Por que deveríamos confiar nelas? Na verdade, é por causa do fator humano que há explosões em centrais nucleares.

Comentário: Muitos dizem que os robôs se tornarão mais fortes do que nós.

Resposta: Tolice. Somente povos primitivos que não entendem como funcionam os sistemas mecânicos podem dizer isso. Um sistema mecânico nunca pode ser mais inteligente ou mais forte do que a pessoa que o criaram, mas em situações críticas é mais seguro, uma vez que não tem dúvidas pessoais.

Pergunta: Será que as relações pessoais entre as pessoas são capazes de existir na presença de tal tecnologia?

Resposta: Nós estamos avançando em direção a essas tecnologias não para nos comunicar uns com os outros. Quem precisa de comunicação mútua nos dias de hoje? Mesmo quando ouvimos um ao outro no computador, não nos comunicamos realmente um com o outro; lemos ou vemos algo na tela e pronto.

Nosso ego em desenvolvimento empurra a pessoa para ser um individualista que está isolado de todos. Se fornecermos a uma pessoa as necessidades básicas e a trancarmos em uma sala com um computador, ela não vai precisar de nada, absolutamente nada. Mesmo se ela estiver na prisão em condições confortáveis para viver sozinha, ela não vai precisar de qualquer outra pessoa.

Esta tendência continuará até que as pessoas sintam isso, apesar desta conveniência ser como se estivessem mortas. Por um lado, é muito confortável para o nosso ego, mas, por outro lado, é a morte. Nós estamos em tal estado que quando estamos separados uns dos outros, estamos confortáveis. Por outro lado, nos afastamos uns dos outros e desconectamos os laços entre nós e assim sentimos que não podemos viver sem o outro. Este é o paradoxo, como entre dois amantes que se amam e se odeiam.

Este paradoxo continuará na sociedade humana, enquanto as pessoas estiverem afastadas umas das outras. Isso vai nos levar a uma contradição e contrariedade que não vamos ser capazes de resolver de forma alguma, mas apenas de acordo com a regra bíblica “O amor cobre todas as transgressões”.

Em outras palavras, quando houver enormes distâncias egoístas entre nós, seremos capazes de construir uma ponte de amor mútuo, cooperação mútua e respeito, acima delas. Egoísmo e altruísmo não funcionarão em um nível, mas em dois níveis. Na verdade, a combinação entre esses dois níveis de amor e ódio é que falta nos casais. Nós temos que nos certificar de que o amor permanente vai vencer o ódio.

Quanto maior a distância entre estes dois níveis paralelos, maior será o amor do que o ódio, e mais forte a conexão. O amor é realmente construído na reciprocidade quando há uma oposição abaixo e uma conexão acima.

Pergunta: A tecnologia vai nos ajudar aqui?

Resposta: Nada vai nos ajudar, exceto a sabedoria da Cabalá. Esta é a única coisa que nos permitirá estabelecer uma conexão; esta é a tecnologia.

De KabTV “Notícias com Michael Laitman” 01/03/16