Cinco Anos Da “Primavera Árabe”

laitman_743Comentário: Passaram-se cinco anos desde os eventos da “Primavera Árabe”. No começo, ela foi considerada uma revolução dos jovens que estavam prontos para mudar o mundo árabe. Depois, tudo mudou, quando no Egito, Tunísia e Líbia a “Irmandade Muçulmana” assumiu o controle do governo. Todos estavam errados em pensar que eles haviam derrubado as ditaduras.

Resposta: E o que há de ruim nessas ditaduras? Hoje já parece que é preferível que um rei governe uma nação em vez de um parlamento disfuncional.

Nosso mundo deve ser organizado de acordo com o princípio de unidade com o mundo superior, o que significa que acima há um, o Criador, e abaixo há um, o rei. Nos dias dos reis David e Salomão, houve equivalência completa entre o nosso mundo e o mundo superior. De acordo com essa equivalência, o rei tinha todas as ferramentas com as quais controlava a nação, como o Sinédrio e outras instituições governamentais. É muito interessante aprender sobre isso, porque a partir de sua conduta, é possível aprender sobre a estrutura do mundo superior. Essa é a forma como ele foi projetado desde o início.

Comentário: Mas quando a “Primavera Árabe” começou, ainda havia esperança de que pessoas dignas chegariam ao poder.

Resposta: Quem pode ser colocado no poder? Quantas presunçosos vão jogar com o público e o Tesouro Nacional até que nada reste?

Comentário: Como resultado, o Daesh (Estado Islâmico) tem realmente subido ao poder. Uma ditadura árabe relativamente suave foi substituída por um regime extremista.

Resposta: Hoje nós estamos necessariamente voltando de novo para um, e somente um líder, porque o mundo integral só pode ser dirigido por um único centro, uma única ideia, um coletivo que está interconectado como uma pessoa e apresenta essa ideia para o nosso mundo. Caso contrário, tudo irá se deteriorar até o extremismo e será uma grande briga.

O problema é que o mundo se revela cada vez mais integral, interdependente e mundial. Nós ainda não podemos nos orientar em um mundo assim. De repente, nos sentimos inseguros: não sabemos o que e como, de onde e para onde. Existem milhares de dados diferentes, temos que trabalhar para avançar em direção a algo, para decidir alguma coisa concreta, e não podemos; nossos sentidos e mente não são organizados integralmente.

Não podemos nos comunicar com outras pessoas para montar uma equipe com elas, um pequeno sistema (digamos, um governo), que será capaz de resolver problemas como estes, porque há um grande número de incógnitas e não sabemos como trabalhar com eles. Nós só podemos resolver problemas lineares. Esse é o problema.

Não podemos mudar o mundo. A humanidade está entrando num estado em que o mundo está se tornando redondo e integral, onde todos dependem de todos. Para percebê-lo corretamente e tomar as decisões certas, precisamos mudar a nossa percepção do mundo; ou seja, temos que mudar a pessoa. Nós também devemos nos tornar integral, e assim resolver esses problemas. Mas isso não é fácil.

A sabedoria da Cabalá foi projetada para isso; ela diz que a transição para o pensamento integral só é possível através de “E amarás o teu amigo como a ti mesmo” (Levítico 19:18). Quando começamos a amar os outros em vez de nós mesmos, dessa forma podemos sentir a sua percepção, seus desejos, e sua direção. Isto, naturalmente, torna-se vivo dentro de nós; cada um se torna “multiuso”, como numa colmeia composta de muitas outras pessoas. Neste caso, cada um pode simplesmente resolver todos os problemas. Isso se torna meu, pessoal, natural.

Afinal, em qualquer família, nós naturalmente cuidamos de todos, tanto quanto possível. Por isso, a família, em certa medida, pode ser comparada à solução para o nosso problema: deve haver uma coisa para crianças, uma coisa para as pessoas de idade, uma terceira coisa para o marido e a mulher, e assim por diante.

Numa família, nós mais ou menos sabemos como lidar com os problemas, pois todos os membros da família vivem dentro de nós, e nós realmente sentimos o que é melhor para eles e o que eles precisam. Se tivéssemos uma atitude como essa em relação ao mundo, poderíamos lidar com todos os seus desafios.

A fim de transformar cada pessoa para estar preocupada com o mundo inteiro, o que nós realmente precisamos é de um novo sistema de educação de acordo com os princípios da sabedoria da Cabalá.

De KabTV “Notícias com Michael Laitman” 28/12/15