As Raízes Do Racismo

laitman_203Pergunta: Qual é a raiz do racismo?

Resposta: Todas as motivações positivas e negativas, características e qualidades dos indivíduos e da sociedade são baseadas em nosso egoísmo. A sabedoria da Cabalá fala sobre como alterar o egoísmo e transformá-lo na característica de doação e amor, de modo que, em vez de entender as coisas e absorvê-las, o ego vai se envolver em dar e doar.

A percepção da criação como um movimento positivo e desejável de nós para com os outros, revela um paradigma de sensações completamente diferentes em nós. Quando, em uma pessoa, tudo é dirigido para si mesma, quando ela não sente, ela se analisa: isso é bom ou ruim para mim? Isso significa que ela escolhe automaticamente: aceita o que é bom para o ego e deixa de lado o que é ruim para o seu ego. E quando não há nenhum dano ou benefício para o ego, isso não entra em nossos sentidos; não sentimos. Essa é a maneira como percebemos nosso mundo.

E quando uma pessoa se transforma, ela se volta no sentido oposto, ou seja, ao bem dos outros, começa a perceber essa parte da criação que a rodeia, que ela já não podia sentir porque percebia tudo através de seus impulsos egoístas.

Agora ela começa a sentir tudo à luz do altruísmo, e esse é um método totalmente diferente de percepção. Em vez de visão, audição, olfato, paladar e tato, cinco novos sentidos são criado agora, que são chamados de: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut. Com eles, ela percebe o que se chama mundo superior, mas não dentro das características receptivas como em nosso mundo, mas dentro das características de doação.

A sabedoria da Cabalá fala sobre isso; é uma sabedoria sobre a percepção correta da criação. No entanto, o nosso mundo não desaparece de nós. Nóso vemos, existimos normalmente dentro dele, mas o principal é que estamos envolvidos com o desenvolvimento de nossa percepção da outra parte da criação que antes estava fechada para nós.

Portanto, a sabedoria da Cabalá é a sabedoria sobre a descoberta do mundo. Quando começamos a sentir os dois mundos, podemos até decidir de uma forma mais ou menos lógica onde estamos, porque existimos, como devemos nos comportar, e assim por diante. Isso é o que temos que alcançar.

Enquanto isso, nossa percepção egoísta filtra e classifica o que é bom para nós, e tudo o que é bom para os outros não nos interessa. Como regra geral, nós automaticamente escolhemos o que é útil e agradável para nós e rejeitamos tudo o mais; nós não percebemos de forma alguma.

O racismo é um estado em que os sentidos de uma pessoa não estão direcionados apenas para ter coisas boas para si mesma, mas também que ela desfruta quando as coisas estão ruins para os outros. Esse é o problema da humanidade. Hoje em dia, vemos como as pessoas se relacionam entre si. Nós estamos constantemente nos desenvolvendo de acordo com um eixo evolutivo: o ego cresce constantemente e, portanto, cada um não apenas trabalha para seu próprio benefício, mas também trabalha para prejudicar os outros. Nós constantemente nos comparamos aos outros: o pior é para eles, o melhor é para nós.

Com os animais isso não existe. Com eles, ciúme, inveja e ódio não existem, como nos seres humanos. É a comparação de nós mesmos com os outros que produz todos os tipos de racismo. Parece-me que eu estou sofrendo por causa dos outros ou que eles têm mais sorte do que eu, e assim por diante. Além disso, cada um de nós está interessado em parecer melhor aos olhos da sociedade. Isso é típico apenas nos seres humanos, porque em nós há ambas as partes bestial e humana. A parte bestial requer comida, sexo e família, e a parte humana exige riqueza, respeito e conhecimento. Quando nós ansiamos em nos preencher com as fontes dessas emoções, gradualmente chegamos ao ciúme, inveja e ódio.

Segue-se que é melhor para nós quando é ruim para outros. É assim que o nosso ego foi inicialmente organizado. Se ele não for desenvolvido, então, como com os animais, não é tão importante. Mas se eu sou uma pessoa em desenvolvimento, isso não vai me dar descanso porque eu meço o meu status em relação a todas as pessoas, ou pelo menos julgo de acordo com meus vizinhos. E a grama do vizinho é sempre mais verde

Isto leva ao racismo. Além disso, um fator não menos importante na erupção do racismo são as questões de nacionalismo ou das raças; afinal de contas, não somos iguais, somos diferentes, desiguais. Como resultado, por um lado, estamos nos movendo para um estado de hostilidade mútua e ódio; por outro lado, a revelação da nossa dependência geral integral uns dos outros. E aqui é onde nós precisamos da sabedoria da Cabalá para equilibrar as duas forças mútuas que se rejeitam mutuamente.

Da Vídeo Conferência 07/06/15