Na Esteira Da Tragédia Em Paris, Parte 1

Laitman_727Liberdade e Permissividade

Comentário: Depois dos terríveis ataques terroristas em Paris, que custou a vida de 129 pessoas, muitos dizem que a Terceira Guerra Mundial já começou.

Resposta: Essa ainda não é a Terceira Guerra Mundial, porque esta seria uma guerra nuclear que destruiria completamente o nosso mundo.

Claro, eu não minimizo o significado da tragédia que se abateu sobre a França e toda a humanidade. Infelizmente, esses atos de terrorismo já se tornaram comuns. Uma semana atrás, um avião russo caiu no Egito. A bordo, havia mais de 200 pessoas.

Tudo isso ainda não é a Terceira Guerra Mundial, mas são os primeiros sintomas. Se continuarmos assim, inevitavelmente vamos alcançá-la, porque o mundo inteiro está se deteriorando mais e mais, cada vez mais próximo do desastre.

Pergunta: A França é uma nação com valores democráticos como liberdade, igualdade e fraternidade: as palavras de ordem da grande revolução francesa. Como é possível que, precisamente aqui, tenham surgido as forças do mal?

Resposta: Desde a Revolução Francesa, a democracia passou por tantas distorções. A liberdade se tornou uma permissividade ilimitada para todos. Isso não é bom. Tudo deve ser equilibrado, porque, afinal, o nosso mundo existe com base no equilíbrio entre duas forças, luz e escuridão, positivo e negativo, frio e calor.

Toda a natureza é construída na cooperação mútua entre dois opostos. Mas se estamos falando apenas da liberdade sem limites, ela poderia trazer consequências terríveis ainda piores do que a escravidão ou ditadura. É muito difícil ir contra os que fazem o mal, quando eles estão envoltos na bandeira da liberdade e da democracia. Assim, todas as melhores coisas, mesmo a liberdade, devem ser na proporção certa.

Nós vimos nas últimas décadas que a França se tornou um refúgio para os imigrantes da África e Oriente Médio. De fato, na França, nada resta da velha nação europeia, famosa por sua literatura, cultura e educação clássica que já existiu. Só restam lembranças.

Os antigos slogans de liberdade, igualdade e fraternidade se tornaram palavras bonitas que não são aplicadas em nenhum lugar, e é duvidoso se é possível aplicá-las; sejamos realistas. Há uma democracia que nós podemos discutir bem como uma peça de teatro, e há uma dura realidade na qual a democracia não existe há algum tempo.

É necessário diferenciar sonho de realidade, com o mais profundo respeito que eu tenho pela França, que se tornou a primeira nação que levou o mundo inteiro à democracia, a uma nova cultura e educação. Deve-se notar que essa era apenas uma tendência temporária. O período tempestuoso de renascimento que deu o Impressionismo e todas as inovações revolucionárias para o mundo passou e terminou.

Hoje, depois de cerca de 150 anos, nós estamos numa era totalmente diferente. Em nossos dias, a força e o terrorismo dominam. Em vez das cores azul, branco e vermelho, a França tornou-se a cor verde. Isto teve uma grande influência em toda a sua vida. É impossível dizer que a França é uma nação francesa se 10% da sua população são muçulmanos que estão começando a ditar suas leis para todos.

O presidente da França já não a representa. Pelo contrário, é a força que coloca pressão sobre ele. Assim, a França se divide em dois campos, e a extrema direita, sob a liderança de Le Pen, quer restaurá-la à sua forma anterior, embora eles sejam quase fascistas.

Mas em relação ao medo do terrorismo que agora está ocorrendo na França, eles já não parecem como extremistas para os franceses. Os franceses estão começando a se inclinar para isso. Não há outra escapatória a não ser se agarrar à linha da extrema-direita.

Continua.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM 15/11/15