Um Cabalista Não É Um Cientista Comum

laitman_214Pergunta: Quem é Cabalista? O que ele vê que não vemos? O que sente que não sentimos? Será que ele tem poderes sobrenaturais? Como é que uma pessoa se torna um Cabalista? Você vai nos revelar todos os segredos da sabedoria da Cabalá?

Resposta: Um Cabalista é um cientista, só que não um cientista comum. Ele explora o mundo e quer atingir a raiz de tudo o que está acontecendo, descobrir e saber por que tudo é organizado de tal forma, de onde isso aparece e para onde tudo está indo.

É uma pessoa que tem uma necessidade interna de alcançar o mundo em que vive e descobrir o que esse mundo espera dele. É uma pessoa que nasce com uma pergunta que arde dentro dela e não a deixa descansar: Para que recebemos essa vida? Qual é o seu significado? Por que eu nasci? Hoje esta questão incomoda muitas pessoas, mas, no passado, foi uma herança do povo escolhido.

O primeiro Cabalista foi Adam HaRishon (O Primeiro Homem), uma pessoa que viveu 5.775 anos atrás. Adão descobriu o segredo da vida e escreveu um livro sobre isso. Certamente, as pessoas viviam muito antes dele, mas Adão é considerado o primeiro homem porque descobriu a essência interior da natureza e o poder oculto que está por trás de todas as forças externas e individuais que aparecem diante de nós.

Nós vivemos numa realidade em que parte dela é claramente revelada, enquanto que a outra parte está escondida. Cada vez nós revelamos outra parte da realidade, e por isso avançamos. Mas há uma realidade que sempre permanece oculta do nosso discernimento se não mudamos a nós mesmos.

A realidade oculta é imperceptível aos nossos sentidos; nós estamos limitados pelos cinco sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato, mas a realidade é muito mais extensa do que eles. Não sabemos nada de nada que não entra no alcance dos nossos sentidos.

Nós só estamos prontos para expandir um pouco o seu espectro: aumentar a visão com microscópios e telescópios, ouvir através de radar e telémetros; nós inventamos todos os tipos de instrumentos sensoriais. Mas, em princípio, estes são apenas pequenos acréscimos em nossos sentidos naturais para que os olhos vejam uma distância maior e os ouvidos ouçam melhor.

Em princípio, não podemos sequer imaginar que sentidos ainda não temos. O mundo é muito mais rico e diversificado, mas não sabemos nada sobre isso. Existem outras dimensões superiores, mais expansivas do que a realidade mundana habitual, e elas poderiam ser reveladas em nós, mas não estamos prontos para descobri-las.

O desenvolvimento da ciência leva a pessoa a uma linha; ela sente que deve haver algo além dos limites do nosso mundo. Mas onde está a sua porta, o caminho através do qual seria possível sair de nossa natureza e entrar em quaisquer dimensões que não temos consciência e não sentimos agora?

Suponha que todas as pessoas fossem cegas, então poderíamos conviver neste mundo sem visão, mesmo sem suspeitar que estivesse faltando alguma coisa. Da mesma forma, não suspeitamos que estamos perdendo um sentido muito importante, a sensação do Poder Superior geral que organiza e maneja tudo.

Nós não sentimos esse poder e a nossa conexão dentro dele; ele está oculto de nós, como se não existisse. Mas, na verdade, nós simplesmente não temos o desenvolvimento que possibilitará que o descubramos e alcancemos.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 02/08/15