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O Sistema Do Nosso Desenvolvimento Espiritual

laitman_281_02Pergunta: O que é um castigo na espiritualidade?

Resposta: Não há nenhum castigo verdadeiro na sabedoria Cabalística, porque nós não lidamos com o ser humano que parece se cansar de algo, ter raiva, ou se arrepender de algo, mas somente com o sistema da Providência. Se não executamos uma determinada função, o sistema opera de forma alternativa e cuida de nós em conformidade.

Se eu dirijo meu carro em quarta marcha e, de repente, alguma coisa quebra, eu mudo para terceira marcha. Agora, o motor funciona de forma muito mais difícil e eu dirijo mais devagar e me sinto menos confortável, mas ainda mantenho a condução. Depois, uma outra parte quebra e eu mudo para o outro estado, o que significa que tudo depende da nossa participação. Quanto maior ela for, mais rápido nós avançamos, é claro, com maior conforto, acima do tempo, superando tudo por pequenos esforços de nossa parte, ao longo do caminho do bem, e não pelo caminho do sofrimento.

Portanto, não se trata de quaisquer castigos, embora esse termo seja usado na linguagem cotidiana. Também não há castigos em nosso mundo. Se você se comportar corretamente, você avança por este caminho; se não se comportar, você está corrigido. Nós chamamos essa correção de castigo. Não é um castigo, mas uma correção.

Tal como para o sistema de correção, ele é totalmente insensível. Nós só atribuímos qualidades humanas a ele, como o bom e benevolente.

Eu também posso dizer isso quando toco piano, por exemplo; eu o considero emocionalmente como se fosse o meu parceiro ou amigo. Uma pessoa aplica seus sentimentos aos objetos com quem trabalha não importa no que se envolve, como um computador, por exemplo, embora seja apenas um pedaço de metal. Esta é também a forma como nos relacionamos com o Criador, embora seja um sistema sem emoção, como está escrito: “Ele deu uma lei que não pode ser quebrada”. O Criador é a lei da natureza!

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 15/04/15

Eu Anseio Por Doação

laitman_527_03Pergunta: Por que o Criador aflige dor aos justos, e como posso justificá-Lo?

Resposta: Para que o justo possa justificá-Lo. Você “coloca a carroça na frente dos bois”. No entanto, a verdade é que o Criador aflige dor aos justos, para que eles tenham a oportunidade de abençoar e justificá-lo. Como eles podem justificá-Lo sem a dor, com que motivos?

Uma pessoa independente deve ser oposta ao Criador internamente, e semelhante a Ele externamente. Isso significa que você deve ser feito de duas forças opostas, duas formas opostas, dois atributos opostos.

Está escrito: “Eu criei a inclinação do mal, eu criei a Torá como tempero”. Isto se refere à Luz nela, uma vez que a Luz nela a reforma. A inclinação ao mal, a matéria do desejo de receber, continua a ser como ela é, e nós temos que vestir a intenção a fim de doar acima dela. Assim, nós a reformamos com a ajuda da Luz e a alteramos para a forma boa e correta.

Quando trabalhamos dessa maneira, primeiro amaldiçoamos o Criador em todos os níveis e em desacordo com Ele. Esta é a razão do nível de Ibur (Conceição) ser chamado de “raiva e ira”. Depois nós alcançamos a bênção e a justificação do Criador, até alcançarmos o autosacrifício.

No entanto, o meu autosacrifício não é o resultado do prazer como ocorre em nosso mundo, quando estou pronto para me sacrificar totalmente se valer a pena. Nesse caso, eu não me conecto ao Criador, mas ao prazer que deriva Dele, e, se ele parar, o meu ego não vai permitir mais que eu me conecte a ele. Nós dependemos totalmente do prazer neste mundo, ao passo que, na espiritualidade, adicionamos outra dimensão, outro nível, e alcançamos a adesão com o Criador e não com o prazer e os benefícios que derivam Dele.

Agora, eu começo a valorizar o meu estado como aquele que doa e dá. O Criador não me dá. Eu não preciso de Sua doação. Eu não quero recebê-la. Não quero me aderir a Ele por causa dessa bondade. Eu não quero ser viciado nela. Quero respeitar o atributo de doação, que não tem forma ou imagem. Eu anseio por ele.

Como resultado, eu devo ser feito de duas formas, de uma forma interna que é o desejo de receber e da forma externa que é a intenção a fim de doar. Caso contrário, eu não posso estar aderido a Ele, uma vez que “o nosso coração se alegrará Nele” e não nas Luzes que vêm Dele, que só me confundem e subornam, e que eu devo resistir.

As Luzes são medidas de cima e me despertam – ou seja, o meu ego- para que eu seja aceso e me torne viciado no prazer que me deixa louco e domina minha mente e meu coração. Por fim, eu fico com apenas um ponto que não me atrai aos prazeres que vêm da Luz, e, nesse ponto, posso me manter constantemente fora do prazer, recusando as ofertas tentadoras. Isso não! Para não ficar viciado no prazer!

As tentações fazem a nossa cabeça girar, e o corpo é confundido pela emoção. Aqui, temos que preparar a garantia mútua entre nós, já que, sem ela, não posso ser independente. O prazer vem para cobrir a vergonha e me tornar independente. Baal HaSulam fala sobre isso no Talmud Eser Sefirot, “Histaklut Pnimit”, parte 1, item 7:

… Eles disseram que há uma grande falha nos presentes gratuitos, ou seja, a vergonha que encontra cada receptor de um presente gratuito. Para consertar isso, o Criador preparou este mundo, onde há trabalho e esforço, de modo a ser recompensado no próximo mundo por seu esforço e trabalho.

Mas essa desculpa é muito estranha. É como uma pessoa que diz a seu amigo, “trabalhe comigo apenas um minuto, e em troca eu lhe darei todo prazer e tesouro do mundo pelo resto de sua vida. Não há de fato maior presente gratuito que esse, porque a recompensa é incomparável ao trabalho. Neste mundo transitório e sem valor, o trabalho é comparado à recompensa e prazer no mundo eterno.

Que valor existe para o mundo passageiro em comparação com o mundo eterno? Ainda mais no que diz respeito à qualidade do trabalho, que é inútil em comparação com a qualidade da recompensa.

Nossos sábios disseram: “O Criador está destinado a dar de herança a cada pessoa justa 310 mundos, etc.” Não podemos dizer que parte da recompensa é dada em troca de seu trabalho, e o resto é um presente gratuito, pois daí o que isso faria de bom? A mancha da vergonha ainda permaneceria! Na verdade, suas palavras não devem ser interpretadas literalmente, pois há um profundo significado em suas palavras.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/02/14, O Livro do Zohar

Um Pobre Que É Rico E Um Bilionário Que É Pobre

laitman_285_01Pergunta: Eu sempre ouvi que o Criador é o bom que faz o bem, mas, por enquanto, eu não sinto isso. Então, como posso ser feliz?

Resposta: Nós estamos acostumados a ser felizes quando sentimos que ganhamos. Se o ego ganha a cada momento, se é confortável, bom, quente e agradável para mim, o dinheiro escorre na minha conta, “Um centavo e outro centavo acumulam numa grande soma” (Baba Batra 9b), e eu desfruto. Graças a Deus tudo está bem, em breve vou tirar umas férias, velejar num navio de luxo, no Shabat meu time de futebol favorito vai jogar; há algo para desfrutar em vida!

Isto é o que chamamos de “prazer”, mas isto é alegria agora ou no futuro dentro do desejo de receber. Assim é como vivemos. Se eu não sentir alegria no presente ou no futuro, estou pronto para morrer. Uma pessoa não é capaz de existir sem alegria, se não for agora, então, pelo menos, com a esperança de uma alegria futura. Caso contrário, “é melhor para eu morrer do que viver” (Jonas 4:3).

Agora a pergunta é feita: como podemos ser felizes numa situação onde realmente queremos a revelação espiritual, mas não a temos? Se no momento não a temos, então tudo depende da esperança do futuro; eu estou confiante de que, finalmente, vou tê-la? É claro que no presente eu não tenho nada! “Um juiz só tem o que seus olhos veem” (Sinedrin 6b), e eu vejo que ainda não descobri o mundo espiritual, não o entendo e não o sinto.

Mas eu estou certo de que vou descobri-lo? Se eu estou num grupo e o grupo me irradia confiança de que estamos indo em direção à revelação e vamos alcançá-la, então eu serei feliz! Os amigos me dão a confiança de que seremos bem sucedidos. Sem isso, eu não vou ter sucesso no avanço; sim, eu vou simplesmente dormir o dia todo para não sofrer, porque no momento não tenho nenhuma alegria e também não a espero no futuro. É impossível morrer, e o que resta é apenas dormir, pelo menos não sentir nada.

Isso é exatamente o que acontece com uma pessoa. isto é natural; não há nada a fazer a respeito. A questão é como vamos lidar com isso? Como é possível estimular o ambiente para que ele nos influencie e sejamos felizes e cheios de energia? Para isso depende de nós apreciar os amigos e estar conectados com eles. Além disso, devemos despertar junto a Luz que Reforma para que ela nos estimule o tempo todo e nos proporcione emoção. Assim eu não serei apenas animado com as palavras das pessoas, mas vou receber iluminação de cima através delas.

Esta iluminação é chamada de “fé”. A fé é o poder que eu investo sem receber nada em troca. Parece que isso é impossível, mas a Luz vai me influenciar e vai me dar a possibilidade de fazer isso. Isso é chamado de “fé acima da razão”. De acordo com minha natureza, eu não estou pronto para doar sem receber nada em troca! Mas se a Luz me der uma característica como essa, eu posso. Então a minha felicidade não estará vinculada à satisfação dentro dos meus Kelim. Como se diz: “Quem é rico? É o que está feliz com sua sorte” (Pirkei Avot 4:1).

E qual é a sua sorte? Ele não tem nada! Mas está feliz. Talvez ele seja louco ou estúpido? Não, ele é realmente a pessoa mais rica e feliz! Os ricos não se sentem felizes porque estão buscando uma riqueza ainda maior o tempo todo, e não são “o que está feliz com sua sorte”. Isso é chamado sentir-se rico e feliz. Ele não precisa de nada mais; imagine que maravilhoso é este sentimento. Mesmo os bilionários não se sentem desta forma, porque querem mais e mais dinheiro. Eles são as pessoas mais pobres de todas! Se uma pessoa comum não têm mil dólares, eles não têm milhões, bilhões. Então, qual de nós é mais pobre, quem precisa de mais? Isso significa que tudo depende do ambiente e da iluminação da Ohr Makif (Luz Circundante).

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/03/14, Escritos do Baal HaSulam

A Disseminação Revive A Pessoa

laitman_938_01Pergunta: Como devemos traduzir o sofrimento da comunidade do nível físico ao nível espiritual, ou seja, para ver em tudo uma falta de Luz?

Resposta: Isso acontece por si só, pois você se encontra em seu próprio estado e a comunidade se encontra em seu estado. Quando você os ouve, você percebe isso de forma diferente, pois “todos os que condenam o fazem com seu próprio defeito” (Kiddushin 70b). Então você vai entender e sentir esses problemas dentro de sua percepção e Kelim. Você não tem nada a temer ao se identificar com suas necessidades físicas.

Mesmo que sua dor e queixas sejam justificadas, naturais e obrigatórias, você ainda as sente de acordo com sua compreensão e o seu nível.

Pergunta: Será que isso significa que eu vou constantemente traduzir suas queixas de forma diferente de acordo com as minhas mudanças de estados?

Resposta: Seu estado será mudado junto com eles. De repente você vai começar a condenar o Criador por aquilo que Ele está fazendo a eles; você vai descobrir que não tem a capacidade de justifica-Lo. A disseminação nos dá um amplo campo de trabalho; reaviva e atrai muitas mudanças em nós.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 05/03/14

A Lei Do Amor Não É Imposta Pelo Parlamento

laitman_547_06Pergunta: Como vamos nos voltar à pessoas em Israel com a nossa mensagem de tal forma que ela não as hostilizará?

Resposta: É necessário dar uma explicação racional e não apresentar tudo de uma vez, mas gradualmente. Baal HaSulam nos explica a imagem de uma forma concreta e clara, de uma forma muito científica, onde entende todos os problemas que ainda são susceptíveis de aparecer se as pessoas não mudarem sua direção. E nós temos que adaptar esta mensagem ao público em geral e explicar às pessoas que somente através da conexão entre nós é que vamos alcançar algo bom.

O sucesso em áreas como educação, segurança, interações entre pessoas, etc., só é assegurado pelas nossas próprias forças. A nação não está pronta para fazer isso; ela é incapaz disso. Ela não pode criar um “Ministério do Amor”, que resolverá todos os problemas entre nós. Nenhuma nação está envolvida em algo similar. Isso sempre pertence aos cidadãos, às pessoas.

Por outro lado, nos tempos antigos, antes da destruição do Templo, a mais alta instituição política do povo de Israel era especificamente o “Ministério do Amor”. Todos os outros ministérios estavam debaixo dele. Havia impostos, educação e segurança, mas todas as outras áreas e ministérios ocupavam níveis inferiores da pirâmide nacional. E o “ministro do Amor” era o Sumo Sacerdote.

Hoje, a fim de transformar a pirâmide que foi criado e leva-la ao estado onde ela deve estar, requer um trabalho árduo entre as pessoas.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/03/14, Escritos do Baal HaSulam