O Extremismo De Direita Na Europa, Parte 6

Laitman_421_01Eliminando a Incompatibilidade Num Estado Separado

Pergunta: Você fala sobre a necessidade de unir toda a nação numa família, mas esse não é o sonho da extrema direita na Europa: “Nós somos uma família, e eles não são”?

Resposta: O problema da extrema direita é que ela coloca a sua nação numa posição especial, acima das outras nações. Aqui, por outro lado, nós não falamos sobre ser superior aos outros, mas sobre a unidade entre as pessoas. Então, por que não?

Se eu sou francês, por exemplo, os outros países não me interessam; a França basta para mim e eu não quero que aqueles que não são considerados francês vivam nela. Além disso, ser francês é uma questão de cultura e não nacionalidade.

Eles podem ser belgas e mesmo judeus, mas enquanto nós temos uma cultura unificada geral e uma perspectiva comum, a França é o nosso Estado comum e nós aceitamos sua Constituição e suas leis, seus costumes, suas normas e sua linguagem.

Assim, se um determinado setor intensifica essa unidade, não faz diferença se ele é da direita, da esquerda ou do centro no mapa político; esta atitude é boa, desde que não seja cumprida à custa de outros países. Eu não olho para os outros. Eu simplesmente quero que meu Estado viva em paz e harmonia, seja feliz e prospere.

O que há de errado nisso? Uma pessoa se preocupa com o seu país e quer que seu povo viva como uma família, e mesmo que não tenha uma perspectiva ampla ou as faculdades morais de se preocupar com os cidadãos de outros países, e até mesmo se for chamado de nacionalismo, é no bom sentido. Ela não é chauvinista e não odeia os outros e estrangeiros. Ela só se preocupa com o seu próprio povo, mas não à custa dos outros.

É verdade que neste caso o país não está disposto a fazer parte de organizações como a atual UE, mas, na verdade, é desnecessário fazer parte deles. Em primeiro lugar, a nação específica sofre uma nova forma de educação, aspirando pela igualdade, unidade, e um padrão comum de vida geral que todos aceitam. As pessoas gradualmente absorvem novos valores e já desejam alcançar algum cesto médio ideal e igual de bens e serviços básicos para todos.

Nós não medimos todos pelo mesmo padrão, é claro. Uma vida confortável ainda pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes, em certa medida, mas, no geral, as diferenças são pequenas e simplesmente um ato social, e não um abismo social como vemos hoje.

Pergunta: Será que a extrema de direita terá mais sucesso se aceitar essa abordagem?

Resposta: Claro, mas, para fazer isso a lei deve ser mudada na direção certa. Em geral, todos os cidadãos do Estado têm que aceitar a cultura do Estado e devem ser franceses, por exemplo, independentemente de qualquer fé religiosa. A pessoa tem que ser leal ao país em que vive.

Norte-americanos da África nos EUA, por exemplo, não agem contra o seu país. Eles realmente sentem que são norte-americanos. Eles têm conflitos com outros setores, mas vivem em sua terra natal.

Assim, mesmo que você seja um muçulmano vivendo na Europa, você tem que ser leal ao país em que vive, pois, caso contrário, lhe será negado o direito de viver lá.

Pergunta: Este tipo de unidade nacional é uma condição prévia para a unidade global?

Resposta: Não, mas agora nós estamos falando de uma região específica, de Estados europeus onde a tensão entre diferentes setores está crescendo e em relação aos quais uma Europa unificada ainda fará parte da agenda. Nós podemos falar de cooperação econômica e militar, mas isso não é unidade, só cooperação com base em contratos.

Por outro lado, a verdadeira unidade simboliza a transição para as relações familiares. Ela é muito mais intensa, íntima, profunda e abrangente, quando toda a Europa se torna realmente a casa comum de todos os seus habitantes. Mas eles são incapazes de conseguir isso hoje, porque estão muito longe disso.

De KabTV “Uma Nova Vida” 09/09/14