Esclarecimento Das Letras É A Correção Das Características

laitman_744Em torno de nós tudo é determinado. Só nós estamos mudando, e segundo as nossas mudanças internas, sentimos como se o mundo exterior, que é uma projeção de nossas sensações, mudasse. Ao meu redor eu vejo pessoas, pássaros, animais, mas todas estas imagens e ações estão dentro de mim.

Eu sinto as mudanças em mim como um reflexo externo no fundo da Luz branca, que de acordo com as minhas características internas retrata uma imagem externa para mim, um contraste de todas as cores, todas as formas, tudo o que vemos: a natureza inanimada, vegetal, animal e falante, e as conexões entre elas. Todas são reflexos de nossas características internas no fundo da Luz branca.

A pergunta surge: como podemos ver todas as nossas características egoístas internas que projetam uma imagem de um mundo externo que não é tão agradável, mas que o bom governo superior estabelece fora de nós? Isto é, como vamos ver a atitude do Criador, Sua Luz, e não a cor preta sobre um fundo da Luz branca?

Para isso, cabe a nós mudarmos completamente nossas características de negativas para positivas, da característica de recepção para a característica de doação. Se mudarmos a nós mesmos, começamos a ler no sentido oposto, não prestamos atenção nas letras, pretas, mas na Luz branca, o fundo branco entre as letras. Nós vemos as formas da Luz que são criadas pelas restrições, que são chamadas leras.

As letras são nossos Kelim (vasos), os desejos que ainda não foram corrigidos. Gradualmente, à medida que nos corrigimos, eles são dissolvidos na Luz branca.

As letras foram criadas abaixo do nível de Bina. A parte inferior de Bina é as primeiras nove letras. As nove letras seguintes são ZeirAnpin. E as quatro letras finais são Malchut. Há apenas vinte e duas letras que simbolizam os desejos que Bina produz como o desejo supremo, Gevurah superior (Gevurah Aylah), como o início, a origem dos desejos. Bina produz Malchut e, portanto, as letras começam a nascer a partir dela.

As letras são refletidas pela Luz Superior que é encontrada na Sefira Hochma no fundo de Bina, que constrói dentro de si os modelos das letras e de lá elas descem para o nosso mundo.

Elas não têm nada em comum com as letras em nosso mundo, porque estas são padrões de características. Várias combinações entre as diferentes características produzem palavras, e as combinações das palavras constroem frases. Estas não são conceitos e frases em nosso mundo. Como um programa de computador, palavras, combinações de palavras e frases simbolizam funções, características, leis de como os mecanismos funcionam; por isso, mesmo aqui, estas são as leis da natureza.

Desta forma, nós vemos as características da Luz através da escuridão. No início reconhecemos as letras pretas, os contornos entre a letra preta e o fundo brilhante. Depois, de acordo com a correção de nossas características, já podemos passar a aprender não sobre as letras no fundo branco, mas sobre o fundo branco que é limitado pelas estruturas das letras pretas.

Esta é uma ciência completamente diferente. É possível compará-la com um programa de computador, onde o negativo torna-se positivo e vice-versa, quando o positivo se torna negativo dentro do programa. Se fizermos isso dentro de nós mesmos, entenderemos que as letras são um desejo de prazer que impede a extensão da Luz Superior. E se quisermos descobrir as características da Luz Superior, nos conectar a ela, temos que subir acima das letras até essas características.

Nós podemos subir apenas se transformarmos as letras, as limitações, em Luz branca. Mas quando esta Luz já nos impulsiona, é absolutamente diferente da Luz Superior que preenchia toda a realidade antes da nossa participação especial na correção, porque o fundo que nos fornece a Luz branca é um remanescente, como os astrofísicos chamam quando falam de uma galáxia. Em outras palavras, esta radiação permanente, constante e única detém a totalidade do próprio universo.

O fundo branco que preenche Malchut do Infinito é muito fraco. E nós precisamos escrever nossas letras sobre ele, transformando gradualmente todos os desejos em Luz (ZAT de Bina, Zeir Anpin e Malchut). Em outras palavras, todos os modelos das vinte e duas letras são uma expressão de nossas características. Assim, de dentro dos modelos separados nós começamos a criar infinitas combinações de diferentes características. As letras gravadas são como um programa de computador, que pode expressar as características do mundo. Com isso vamos instalar o nosso programa a partir do zero.

Eles dizem que cabe a nós nos identificarmos com a Luz branca; pois a conclusão da nossa correção, a realização da totalidade, é ser como a Luz quando ainda não havia letras nela, o que significa ser como a Luz que existe no nível de GAR de Bina (Hochma, Keter), que é GAR de Partzuf.

As letras são diferenciadas de acordo com cores, tamanhos e características adicionais. Portanto, a Luz do mundo de Beria é vermelha e no mundo de Yetzira, verde, e no mundo de Assia, preta.

Para ser como a Luz branca, para se tornar equivalente a ela de acordo com as suas características, cabe a nós transformar todas as vinte e duas letras com todas as combinações possíveis entre si em plena equivalência com a Luz Superior. Assim, todas as letras pretas, verdes, vermelhas e brancas são transformadas em claridade, como a Luz do mundo do Infinito.

Da Lição Diária de Cabalá 07/02/14