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Quem Nos Controla?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu tive momentos incomuns na vida que não sei como explicar. Um exemplo disso foi quando precisei tomar uma decisão “sim-não”, e sentia, sabia ou queria dizer, “Não”, mas estava com muito medo de dizer isso.

De repente, por alguns momentos, eu vi o meu futuro, se dissesse, “Sim”, e vi e senti medo e uma ansiedade que era muito mais forte do que o medo de dizer “Não”. Então eu disse: “Não”.

Houve mais situações em que atuei numa divisão aparente. A lógica me disse uma coisa, enquanto o corpo fez e disse outra coisa, algo que eu nunca teria dito ou feito. Todos estes eventos mudaram minha vida drasticamente.

Eu suspeito que isso acontece com todas as pessoas, mas elas simplesmente não prestam atenção misso. Minha pergunta é: O que é isso? De onde vem essa intervenção que parece externa a mim?

Resposta: Nós estamos constantemente sob influências externas, uma vez que não há mais nada. Mais precisamente, essa influência é interna. Elas criam em nós um sentimento de mundo e de nós mesmos. A sabedoria da Cabalá nos revela as possibilidades de influenciar essa fonte de sensação sobre nós mesmos e o nosso mundo e para nos tornarmos os construtores do mundo e de tudo o que é sentido em nós, que é Olam Ein Sof.

Nosso Universo Está Morrendo

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (gazeta.ru): “Os astrônomos que estudam 200.000 galáxias na Via Láctea notaram que o universo está morrendo aos poucos. Suas estrelas tornaram-se duas vezes mais ofuscadas por 2 bilhões de anos. Esta é a conclusão de um grupo internacional de astrônomos que mediram a emissão de energia das galáxias.

“Toda a energia no universo foi criada no Big Bang e parte dela está concentrada na massa da matéria. As estrelas brilham como resultado da transformação termonuclear dessa massa em energia, descrita pela famosa fórmula de Einstein E = mc2.

“Assim, a emissão de energia das galáxias hoje é apenas metade da energia que foi emitida 2 bilhões de anos atrás, o que significa que o universo está sendo gradualmente extinto e morrendo”.

Meu Comentário: Como eu sempre digo, a sabedoria da Cabalá nos fala sobre a natureza finita e temporária do nosso mundo, ou do que percebemos pela nossa consciência como o nosso mundo. É porque nós não vemos a nós mesmos ou o que está ao nosso redor, mas somente o mundo que está dentro de nós. A sabedoria da Cabalá é revelada precisamente com o objetivo de nos permitir corrigir a sensação de nossa realidade e ascender em nossos sentimentos acima do mundo limitado que é sentido por nossos atributos egoístas. Assim, nós subimos a um mundo ilimitado, o mundo de Ein Sof (Infinito), que se faz sentir em nossos atributos altruístas corrigidos de amor e doação. Essa sabedoria nos promete uma transição suave do nosso mundo para o mundo superior e a desconexão gradual do sentimento (consciência) do nosso corpo e deste mundo, na medida em que mudamos os atributos de recepção para os atributos de doação.

No Limiar Da Descoberta Do Objetivo Da Evolução

Dr. Michael LaitmanPergunta: As pessoas estão começando a entender que há uma crise em nosso mundo. Elas a sentem em suas vidas, e tentam encontrar uma resposta para as perguntas: “O que deve ser feito com isso? Como alguém pode responder a isso? Por quanto tempo vai continuar?” Existe algum tipo de regra ou legalidade de acordo com a qual a crise vai continuar a se desenvolver ainda mais? O que pode realisticamente ser usado como uma solução, e que pode ser oferecido como uma solução para estes problemas?

Resposta: A ideia é que nos encontramos na natureza, em especial numa rede de forças, que é desenvolvida conforme o desenvolvimento do ego, ou seja, conforme o desenvolvimento do desejo em todos os níveis da natureza.

No início, estes eram pequenos desejos de partículas elementares. Depois as partículas se tornaram mais consolidadas até que criaram uma estrutura gigantesca, como o nosso planeta Terra, sobre a qual criaram as condições para a vida biológica para os níveis vegetal, animal e humano. Este foi o resultado da evolução do desejo dentro da matéria, o desejo de receber, desfrutar, ser satisfeito e usar o material que se encontra em algum tipo de contato conosco. Nesta base uma conexão entre as partículas elementares, moléculas, átomos e todos os tipos de partes biológicas ocorreu, e do agrupamento de animais, uma sociedade bestial gradualmente se reuniu, e dos seres humanos, uma sociedade humana se reuniu. Isso significa que tudo evoluiu como resultado da evolução do ego.

Por conseguinte, os nossos desejos também se desenvolveram a partir dos desejos bestiais do corpo (comida, sexo, família), os desejos sociais emergiram (riqueza, respeito, controle), porque o nosso ego tornou-se social. Depois disso, o desejo de informação se desenvolveu. A nossa história revela que nós já passamos por essas fases num eixo de desenvolvimento evolutivo e sempre entendemos como agir. O nosso desenvolvimento egoísta instintivamente nos empurrou para algum lugar: a exploração dos recursos mais visíveis e ocultos, e a realização do desejo por comida, sexo, família, riqueza, honra e conhecimento.

Mas, depois de dezenas de milhares de anos de desenvolvimento, de repente chegamos a uma situação inesperada em que o linear, e até mesmo as leis exponenciais do desenvolvimento egoísta, parou de funcionar. A humanidade sempre se desenvolveu de forma linear, e, de repente, nos últimos 100-150 anos, esta se tornou exponencial e alcançou algum tipo de saturação, um ápice. Nós estamos agora neste ápice.

Neste nível, fenômenos muito interessantes estão acontecendo desde que, de repente, o nosso ego parou agir. No passado, quanto mais esforço investíamos, mais nos desenvolvíamos intelectualmente e mais tínhamos sucesso. Quanto mais fortes éramos, mais confiantes nos sentíamos. Mas agora, nenhuma dessas relações lineares simples funciona. Se nos séculos anteriores, uma pessoa com um grande ego lucrava mais com o seu uso, isto não é mais assim, uma vez que o nosso desenvolvimento egoísta normal se esgotou. Segue-se que estamos nos movendo em direção a um paradigma completamente diferente, uma outra dependência. A questão é para que tipo de paradigma estamos nos movendo? Nós ainda não sabemos.

Os cientistas agora estão começando a assumir e imaginar que a nossa contínua evolução não depende do ego individual, pelo contrário, a evolução depende da conexão mútua e da coordenação entre nós. Hoje, isso vem da comunicação que se desenvolveu rapidamente, é integral e abrange toda a sociedade humana, toda a civilização, mas estamos utilizando-a de forma linear, pensando no que se pode obter dela.

Isto significa que nos encontramos numa fase de transição do ego linear para uma conexão integral mútua, e que poderia até mesmo ser no sentido do altruísmo. Gradualmente, percebemos para onde estamos indo. Essas percepções começaram a ser descobertas em meados do século XX, com o Clube de Roma, que publicou todos os tipos de trabalho de economistas, filósofos e outros cientistas. Mas o problema é que, embora um trabalho tenha sido feito, e os cientistas estejam mais ou menos cientes disso, ninguém os ouve. Mesmo assim, nós vemos a futilidade da excitação egoísta que continua em ambas as pessoas e em organizações maiores, a inércia ainda existe em tudo isto e não há para onde fugir.

Apesar de tudo, uma vez que continuamos a trabalhar na sociedade, onde em vez de leis lineares, leis integrais esféricas estão começando a trabalhar, vemos como nossa sociedade está começando a sofrer forte pressão e se encontra numa forma desagradável. Disso deriva a estratificação da sociedade, onde na sua parte superior, alguns milhares de pessoas no mundo concentram a riqueza e o controle em suas mãos, enquanto o resto das massas está despencando. Uma imensa lacuna foi criada entre o estrato superior, composto por alguns milhares de pessoas, e a camada inferior, que inclui as demais bilhões de pessoas.

Por um lado, isso certamente deve levar a uma grande explosão. Por outro lado, toda a riqueza que tem sido acumulada não vai valer nada. A hierarquia do desenvolvimento dos desejos (comida, sexo, família, riqueza, honra, conhecimento) inclui um nível em que é possível usar a riqueza para as necessidades do próximo nível de desenvolvimento. E quando a humanidade começar a ultrapassar este nível e concluí-lo, não haverá mais necessidade de riqueza, pois o nível seguinte começará a aparecer, e levará à realização do sentido da existência.

Os cientistas que estudam a criação estão subitamente começando a estudar a sua holografia, universos múltiplos, e chegam à conclusão de que o planeta Terra e todo o nosso universo é finito. Nós estamos começando a entender que temos sempre jogado algum tipo de jogo com dinheiro, exércitos e guerras. Essencialmente, um grande processo está ocorrendo agora em que somos elementos dentro dele. Além disso, nós não determinamos o seu desenvolvimento, curso ou fluxo, e especialmente seu objetivo. Nós estamos numa fase em que temos que descobrir o verdadeiro objetivo evolutivo de nosso próprio desenvolvimento. Isto nos levará à desilusão e uma nova visão do mundo. Nós precisamos olhar para nós mesmos, e para tudo que está acontecendo, de fora e investigar toda a natureza no seu próximo desenvolvimento.

Isto significa que por trás dos desejos físicos (comida, sexo, família) e dos desejos sociais (riqueza, honra, conhecimento), um novo desejo está se desenvolvendo para alcançar o verdadeiro significado da nossa existência. Este é o desejo que tem que nos dominar e para o qual estamos nos movendo. Portanto, hoje a humanidade está gradualmente descobrindo a crise, e eu espero que possamos projetar a sua visão correta para nós mesmos, pois, assim, não chegaremos a um desvio no caminho, e entenderemos que a vida continua somente por este caminho.

De KabTV “A Última Geração” 12/08/15

Transformação No Crescimento Espiritual

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Números”, 13:30-13:31: Então Calebe fez o povo calar-se perante Moisés e disse: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos!” Mas os homens que tinham ido com ele disseram: “Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós”

Calebe é um dos espiões como Moisés. É o mesmo ponto no coração que recebe um nome diferente em cada estado em que existe. Ele permanece em cada estado e esta é a forma como a pessoa avança, pois sem ele não poderia avançar. Imagine se todos os espiões tivessem declarado que o trabalho espiritual não era para eles e partissem. O Criador teria tido uma conta terrível com o povo.

A Torá, “Números”, 13:32-13:33: E espalharam entre os israelitas um relatório negativo acerca daquela terra. Disseram: “A terra para a qual fomos em missão de reconhecimento devora os que nela vivem. Todos os que vimos são de grande estatura. Vimos também os gigantes, os descendentes de Enaque, diante de quem parecíamos gafanhotos, a nós e a eles”.

É o ego no qual os espiões afundam, não tendo poderes para subir acima dele. Os gigantes (Nephilim) são aqueles que já venceram o ego e assim podem existir acima dele. “Diante de quem parecíamos gafanhotos” significa que os espiões atingiram uma pequena realização espiritual de GE quando subiram acima do ego e viram que não eram nada quando consideravam suas forças espirituais, habilidades e opções em comparação com o gigantes. Eles parecem estar olhando para seus estados futuros.

Se você pertence à geração do deserto, você se vê como grande antes de entrar na terra de Israel. O que eu tenho que fazer para alcançar isso?! Mas, se você perguntar isso a uma criança, por exemplo:

– Você quer ser o melhor?

– Sim.

– Então tem que se formar na universidade, obter vários diplomas, e trabalhar 18 a 20 horas por dia.

– E a minha vida?! Eu não posso fazer isso! É muito difícil! Eu trabalho o tempo todo e tento fazer esforços para ter sucesso!

– Mas este é o seu futuro. Então você aceitar ou não?

– Eu preferiria voltar para o deserto.

Isto significa que há uma comparação aqui entre o meu eu atual e eu na terra de Israel. Eles entram no seu futuro e percebem quão difíceis e complexas são as ações anti-egoístas.

O ponto é que quando você olha para isso à distância, vê que é impossível, porque olha para tudo através dos olhos do deserto! Você não vê o componente que o Criador lhe deu, de modo que não o leva em conta. O Criador deu-lhe o poder de tornar-se grande, mas você não sente isso. Então você pensa: “Se eu preciso fazer isso por mim mesmo, não posso”. A sensação de que o Criador está ao seu lado é tirada de você para que você entenda que tem que fazer isso, mas que não pode fazê-lo sem Ele. Então, uma possibilidade é construída em você. Você escapa e não quer nada, então volta e foge novamente. Depois, há um golpe de cima e você avança para conquistar a terra de Israel. Como? Não importa; seus olhos estão fechados e você não se importa com o como; você simplesmente precisa sacrificar sua vida por isso.

Este é um ponto de virada, a travessia do rio Jordão, que é semelhante à travessia do Mar Vermelho. Mas lá o mar se divide e pronto, enquanto aqui é um processo mais consciente, o que significa que é mais complexo. Antes da fuga do Egito, o medo do Faraó, que estava perseguindo-o, o empurrava. Aqui é o oposto, uma vez que agora você tem que despertar a necessidade de avançar nessa direção. Lá você escapou por medo, mas aqui você entra. Essa é a forma como deve ser, uma vez que este é o crescimento espiritual.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 4/8/15

Um Único Salto Para A Felicidade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Há um provérbio japonês que diz: “Problemas irão transformá-lo numa pedra preciosa”. Como você se relaciona com isso?

Resposta: Esta é a filosofia Samurai e fala sobre o caminho do sofrimento. Eu acho que nós não temos nenhuma necessidade disso, já que seguimos nosso próprio caminho. Por que precisamos ir à felicidade pelo caminho do sofrimento? Nós podemos saltar acima dele imediatamente, como os judeus sabem muito bem.

Por enquanto, nós não conseguimos fazer isso porque não queremos ouvir o método que recebemos milhares de anos atrás, a sabedoria da Cabalá, mas ele pode nos levar à felicidade num único salto

Comentário: Mas, no entanto, quando você tinha problemas de saúde, seu professor dizia que estava com inveja de você, porque via isso como um sinal de progresso.

Resposta: Certamente graças ao sofrimento, a pessoa melhora porque o sofrimento trabalha contra o ego que quer prazer o tempo todo. Então, um outro sistema de estudo e compreensão apareceu que se opunha ao ego. Mas este não é o caminho certo!

O Cristianismo diz: “Se eles o golpearem numa face, dê-lhes a outra face também”. Isso não está certo. Nós temos que ir por outro caminho. A sabedoria da Cabalá explica tudo de uma forma muito simples. O Criador criou a vida e a morte; então, escolha a vida. Com todas as nossas forças, devemos ansiar pelo bem, pelo amor, pela facilidade, e não se enterrar no sofrimento. Nós não temos nenhuma necessidade disso. Ir voluntariamente para o exílio, sofrer lá, e que isso vai ser melhor para todas as pessoas é o caminho totalmente errado! O ego nos atrai intencionalmente para lá e esta não é a abordagem Cabalística para o mundo, a nossa história, a nossa missão.

O Criador nos abençoa com paz, felicidade, Luz e calor, mas de nenhuma maneira com sofrimento. No sofrimento, a pessoa não está preparada para abençoar o Criador. Ela não pode chorar e dizer: “Como é bom para mim estar com você”. Afinal de contas, esta é uma mentira. Por isso, é proibido para nós desenvolver o nosso próprio sofrimento. O Cristianismo é baseado nisto. Mas, do ponto de vista da sabedoria da Cabalá, isso é totalmente incorreto.

Pergunta: Então, o que significa “Alegra-te quando os ímpios são revelados a você”?

Resposta: Isso significa se alegrar quando os seus defeitos são descobertos dentro de você. Você está feliz com isso e não sofre. Isto é felicidade, porque suas características pessoais estão agora sendo reveladas, e você vê que pode corrigi-las. Se elas são reveladas a você desde cima, isso significa que você certamente irá corrigi-las.

De KabTV “Conversas com Michael Laitman” 05/08/15

Onde Está O Meu Verdadeiro “Eu” E Não O Imaginário?

laitman_940Pergunta: Se o Criador controla meu coração e minha mente, como eu posso escolher e mudar de direção?

Resposta: Eu, eu sou apenas uma parte do sistema, algo que está incluído no grupo, e com a ajuda da conexão com ele, sou capaz de participar na oração geral, MAN.

Isto não é o meu corpo e nem os meus atuais sentimentos e mente. Tudo isso não é levado em consideração; assim, este mundo é chamado de “imaginário”. É possível apagar completamente tudo o que sentimos, já que não há nada real nisso. Tudo é fictício. Então, o que me resta? O Reshimo (reminiscência) também não é eu, uma vez que também vem de cima. Somente os meus esforços para ser integrado no grupo são levados em conta, com o objetivo de retornar o sistema de volta ao que era no começo. E isso é chamado de MAN.

Pergunta: Quando eu trabalho no grupo, outros tipos de desejo despertam em mim?

Resposta: Claro que é outro tipo de desejo. Meu desejo de ser integrado no grupo e os esforços que faço, a fim de me conectar com os amigos já é o meu esforço para chegar à doação, já que quando faço isso, eu devo me anular.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 09/03/14