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Amor Pelos Animais Ou Amor Pelas Pessoas

Laitman_049_01Pergunta: O ser humano é uma parte do mundo animal, embora mais desenvolvida. Animais podem ser herbívoros ou predadores que consomem uns aos outros. Ao longo de toda a história da humanidade, as pessoas comeram animais, de modo que podemos ser colocados na categoria de predadores.

Por que, então, o vegetarianismo tornou-se tão popular ultimamente? Pode ser resultado do desenvolvimento das pessoas, a tal ponto em que ficam desconfortáveis em matar animais para seu próprio prazer?

Resposta: Eu não acho que a humanidade se desenvolveu tanto, porque o desenvolvimento deve ser interno, não simplesmente do intelecto. Sabemos que a alta inteligência não torna a pessoa gentil com os outros. Isso não depende do nível de educação, da universidade em que a pessoa se formou, ou quantos prêmios Nobel ela tem.

Em geral, não vejo que o homem esteja evoluindo no sentido humano. É impossível encontrar um exemplo onde uma nação alcançou elevado desenvolvimento interior em virtude de seu progresso técnico e realizações tecnológicas, ou mesmo por realizações em literatura, música e medicina.

A Alemanha era o país mais desenvolvido antes da segunda guerra mundial e veja que tipo de sofrimento os alemães trouxeram para o mundo inteiro.

Pergunta: Mas eu estou falando de um aspecto específico: o tratamento de uma pessoa para com os animais!

Resposta: E eu não estou falando de animais, mas do tratamento de uma pessoa para com as pessoas! Sabemos que a nação mais desenvolvida na época fez abajures de pele humana. É por isso que eu não vejo nenhum sinal de avanço no fato de que uma pessoa se recusa a consumir animais como alimento.

Estamos falando do desenvolvimento de qualidades humanas numa pessoa. Se o vegetarianismo fosse uma consequência de tal desenvolvimento, seria uma história diferente. No entanto, por agora, não falamos disso. O vegetarianismo não tem ligação com o bom tratamento das pessoas.

Pergunta: Se uma pessoa se recusa a matar um animal para sua própria saciedade, isso não significa bondade?

Resposta: É uma abordagem completamente errada, porque mesmo assim, nós matamos e torturamos animais diariamente através de nossas relações egoístas com as pessoas, e matar e comer uma galinha não é egoísmo, porque uma galinha existe a fim de elevar uma pessoa. A premissa interna de uma galinha é ajudar uma pessoa a viver e a elevá-la a um nível superior.

Além disso, nossos corpos têm necessidades que são impossíveis de satisfazer apenas com uma dieta vegetariana. Uma pessoa precisa de carne. Não compreendemos isto ainda e não pesquisamos o suficiente. Eu tenho certeza que tal investigação existe, mas está sendo escondida e impedida de ser publicada.

Uma pessoa não pode viver sem comer carne. Nosso corpo e seu sistema digestivo, todo o sistema de ingestão de alimentos, é organizado de tal forma que somos obrigados a comer carne, exceto aqueles que não gostam por natureza. Há um tipo especial de pessoas que não gostam de carne.

A conclusão é muito simples. Nós não podemos espalhar o vegetarianismo como uma ideologia através de meios persistentes da pressão. Precisamos parar de anunciá-lo em todos os canais. Vegetarianos fervorosos se parecem com predadores que estão prontos para despedaçar outras pessoas que comem um pedaço de frango.

Deixe os vegetarianos mostrar aos outros quão amáveis o vegetarianismo os tornou, o quanto sua atitude para com as pessoas, e não apenas para com os animais, mudou para melhor. Deixe-os primeiro corrigir seu relacionamento com as pessoas e só depois disso com os animais, e mostrar um exemplo para todos! Só então eu vou entender que essa é uma revolução na humanidade e não apenas uma revolução vegetariana.

Uma dieta vegetariana está sendo referida como natural, como a mais perto da natureza. No entanto, ela é natural? Se uma pessoa quer seguir a sua natureza, ela precisa comer carne.

De KabTV “Uma Nova Vida” 30/07/15

Nossa Consciência Coletiva Influencia O Mundo

laitman_947Nas Notícias (Epoch Times): De acordo com um estudo da Universidade de Princeton, uma emoção ou um pensamento que várias pessoas compartilham simultaneamente pode afetar a realidade física. Nossos pensamentos podem ser poderosos, não só no sentido ideológico, mas também fisicamente, e um pensamento que é compartilhado por várias pessoas é muito poderoso.

“De acordo com as conclusões do estudo da consciência humana na década de 1990 realizado no laboratório de Princeton (PEAR), a mente humana pode influenciar um gerador de números aleatórios. Tais experiências têm levantado várias questões: pode a resposta emocional das pessoas ter um efeito sobre um terremoto destrutivo, sobre um ataque terrorista ou sobre os sentimentos dos fãs de futebol, etc.? Pode a alegria compartilhada de pessoas durante um feriado especial influenciar nossos eletrodomésticos? O esclarecimento e a análise destas questões indicam que existe um profundo relacionamento inconsciente entre as pessoas, mesmo que elas não estejam conectadas fisicamente”.

Meu Comentário: A sabedoria da Cabalá nos permite alcançar uma influência coletiva consciente que propositalmente está focada no mundo. Não há nenhum outro método, e, portanto, o principal princípio pelo qual podemos alcançamos essa influência sobre o mundo é “ama teu amigo como a ti mesmo”.

Como Inclinar A China Para O Caminho Da Luz

laitman_547_05Pergunta: Eu estou preocupado com a situação na China. O que pode ser feito para transformar o avanço pelo sofrimento em avanço pelo caminho da Luz?

Resposta: Se ainda existisse um governo nacional forte na China, em seu lugar, para salvar a China, eu enviaria toda a população para um curso obrigatório sobre Educação Integral. Desta forma, seria possível atrair uma grande Ohr Makif (Luz Circundante). E não importa o quanto eles entenderiam. Não há nenhuma necessidade de entender; pelo contrário, é preciso simplesmente realizar, assim como todos uma vez leram os escritos e as citações de Mao Tse-Tung do Pequeno Livro Vermelho; agora, todos também estariam envolvidso na Educação Integral como uma ferramenta maravilhosa.

Na minha opinião, este método está perto deles e estão prontos para isso. Isto é imperativo; não há outra solução; caso contrário, nós estaremos nos aproximando de alguns eventos extremamente trágicos. O que há para ser feito com centenas de milhões de pessoas que são deixadas sem trabalho, renda e anseiam por uma fatia de pão? O que farão nas cidades? Fazê-las voltar às aldeias não é mais possível. Este é um problema de todo o mundo.

Na verdade, hoje, o mundo quase não precisa da China. Este período terminou rapidamente; durou cerca de vinte anos. Houve uma prosperidade rápida, e pronto; não existe necessidade disso. O mundo inteiro está em crise, ninguém precisa comprar nada. Os Estados Unidos não estão interessados na prosperidade continuada da China porque deve prover trabalho para os seus cidadãos. Além disso, a produção chinesa não é tão barata como era antes.

Há uma infinidade de razões, mas nós não as compreendemos e achamos que é possível corrigir algo com a ajuda de várias alavancas econômicas, diminuindo ou aumentando as taxas de juros. Mas nada vai ajudar. Desta forma, é possível apenas passar o tempo. Estamos nos aproximando de uma guerra mundial, mas, enquanto isso, esperamos adiá-la um pouco.

É impossível extinguir a bagagem negativa que a humanidade está acumulando cada vez mais. Não há solução para nenhuma dessas perguntas. Afinal de contas, massas de pessoas, armas, ódio e contenda entre todos estão ligadas a isto; tudo isso se tornou um problema insolúvel. Se não houver uma crise local, o fogo se espalhará por todo o mundo. A partir de hoje, o estado está se deteriorando rapidamente, não apenas no sentido de exaltações locais entre nações individuais, mas na formação de dois blocos muito grandes que se opõe.

O Criador espera nossa correção. Forças são reveladas e moldadas de acordo com a falta de trabalho da nossa parte. Aqui as leis da natureza são ativas. Se não abrirmos a cratera do vulcão para liberar um pouco da pressão que está reunida nele, ele aquecerá até, finalmente, entrar em erupção.

Agora é impossível liberar a pressão através de ações específicas num lugar ou outro do mundo, como tinha sido feito até agora. O mundo necessita de correção e conexão, mas está num estado muito distante da conexão; ninguém quer ouvir sobre isso. Todas as organizações que antes se estabeleceram por uma questão de conexão, como a UNESCO, a Organização das Nações Unidas, e as principais organizações internacionais, com o tempo tornaram-se forças políticas. Nenhuma organização manteve a ideia de trabalhar em benefício da construção de conexões entre os povos.

Nós chegamos ao ponto final de esclarecimento, e entendemos que é impossível construir algo com a ajuda de uma pessoa “egoísta”. Agora, será que as pessoas vão querer aceitar a Educação Integral? Pois se isto não acontecer, é assustador pensar no que vai acontecer com o povo de Israel. O mundo inteiro vai nos atacar. Este é um problema muito sério no sentido de que a pessoa não pode fechar os olhos.

Portanto, sair para disseminar é uma questão de sobrevivência para nós. Nossa sobrevivência depende da nossa saída para disseminar e do grau de nosso sucesso nisso. O método espiritual superior está se tornando algo muito prático na vida. A espiritualidade, a disseminação e a prevenção da ameaça de guerra mundial estão conectadas. De repente, num momento, o mundo pode ser transformado, então devemos nos relacionar com isso com grande seriedade.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 17/03/14, Escritos de Baal HaSulam

Equipado Com Uma Intenção

Laitman_065Pergunta: Como podemos nos unir se a brecha entre as diferentes correntes e setores parece impossível de atravessar?

Resposta: Essa é a forma como deve ser no fim do exílio. Isso não me surpreende. Chegamos a este estado como resultado de eras de evolução. O mundo moderno é o nível avançado da evolução do nosso ego. É bom porque o ego é revelado em sua forma clara e específica a este nível. A única coisa que falta é o reconhecimento do mal: nós temos que entender que nos sentimos mal precisamente porque o nosso ego nos mostra que ele é a fonte de todo mal.

Nós ainda não temos esse reconhecimento, o que significa que não devemos apenas sofrer porque nos sentimos mal, mas precisamos descobrir a razão para esse mal. No momento nós não associamos a divisão entre nós com uma escalada militar em algum lugar no mundo, com demonstrações, com os problemas que surgem o tempo todo, e com o aumento do custo de vida. Nós não associamos tudo isso com o nosso ego, e, portanto, ainda não temos o reconhecimento do mal e simplesmente nos sentimos mal.

Temos que trabalhar nisso e explicar que, na verdade, a falta de conexão entre nós é a fonte de toda forma de mal e que a correção também reside na mesma causa: a renovação da conexão entre nós.

A própria humanidade nunca será capaz de descobrir essa dependência e que a falta de conexão entre as pessoas tem um efeito destrutivo sobre a natureza e a ecologia. Nós podemos convencer as pessoas de que a separação tem uma má influência sobre a sociedade e leva a quebras entre os setores religiosos e não religiosos, entre o rico e o pobre, entre diferentes correntes; ela também leva a problemas nos sistemas educacionais, mas tudo isso pertence ao nível humano. Quando falamos do efeito nos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza torna-se difícil explicar isso.

As pessoas têm que passar por aflições terríveis antes que possam ver a conexão entre essas coisas. Portanto, é nossa obrigação disseminar a sabedoria da Cabalá, e Baal HaSulam diz que o tempo para isso chegou.

Pergunta: Será que podemos convencer as pessoas definindo um exemplo pessoal para elas, mostrando-lhes os bons resultados que o estudo da Cabalá pode trazer?

Resposta: Eu não acho que isso vai ajudar, mesmo que corramos e demonstremos belos exemplos da conexão entre as pessoas. Nosso principal trabalho é usar a nossa intenção. Nós temos que realizar ações, mas acima de tudo temos que nos concentrar em nossa intenção e não procurar soluções além da educação integral.

Eu não acho que seremos capazes de fazer qualquer progresso através de nossas ações. As ações são importantes, mas elas acontecem por conta da Luz Superior que opera de acordo com a nossa intenção. A própria ação na qual a intenção é baseada não é tão importante. Nós simplesmente temos que utilizar todas as opções que se abrem desde cima.

Nós estamos nos aproximando da intenção correta o tempo todo – tudo isso é nosso trabalho. Consequentemente, nós atraímos a Luz e não precisamos de mais nada, exceto da Luz. Não estou armado com uma pistola ou uma lança, mas apenas com a intenção que eu tenho que usar a fim de atrair a Luz.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/03/14, Escritos do Baal HaSulam

Pesquise Numa Caixa De Areia De Crianças

Laitman_079_02Pergunta: Por que os Cabalistas impediram a propagação da ciência comum entre a nação de Israel?

Resposta: Os Cabalistas não impediram a propagação da ciência, ela simplesmente se desenvolveu na medida em que isso era necessário. Afinal, antes da destruição do Templo toda a nação estava envolvida na realização espiritual em devoção absoluta. Por que eles tinham que estudar insetos na selva ou eletricidade?

A ciência externa explora como devemos trabalhar com diferentes expressões da Luz neste mundo, no nível mais baixo. Isso é inútil, se eu posso trabalhar diretamente com o Criador, com os mesmos fenômenos, num nível superior. Lá eu estou realmente incorporado nas ações e trabalho com o fenômeno, e essa é uma enorme diferença.

Em comparação com este trabalho sublime, a ciência externa é simplesmente um jogo numa caixa de areia de crianças. Esta é a razão porque a nação de Israel não se envolveu com a ciência além do que era necessário para construir ou satisfazer as necessidades do corpo. Que propósito há em lidar com ela mais do que isso?

Havia pessoas que sabiam como processar o couro, preparar comida e construir casas, como fazer qualquer coisa que fosse uma necessidade básica, mas não mais do que isso: para ganhar a vida, para a família, para a próxima geração. Era impossível viver sem isso e então eles tinham que fornecer essas necessidades.

Mas dinheiro, respeito e conhecimento são desejos humanos que levam a uma quebra na sociedade e, portanto, foram mantidos num nível mínimo. Só depois que a nação de Israel foi exilada é que eles gradualmente começaram a descer mais e mais.

Eles não podiam se envolver em qualquer outra coisa quando estavam no exílio e, assim, se engajaram em qualquer coisa que fosse possível, especialmente no comércio e no desenvolvimento do sistema bancário, uma vez que podiam se envolver nisso em toda parte e isso deu-lhes uma sensação de segurança. Eles poderiam garantir seu futuro desta maneira.

Graças ao fato de que os Judeus se dispersaram por toda a Europa e no Oriente Médio, eles poderiam estabelecer uma rede semelhante à moderna rede integral no comércio, indústria e finanças. Eles começaram a construí-la há mais de 2000 anos. Se um Judeu da Espanha chegava no Egito, Marrocos, Turquia, ou nos países do norte da Europa ele sempre poderia encontrar lá Judeus com quem tinha uma língua comum; ele poderia encontrar um lugar para viver, entender suas vidas e eles podiam entendê-lo.

Este não era o caso, entre outras nações. Havia apenas pequenas aldeias na Europa que ficavam muito longe umas das outras. Por outro lado, era fácil para os Judeus construir tais sistemas, porque eles sentiam que pertenciam a uma nação, a um Criador; eles estudavam dos mesmos livros e liam as mesmas orações. Além disso, eles nunca sabiam o que o futuro traria. Se você é uma pessoa que pode ser considerada porque teme o Criador, eu posso deixar uma soma de dinheiro que tenho guardado para momentos de dificuldade. Se algo acontecer, eu sempre posso vir até você e você vai me dar de volta o que é meu.

Esta é a forma como os sistemas de comércio e indústria se desenvolveram. Não havia necessidade de ciências externas, porque eles tinham o seu próprio sistema. Livros eram transferidos de um lugar para outro. Era uma rede muito forte. Foi realmente assim que a humanidade começou a despertar e avançar da idade da barbárie.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/03/14, Escritos do Baal HaSulam

O Criador Precede Tudo

laitman_276_02Por que podemos entender o mundo em que estamos vivendo? Porque o sentimos. Se começássemos a senti-lo de uma maneira diferente, seria entendido como algo a mais sentido dentro de nós mesmos.

Em outras palavras, a sensação deve ser anterior à compreensão. É impossível compreender uma realidade que não sentimos. Isso não acontece. Às vezes, é possível entender algo em nosso mundo de acordo com nossa imaginação, porque temos modelos internos da sensação de objetos particulares, e é possível imaginá-los de alguma forma. Mas isso é um problema.

Nós estamos prontos para imaginar, digamos, o sabor de uvas com benzeno? Isto é, enquanto não tivermos experimentado algo tangível, os Kelim (vasos) não são criados em nós, já que os Kelim são desejos, sentimentos, e antes disso, o nosso cérebro não tem nada com que trabalhar.

Portanto, o nosso problema com o Criador é que Ele é a única força, e nós temos a oportunidade em nosso mundo de nos sentir separados Dele, e esta é a melhor coisa que Ele já fez. Ele criou algo como se isso existisse fora Dele (existência a patir da ausência) e, especificamente, desta inexistência é possível começar a alcançar o Criador.

Mas é impossível entendê-Lo com o intelecto, porque Suas características, costumes e atividades são completamente incompreensíveis para nós. Níveis de aproximação do Criador estão de acordo com o grau de equivalência com Ele. O maior problema de nos aproximarmos é que a cada passo da nossa abordagem para com o Criador, nós devemos compreender mais e mais – sentir, saber e entender dentro de nós – que todos os nossos movimentos dentro de nossos desejos, pensamentos, unidades e planos, sejam eles quais forem, quando nos dirigimos diretamente a Ele, e até mesmo quaisquer atividades opostas quando queremos torcer e mentir para nós mesmos, em tudo isso o Criador nos precede.

Não faz diferença o modo como percebemos a nós mesmos; em quaisquer desejos, pensamentos ou ações, nós sempre O descobrimos em primeiro lugar e, depois disso, a nós mesmos. E onde eu estou? Torna-se claro que o “eu” de cada um de nós está especificamente na compreensão do fato de que o Criador está em toda parte e é preciso aderir a Ele neste ponto. Assim, o “eu” vai se aderir gradualmente, em partes, em algum momento, ao Criador, até atingir plena equivalência com Ele. Esta forma é chamada de Adão (homem).

No entanto, para nós, é difícil imaginar isso, porque tudo deve acontecer dentro de nossos desejos, e isso vai ser realizado apenas quando começarmos a nos mover dentro da nossa análise interna rumo à descoberta do Criador em tudo dentro de nós e ao nosso redor, de acordo com o princípio de “Não há outro além Dele”.

O que eu estou pensando agora, este é o Seu pensamento. A minha reação a esse pensamento é também minha reação ou a reação Dele? De que forma podem os nossos pensamentos ser equivalentes? De que forma eu posso ver a diferença entre Ele e eu? Se eu não concordo com o pensamento que é despertado em mim, isso significa que esta discordância vem Dele, e aqui começa a se tornar claro onde a minha forma ainda não é como a Dele.

Esta é uma análise muito interessante. No início, é cansativa. Depois, ela começa a ser interessante. Afinal, este é um jogo interno constante que, de fato, acrescenta à nossa vida e lhe dá um significado interno, energia interna, uma fonte de movimento. Se a pessoa começa a procurar o Criador em todas as suas unidades, sentimentos e pensamentos, mesmo em movimentos que são reações inconscientes e instintivas – isso significa que ela está procurando a maneira em que ela é diferente do Criador.

Na natureza inanimada, vegetal e animal, o Criador se manifesta instintivamente. Lá, tudo acontece de acordo com leis específicas. Não há problemas, e todas as leis da natureza são realizadas com precisão.

Portanto, não podemos ter qualquer queixa contra os animais, não pode haver quaisquer queixas de animais uns contra os outros. Tudo está num equilíbrio específico: quem come quem e quem existe à custa de quem. Tudo está definido desde o início. Tudo deve existir dessa forma. Aqui, há uma transmissão precisa e instintiva da natureza. O Criador age neles naturalmente e não é expressado em nenhuma forma.

É a mesma coisa em relação às pessoas em quem o Criador não deseja ser revelado. Ele trabalha instintivamente. Nós vemos que todos os grandes políticos, economistas e em parte também os cientistas (há aqueles que já estão conscientes de sua diferença), sem mencionar as pessoas comuns, todos existem instintivamente. O Criador não é revelado em relação a eles.

De que forma Ele é revelado a nós? Primeiro, Ele nos obriga a procurar a razão da nossa existência – ou seja, começar a procurar por Ele – e nos leva a um sentimento a respeito de onde e de que forma estamos começando a crescer acima do nosso nível animal. Se eu estou envolvido neste momento, estou tentando entender em que lugar em mim, nos meus pensamentos e sentimentos, eu posso entender o Criador, onde Ele sempre me desafia, me gere desde dentro. Este pensamento está relacionado com o nível de Adão. Eu quero subir acima do comportamento instintivo e conscientemente reconhecer a gestão do Criador, consciente do meu ponto de vista. Este é precisamente o caminho que devemos percorrer.

Aqui, nós gradualmente começamos a nos separar Dele e a nos conectar com Ele conscientemente, ou seja, que antes eu estava sob a gestão instintiva do Criador: tudo o que eu fazia, toda a minha vida anterior tinha que ser especificamente assim. Tudo é atribuído a Ele!

A partir deste momento, eu quero sentir Sua atividade em todos os meus sentimentos, meus desejos, em tudo o que acontece dentro de mim e, depois disso, decidir se concordo com esta ação, como posso me aderir a Ele, mas conscientemente.

No início, eu devo sentir que Ele é Ele e que eu sou eu, e que Ele está fazendo alguma coisa dentro de mim. Será que eu concordo com Seus desejos e pensamentos com coração e mente, com o que Ele está fazendo comigo? Se não, eu preciso me conectar com Ele e aderir a Ele acima do meu desejo e pensamentos. Esse é um grande trabalho. Aqui, eu começo a me separar do Criador (isso é chamado de “análise do estado”) e depois disso, fazer uma correção, conectando-me a Ele (isso é chamado de “correção e adesão”).

A distância entre eu e Ele é determinada pelo meu ego que eu estou começando a descobrir dentro de mim, e quanto mais eu trabalho em mim mesmo, mais o meu ego cresce de menos (negativo) para um imenso mais (positivo), ou do comportamento instintivo para a consciência de que Ele é quem está agindo dessa maneira, mas eu ainda concordo com Ele e me volto a Ele. Isto avança de forma cônica, e nós temos que conectar estes dois sistemas dentro da linha do meio.

Através da compreensão de que sem o ego não podemos nos diferenciar Dele, nós nos tornamos uma criatura independente, damos grande contentamento ao Criador. Só então é que vamos começar a entender o que é a existência a partir da ausência, e de lá nos conectar à “existência a partir da existência”.

Da Lição Diária de Cabalá 07/02/14