Economia – Para A Vida E Não Para O Lucro

laitman_202_0Pergunta: Num artigo do Baal HaSulam, ele escreve sobre a nova economia da sociedade corrigida. De que forma ela difere da economia atual que entrou numa profunda crise, e quais devem ser as fases de transição no caminho para alcançá-la?

Resposta: A principal diferença entre a economia atual e a economia do futuro é que a economia do futuro é direcionada à participação do homem simples e comum que recebeu uma educação nova e especial, através da qual ele vai entender em que tipo de sistema ele se encontra. Essa é uma abordagem completamente nova.

Primeiro de tudo, a pessoa precisa passar por uma preparação para aprender a estrutura da sociedade humana, e depois ver-se como parte dela.

Ela vai entender de que forma deve se comunicar com todos os outros, de que maneira a sociedade provê a si mesma com o que ela precisa, quais são suas necessidades, como a sociedade as preenche, e qual o nível de satisfação ideal satisfatório para cada cidadão e nação, e que tipos de metas a sociedade coloca diante dela na esfera social e pessoal na cultura e na educação.

Uma pessoa tem que saber tudo isso porque nós estamos intimamente ligados uns com os outros. A falta de entendimento nos divide em dezenas de facções e todos os tipos de movimentos, e nós só interferimos uns com os outros.

Assim, a prioridade não é em uma mudança para uma nova economia, mas a criação de um sistema de educação que abranja todo o país e até o mundo. A pessoa começa a adquirir uma compreensão clara de seu lugar na sociedade e na conexão mútua universal.

Ela não vai estudá-la como uma teoria abstrata, como numa universidade; ela vai experimentá-la de forma prática em si mesma na sociedade. Todo mundo vai participar em exercícios como estes.

Só depois que a pessoa entende onde ela está, o quanto depende de todos os outros e de que meta a humanidade está se aproximando, é que ela irá se mover em direção à transição para uma nova economia, e não antes disso.

Essas mudanças não podem ser impostas de cima, sob a forma de diretivas. A própria pessoa deve participar delas. Ela deve consentir em estar satisfeita com um ótimo padrão de vida. Um nível ideal possibilita que a pessoa viva sem sentir uma deficiência e necessidade de algo, mas para ela, não vai ser mais ou menos do que é para os outros. Afinal, os nossos corpos requerem a mesma coisa.

Pode ser que eu fique satisfeito com uma asa de frango, ao passo que você precisa de um frango inteiro, mas o princípio é que cada um recebe de acordo com as necessidades bestiais de seu corpo. Além disso, é necessário assegurar todas as necessidades humanas: educação, cultura e lazer. Ou seja, todo mundo exige satisfação de acordo com suas deficiências materiais e sociais, e ainda há a deficiência intelectual que a pessoa preenche através da aprendizagem, buscando uma resposta para a questão do sentido da existência e a realização do objetivo da vida que transcende os limites da existência física.

A principal coisa é entender que existem vários níveis de existência. Um nível é corpóreo – ou seja, material, bestial, onde cada um recebe o que é bom para seu corpo, família e estilo de vida: uma casa com todo o seu conteúdo, condições normais – mas não mais.

Todo mundo precisa concordar que isso é o suficiente para nós, e não é necessário criar uma deficiência artificial que confunde a todos e os convence de que eles devem comprar um novo produto para que alguém fique rico. Apenas coisas normais permanecerão, coisas que são benéficas para a nossa saúde, e se parece que é possível fazer algo que seja ainda melhor e mais saudável para o corpo, então fazemos isso.

Isso significa que tudo deve ser racional e não para o lucro, que é a culpa por termos criado centenas de diferentes tipos de milhares de produtos. A economia do futuro será justa.

Pergunta: Mas muitos podem dizer que a economia de hoje é justa, porque é baseada na oferta e na procura. Se existe uma procura, é criado um produto. Se não existisse uma procura por centenas de tipos de queijo, ele não seria produzido.

Resposta: A procura é criada artificialmente. Nós queremos que a economia sirva às nossas vidas e não que as nossas vidas sirvam à economia.

De KabTV “A Solução” 24/06/15