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O Segredo Dos Livros De Cabalá

laitman_526Pergunta: Se não há palavras na espiritualidade, como os Cabalistas transmitem as suas realizações uns aos outros e escrevem livros?

Resposta: Os Cabalistas usam o que chamamos de linguagem dos ramos. O mundo espiritual é a raiz, e com isso nós percebemos alguma marca corpórea em nossos sentidos corporais, que é chamada de ramo.

Portanto, nós podemos descrever fenômenos espirituais mesmo em nossa linguagem, usando palavras deste mundo, porque há um resultado, um ramo no mundo corpóreo para tudo o que existe no mundo espiritual.

Suponha que existam dois Cabalistas. Como posso dizer-lhe sobre o mundo espiritual, se a consciência espiritual e a realização são pessoais? Eu sinto certa imagem, uma forma, um grande mundo, uma realidade infinita que me é revelada em todos os meus sentidos em todas as direções, em todos os eixos, e você sente alguma coisa, também. Como podemos comunicar e compartilhar nossas impressões?

A solução é, na verdade, estar aqui em nosso mundo, em nossos corpos físicos. Esta é a razão pela qual nós podemos usar nossos corpos para nos comunicar uns com os outros para escrever textos e transmitir informações até mesmo por pistas ou um olhar. Esta é a razão de nós usarmos nossa linguagem corporal.

No mundo espiritual, por exemplo, existem forças chamadas uma cadeira, uma mesa, uma xícara, ar, uma parede, uma janela, e assim por diante.

Nós usamos esses nomes em nosso mundo, mas ao usá-los, nos referimos à essência interna do conceito no mundo espiritual. Eu digo “uma janela”, mas me refiro a uma janela que existe no mundo espiritual, enquanto você entende que me refiro à janela. Eu digo “a janela está aberta”, e você entende qual é o significado de uma janela aberta no mundo espiritual, embora eu transmita a ideia para você usando palavras corpóreas.

É assim que os Cabalistas falam, e é assim que eles escrevem seus livros. Isso é chamado de linguagem dos ramos que é aceita por todos os Cabalistas. Esta é a linguagem em que a Torá está escrita, mas as pessoas comuns não sabem disso, porque os Cabalistas a escreveram a fim de falar um com o outro sobre o mundo espiritual, enquanto as pessoas pensam que é sobre o nosso mundo. Este é o segredo da Torá.

Pergunta: Acontece que quando você lê os livros de Cabalá, as palavras não significam nada para você, a menos que você compreenda o seu significado duplo.

Resposta: Correto. Eu li apenas estas palavras porque conheço a linguagem, mas não entendo mais do que alguém que não sabe hebraico. Além disso, se uma pessoa não sabe hebraico, é ainda melhor, já que ela não fica confusa e não imagina coisas diferentes sobre o nosso mundo.

De KabTV “Encontros com a Cabalá” 07/07/15

Criando Um Desejo Comum

laitman_571_02A Torá, “Números”, 10: 1-3: Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Faze-te duas trombetas de prata; de obra batida as farás, e elas te servirão para a convocação da congregação, e para a partida dos arraiais. E, quando as tocarem, então toda a congregação se reunirá a ti à porta da Tenda da Congregação.

O ouro é o desejo de receber, e a prata é o desejo de doar. Portanto, o som das trombetas de prata que exige a conexão é certo para o povo.

Soprar a trombeta significa juntar todos os atributos de uma pessoa e uni-los. O problema não é corrigir um atributo ou outro, mas conectá-los entre si. A principal coisa é conectá-los num esquema, num desejo unificado.

Você consegue imaginar tentando juntar e montar um corpo humano de acordo com as células, os átomos, e até mesmo de acordo com o DNA e RNA, etc., uma quantidade infinita de conexões mútuas e seu trabalho mútuo? É impossível criar tal sistema!

Nós, por outro lado, devemos fazê-lo. Nós temos que criar a matéria viva fora de nossos desejos mortos, fora da matéria inanimada, da mesma forma que aconteceu há bilhões de anos, antes que o processo evolutivo começasse, quando o nível vegetal surgiu do nível da natureza inanimada e, depois, o nível anima, e depois o homem. Nós temos que reunir tudo isso e amarrá-lo em conjunto para que um desejo vivo surja, um que possa estar no Templo, o que significa em algum contato com o Criador ao se assemelhar e ser igual a Ele.

Pergunta: Por que está escrito: “Faze-te duas trombetas de prata; de obra batida as farás…”?

Resposta: Deve haver um desejo que seja único e unido, especialmente se for dado de cima. Nós não temos o direito de quebrá-lo em pedaços. O Criador é um, e, portanto, tudo o que se origina e descende Dele é dado como um para todos.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 04/02/15

Educação Espiritual Para O Povo De Israel

laitman_938_03Hoje, nós estamos gritando para o mundo: “Dê-nos liberdade. Deixe-nos em paz. Por que vocês estão vindo atrás de nós com boicotes? Por que somos odiados por todas as organizações internacionais? Nós queremos ser como todo mundo’.

Aparentemente, o mundo responde: “Não, vocês não são como todo mundo. Nós não podemos nos relacionar com vocês como com todos os outros”.

Nós temos orgulho de termos avisado com antecedência a população Palestina sobre os ataques da força aérea de Israel, enquanto eles, por outro lado, atiram em nós do jeito que querem, sem avisar. Por que o mundo inteiro não os condena do jeito que nos condena? Porque, inconscientemente, eles entendem nossa singularidade!

Pode ser que a humanidade esteja passando pelo ódio sem total consciência, mas a princípio, tal abordagem é real e legítima.

Pergunta: O que precisamos fazer agora quando as nuvens estão se acumulando contra nós?

Resposta: O que é imperativo é uma grande onda de educação que irá cobrir todo o povo de Israel. Nós precisamos explicar às pessoas o que somos, quem somos, onde fomos criados, por que todo mundo nos odeia, e assim por diante.

Eles devem entender o centro, o núcleo de sua criação e o propósito de sua existência. Ninguém em Israel sabe porque ele existe como um Judeu, e porque existe o povo de Israel e o Estado de Israel.

Olhe o que está acontecendo no governo e em todos os níveis! Nós temos que introduzir o método integral na sociedade. Caso contrário, este não é um povo, nem um governo; não é ninguém e nada.

Em outras nações há um objetivo instintivo: nós precisamos viver, trabalhar, e existir juntos. Nada lhes é exigido além da sobrevivência nas circunstâncias em que se encontram.

Não há queixas deles sobre a natureza superior, ao passo que para nós, pelo contrário, a natureza nos rodeia fortemente. Nós estamos no centro de todo o resto das nações, e todas elas são como lobos rosnando e mostrando os dentes para nós. Nesse meio tempo, a força única da natureza as detém com rédeas para que possamos, finalmente, nos reorganizarmos, e se não fizermos isso, os lobos serão libertados de suas correntes.

De KabTV “A Última Geração” 14/06/15

Ocultação É Bom

Laitman_011A Torá, “Números”, 9: 22-23: Se era para dois dias, um mês ou um ano, que a nuvem permanecia a pairar sobre o Tabernáculo, os filhos de Israel acampavam e não viajavam, e quando ela partia, eles viajavam.

Na ordem do Senhor eles acampavam, e na ordem do Senhor eles viajavam; eles cumpriam o mandado do Senhor, pela palavra do Senhor por intermédio de Moisés.

A nuvem é bom. É uma bênção que tornou possível trabalhar na ocultação. O Criador escondeu a Si mesmo, tornando possível para nós trabalhar sob Sua asa.

Então, nós não precisamos do próprio Criador, mas apenas da Sua ocultação, de modo que sob ela, seria possível desenvolver a nós mesmos para nos assemelhar a Ele, e se nos assemelhamos a Ele por essa ocultação que Ele criou para nós, então esse é o crescimento verdadeiro e correto.

Para alcançar a revelação do Criador, é necessário absorver todas as características da nuvem em nós. Ela deve entrar em mim, estar dentro de mim, porque a ocultação deve existir dentro de cada desejo meu. É necessário trabalhar nisso!

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 04/02/15

Filmes Sobre A Realidade Espiritual

Pergunta: De acordo com a sabedoria da Cabalá,  cada pessoa percebe a realidade do seu próprio jeito?

Resposta: Todos nós fomos criados com cinco sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato. Com a ajuda deles nós absorvemos algumas informações e dentro de nós é moldada a forma de algum tipo de realidade. Se tivéssemos outras características, nós perceberíamos a realidade de forma diferente. Quando a sabedoria da Cabalá nos desenvolve, ela começa a nos mostrar que a realidade é relativa.

E aqui nós estamos realmente nos aproximando da teoria de Einstein, que fala sobre a realidade ser relativa, que tempo, espaço e movimento são termos relativos. Então nós começamos a entender o que estava acontecendo na criação do universo: no início não havia espaço, então ele foi formado; ele começou a ser preenchido, o movimento apareceu nele, e assim o tempo foi criado.

Nós evoluímos como resultado destas condições: tempo, espaço e movimento.

Em contraste com os físicos que estudam esses conceitos a partir de suas observações e pesquisas sobre a realidade circundante, na Cabalá nós os alcançamos através da pesquisa interna.

Nós começamos a sentir como as percepções de tempo, espaço e movimento são alteradas em nós e quanto elas podem ser alteradas. Acontece que nossa realidade é relativa e depende da pessoa que a percebe. Ela percebe a realidade de acordo com suas características.

Isto é, não estamos vendo o mesmo filme. Cada um é impressionado do seu proprio jeito; e cada um vê um filme diferente. Este é o lugar onde começa o domínio em que apenas aqueles que entram no mundo espiritual entendem do que isso está falando.

Pergunta: Quando você entra no mundo espiritual, você vê o mesmo filme que outra pessoa também vê?

Resposta: Não. Cada um tem outro mundo; cada um tem outro poder superior que nós chamamos de Criador, e da mesma forma, cada um difere em sua percepção do mundo e do Criador, as forças que movem toda essa imagem.

Pergunta: Qual é a diferença entre uma pessoa comum e aqueles que estudam a ciência da Cabalá em termos de percepção da realidade?

Resposta: A pessoa comum percebe a realidade apenas com seus cinco sentidos corpóreos. Portanto, sua percepção é muito dependente do corpo e ela entende que, se o corpo morre, tudo desaparece.

Mas isso não é assim para os Cabalistas. Eles percebem a realidade dentro de um sistema paralelo adicional, que é o que eles desenvolvem dentro de si. Esse sistema é chamado de “alma”, que também tem cinco sentidos: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin, e Malchut.

Com este sistema nós podemos perceber a realidade que podemos mudar, ao contrário da realidade inanimada do nosso mundo, que escapa às mudanças tanto como uma criança e um adulto veem a mesma coisa. Enquanto que a realidade que é percebida com os cinco sentidos adicionais se move e é mutável, como um vento em relação aos objetos inanimados, e por isso é chamado a realidade espiritual (“espiritual” – Ruchnit, da palavra, “vento” – Ruach).

Pergunta: Aqueles que se encontram neste sistema espiritual veem a mesma coisa?

Resposta: Não. Cada um vê de acordo com seu estado, de acordo com seu nível. Mas para todo mundo é entendido que uma única realidade é revelada, só que cada um percebe, vê e sente a sua própria maneira. Mas quando se desenvolve dentro dessa realidade de acordo com 125 níveis, cada pessoa em cada nível descobre a mesma realidade que aqueles que também passam por este nível descobrem.

De KabTV “Encontros com a Cabalá” 07/07/15