Textos arquivados em ''

Existe Um Deus?

Laitman_712_03Pergunta: Existe um Deus?

Resposta: Eu não sei o que as pessoas querem dizer quando dizem “Deus”. Se por Deus nós queremos dizer uma força que controla tudo, essa força é a natureza.

À medida que aprendemos mais sobre a natureza, vemos que tudo sobre ela é racional, equilibrado e age de acordo com suas leis. Nós conhecemos algumas dessas leis, outras não, e por esta razão a sua essência está escondida de nós. Nós acreditamos em vários milagres e ações que supostamente podem afetar o nosso curso de ações, e isso é tudo, porque não temos conhecimento. A ciência da Cabalá oferece a possibilidade de aprender essas leis.

A natureza pode ser chamada de Deus, se nos lembrarmos que ela é uma força absolutamente rígida, que não obedece a nenhum dos nossos desejos. Não é como os nossos pais, a quem podemos ir e chorar e eles terão piedade de nós. Nossas lágrimas não vão ajudar. É um sistema que funciona de acordo com as suas leis precisas. Como está escrito: “Eu dei uma lei, e não a mudo”.

De acordo com a ciência da Cabalá, o valor numérico (gematria) das palavras “natureza” e “Deus/Criador “é o mesmo. Portanto, voltar-se ao Criador é o mesmo que voltar-se à natureza. No entanto, é melhor atrair essa força da natureza porque nós imediatamente entendemos que estamos falando de leis rígidas e pedir a elas não vai ajudar.

A pessoa deve saber como se comportar e se corrigir para que essas leis se tornem benevolentes para ela. E se ela não as usar corretamente, então, naturalmente, receberá uma reação negativa, como acontece com todas as leis físicas.

Portanto, não há nenhum Deus a quem podemos abrandar ou de alguma forma apaziguar!

De KabTV “Conversas com Michael Laitman” 10/06/15

Liberdade Imaginária E Liberdade Verdadeira, Parte 1 – Grilhões Na Liberdade Imaginária

laitman_423_02Escritos de Baal HaSulam “A Liberdade”, “Harut (esculpido) nas tábuas”; não pronuncie Harut (esculpido), mas sim Herut (liberdade), para mostrar que eles são libertados do anjo da morte. Essas palavras precisam ser esclarecidas, pois como a questão da recepção da Torá está relacionada com a libertação da pessoa da morte?

Pergunta: Geração após geração, a liberdade tem atraído pessoas. O que isso significa?

Resposta: A liberdade é um conceito amorfo, completamente irrealista, não natural, algo que nos escapa, algo que retratamos em nossas imaginações. O que as pessoas pensam e aceitam como liberdade é derivado de uma falta de compreensão de onde elas existem.

Nós vivemos num volume limitado, numa Terra pequena e fechada, e dentro deste volume tentamos encontrar um estado em que sentimos a menor pressão. Neste estado nós aparentemente nos sentimos livres, independentes, escolhendo e realizando nossas ações, pensamentos e opiniões.

Mas todos nós somos partículas de uma imensa rede interconectada por bilhões de fios de controle e, portanto, não sentimos que estamos num sistema rígido que determina completamente tudo. Sua ocultação de nós é o que nos dá a ilusão de liberdade. Mas, na verdade, não temos liberdade, nem em pensamentos, nem em desejos ou ações.

Pergunta: Será que a necessidade deste sentimento amorfo, constitui uma resposta ao sentimento inconsciente de que não somos livres?

Resposta: Eu acho que a humanidade não compreende que não é livre. Uma pessoa sempre encontra maneiras para contornar sentimentos e pensamentos desagradáveis. Afinal, a nossa principal característica é o desejo de receber e desfrutar, por isso estou constantemente buscando a condição de máximo prazer ou mínimo sofrimento. Esta é a totalidade das minhas aspirações em cada situação.

Não podemos dizer que uma pessoa tem uma grande necessidade de liberdade. Ela quer encontrar trabalho, passar tempo com sua família, ter tudo definido e aprovado para ela. Por um lado, ela acredita que é melhor estar no comando. Então, que tipo de liberdade é essa?

A pessoa se coloca em estruturas específicas. Ela se casa, estabelece uma família e, portanto, é obrigada a trabalhar, alimentar a família, estar preocupada com ela, protegê-la: obrigação, obrigação e obrigação. Então, onde está a liberdade aqui?!

Todas as nossas vidas estão dispostas de tal modo que temos que obedecer a algumas regras. Se eu quero ou não, em qualquer caso, eu estou sob a autoridade de alguns dogmas, gostos, restrições, modas, etc. Quer eu queira ou não, tudo isso me influencia.

Segue-se que eu não sou livre em nada, em absolutamente nada! Então, nenhuma liberdade é contabilizada. Mesmo que uma pessoa vivesse sozinha numa selva, ela ainda estaria cercada por algum tipo de ambiente que força suas limitações e princípios nela.

Como eu posso entender o que é a liberdade? Para isso, nós precisamos superar nossa falta de liberdade e sentir de forma acentuada e clara onde estamos, que forças determinam nossa condição, como a natureza, através de indivíduos e de todo o meu ambiente, me define e molda.

Continua…

De KabTV “A Última Geração” 11/06/15

A Escada Dos Desejos

laitman_232_04Pergunta: Nossos desejos continuam crescendo. Como podemos transformá-los numa escada que só podemos subir e sentir a subida?

Resposta: Existem dois estados na criação: doação absoluta e recepção absoluta. A distância entre elas é chamada de uma escada e em cada degrau dessa escada há cada vez maiores desejos. Na medida em que a pessoa sobe a escada eles assumem a forma de uma intenção de doar cada vez maior. O desejo em si é o desejo de receber, enquanto a escada determina a intenção a fim de doar. Na verdade, nós fomos inicialmente criados como indivíduos que só pensam em si mesmos e que usam todos os seus desejos em seus próprios interesses. Sendo incapazes de dar algo, nós só podemos receber dos outros.

Mas ao usarmos a sabedoria da Cabalá, nós atraímos a energia especial de doação, que começa a agir no nosso desejo egoísta geral e corrige-o camada por camada, adicionando o atributo de doação ao atributo de recepção. Quando a Luz Superior age e influencia o desejo de receber, ele a divide em 125 níveis de correção, formando uma escada chamada “escada de Jacó”. É assim que nós nos corrigimos até chegarmos à doação completa, alterando, assim, a forma de todo o nosso enorme ego para o atributo de receber a fim de doar.

Quando nós usamos os dois principais atributos da criação, o atributo de recepção e o atributo de doação, alcançamos a igualdade com o Criador. Ao mesmo tempo nós não desaparecemos Nele, porque, por um lado, o nosso desejo de receber é mantido e só adquire uma forma externa de doação, mas, por outro lado, receber com a intenção de doar nos faz semelhantes ao Criador. Isto significa que externamente nós nos tornarmos como Ele e internamente somos feitos do desejo de receber. Nisso se resume toda a correção.

De KabTV “De Conversas com Michael Laitman” 10/06/15

Uma Tempestade Na Alma

Laitman_514_04Pergunta: De que depende o sucesso: da conexão interna entre nós, dos sofrimentos que o mundo vai passar, ou da nossa rápida disseminação?

Resposta: Dez anos de sofrimento em toda a nação não aproximarão tanto a Luz Superior quanto um dia de disseminação e algumas lições matinais, mesmo dez anos de sofrimento em toda a nação! Porque sofrimentos que vêm do lado do vaso não são esclarecidos, não calculados; é semelhante a um animal que urra de dor e não sabe o que fazer.

As pessoas não têm conexão consciente com o Criador. Portanto, isso não pode ser comparado à lição que, às vezes, desperta uma oração, um pedido, um anseio. Isso é assim relativo à disseminação, isto é, perceber do que está faltando, que falta apenas a intenção a fim de doar. Portanto, a disseminação é o meio mais eficiente para a correção; os sofrimentos nos orientam. Mas a questão é, para que serve todo esse sofrimento? Do que você está sofrendo?

Comentário: Eu sofro porque me sinto mal.

Resposta: Isso significa que você sofre com o vazio nos desejos mais corporais e comuns: comida, família, dinheiro, honra e conhecimento. Isso ainda está na forma comum dos sofrimentos. O Criador envia-lhe problemas e você chora. Ele coloca mais pressão, e você chora mais alto, se ele coloca menos pressão, você chora menos. Se Ele faz cócegas em você, você começa a rir. Tudo isso é uma ação direta da conduta superior. Onde está a sua reação correta aqui? Você não deve pensar em seus sentimentos dentro do desejo, mas acima disso, onde você constrói a sua Rosh ha Partzuf (cabeça do Partzuf).

O grupo precisa nos permear com a deficiência espiritual, a necessidade de sair do desejo de receber e passar para doação. Se os amigos começassem dizendo agora sobre um perigo iminente, sobre uma tempestade ou uma tempestade feroz que explodirá tudo, que ela está a caminho e transformará tudo num deserto, você ficaria frenético, com medo e preocupação. Você estaria cheio de medo por causa disso; então. por que não eles podem transferir a você pelo menos uma pequena parte desta preocupação a respeito da espiritualidade? Eles devem fazê-lo.

Mas eles são preguiçosos. Portanto, você precisa pagá-los, fazer tudo o que é necessário no grupo. Desta maneira, cada um vai ajudar o outro. Mas se você só esperar que a deficiência pela espiritualidade seja despertada em você e para que ela se torne um desejo dirigido, isso nunca vai acontecer. Através do grupo você sai do ponto bestial egoísta e imediatamente sobe para a rede de forças que já é espiritual. Mesmo que não seja corrigida, é egoísta, “não em prol Dele” (Lo Lishma), já é uma rede, e isso é o principal.

Nós não recebemos bastante pressão do grupo; esse é todo o problema. Outra reunião de amigos (Yeshivat Haverim) e mais outra, isso é apenas mecânico e não vai ajudar. Rabash não nos permitia ter mais de uma Yeshivat Haverim por semana. Tudo depende de uma penetração interna mais profunda, dentro do domínio das intenções.

Da 3ª parte da Lição Diária de CabaláEscritos do Baal HaSulam