O Renascimento Do “Coração De Pedra”
A Torá, “Êxodo” 34-28: Moisés ficou ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão e sem beber água. E escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os Dez Mandamentos.
Os desejos do homem que se elevam ao nível de quarenta, o nível de Bina, perdem a sua base do egoísmo, e adquirem a possibilidade de receber a forma de espiritualidade neles. Assim, a pedra de que os mandamentos são feitos, ou seja, a base do egoísmo do homem, recebe a forma dos Dez Mandamentos.
A transformação gradual da nossa primeira essência do atributo de doação e amor é expressada nos Dez Mandamentos e ocorre sob a influência da Luz, o Criador. Não somos nós que fazemos isso, mas queremos que isso aconteça e nos leve a tal estado. Assim, o Criador escreve essas coisas no “coração de pedra” do homem.
Quando nós entendemos que o nosso coração é feito de pedra, e compreendemos que o Criador fez isso com ele, Ele o amacia. Nós queremos que o Criador mude sua forma apenas para o atributo de doação e amor, e, assim, Ele realiza esse ato em nós. Isso é chamado de que Ele escreve os Dez Mandamentos em meu coração (na pedra), e o coração se transforma em duas tábuas de pedra onde os Dez Mandamentos são escritos.
O processo de reconhecimento ocorre gradualmente. O coração de pedra de uma pessoa não é revelado a ela imediatamente, apenas na medida exata em que ela esteja disposta a aceitá-lo e ser responsável por ele, para entender e concordar que ele é a sua base normal e natural e é tão necessário. Nós agradecemos ao Criador que Ele nos criou como Ele o fez, uma vez que é especificamente nesse estado que podemos nos elevar ao cume do Criador, ao ponto de equivalência e igualdade com Ele.
O reconhecimento e a compreensão vêm até nós apenas para dar nos agradecer pela iluminação da Luz Superior. Caso contrário, nada acontece! Nada depende de nós, exceto os anseios, ainda mais que na maioria dos eventos os anseios são na forma de um impulso que não está estabilizado e não é consciente.
E a pessoa não deve se esquecer que no caminho para esse estado, o homem sente que é um governante do mundo, como o filho do Faraó. Ele sente que tudo pertence a ele, que pode fazer qualquer coisa e quer tudo, que tem direito a tudo, como Moisés no palácio do Faraó. Isso é vividamente descrito na Torá. Mas em nosso mundo, isso não tem que retornar numa forma física.
Assim, a recusa gradual da recepção egoísta nos leva a ascender ao nível do atributo oposto, de doação completa.
De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 30/09/13