Abster-se

laitman_527_01A Torá, “Números”, 6:1 – 6:3: O Senhor disse ainda a Moisés: Diga o seguinte aos filhos de Israel: Se um homem ou uma mulher fizer um voto especial, um voto de separação para o Senhor como nazireu, terá que se abster de vinho e de outras bebidas fermentadas e não poderá beber vinagre feito de vinho ou de outra bebida fermentada. Não poderá beber suco de uva nem comer uvas nem passas.

Um Nazireu (Nazir), um monge, é uma pessoa que faz um voto para se dedicar ao Criador e, portanto, se abstém de consumir produtos que estão relacionados com vinho ou uvas.

Por um lado, é uma coisa aparentemente boa, e, em outros casos, é inclusive necessário. No entanto, por outro lado, não é desejável, pois o objetivo da criação é deleitar a pessoa e toda a humanidade como uma única alma. Acontece que um monge, na verdade, se recusa a receber prazer.

Se você se recusa a consumir algo que não é Kosher – o que significa que não é adequado para a correção do preenchimento, como a carne não Kosher ou carne e leite, as linhas direita e esquerda sem um Masach (tela) – você simplesmente não pode recebê-lo com a intenção a fim de doar, já que não tem esses poderes.

No fim da correção, tudo estará completo, e você terá esses poderes e será capaz de consumir tudo com o atributo absoluto de doação. Não haverá limitações, mandamentos, e tudo pertencerá ao passado. Os mandamentos são apenas as ações de correção necessárias, enquanto você não corrigiu todas as partes da sua alma.

Um monge, por outro lado, restringe-se e parece dizer, “Eu não vou corrigir isso e aquilo”. Nesse caso, é claro, é muito mais fácil para ele, porque ele pode se livrar de muitas ações, mas vai ter que compensar a falta de trabalho em determinadas condições e com certos desejos. Essa é a razão do monge ter que trazer sacrifício e, assim, compensa a parte não corrigida. Este é um sistema complexo, e tudo depende da qualidade da alma.

Comentário: Quando falamos do alimento que não é Kosher, é claro que não devemos consumi-lo, mas o vinho é Kosher.

Resposta: O vinho simboliza uma Luz muito elevada, a Luz de Hochma. O monge compreende que não pode receber e utilizar essa Luz para alcançar Hochma em prol do Criador, e, nesse caso, ela irá servi-lo da maneira oposta e intoxicá-lo, como no caso de Shimshon, o nazireu, o monge que foi forçado a beber e ficou bêbado, o que significa que não pôde receber a Luz para seu avanço espiritual e experimentou uma tragédia. Esta é a razão do monge simplesmente não trabalhar com essa Luz. Todos nós podemos experimentar esse estado. Em geral, fica claro que tudo se refere a um estado interno que não tem nada a ver com nossos atributos físicos.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 21/01/15