Uma Limusine Como Um Presente A Um Inimigo Jurado

Laitman_733De um artigo do Rabash, “O que é a Bênção, ‘… quem fez para mim um milagre neste lugar’, no trabalho?”: Como está escrito, “Nós éramos escravos do Faraó no Egito” (Deuteronômio 06:21), sendo que eles resistiram ao sofrimento no Egito, e também diz: “… e os filhos de Israel suspiraram em virtude da escravidão…” (Êxodo 02:23), então a ideia da Mitzvah (mandamento) “Lembrança do Egito” foi dada a nós, como está escrito, “… que tu possas lembrar o dia quando saístes da terra do Egito, todos os dias da tua vida” (Deuteronômio 16:3).

Isto não significa que a escravidão no Egito era difícil; pelo contrário, a dificuldade estava na incapacidade de doar. Eu estou pronto para trabalhar e fazer tudo que for necessário, mas não vejo que desta forma doarei ao Criador. Isto é chamado de “exílio” e “escravidão”.

O Faraó suga de mim todos os resultados do meu trabalho; tudo vai para ele. Isto não se refere à dificuldade do trabalho, mas ao seu resultado. Afinal, eu não posso dar qualquer satisfação ao Criador. “Os filhos de Israel suspiraram” por causa disso, e não porque seu trabalho era difícil.

Sem qualquer conexão com a dificuldade do trabalho, é difícil para mim ver que não estou pronto para doar ao Criador pelo menos de alguma forma. Este é um discernimento muito importante. O grito não era de fadiga e exaustão do trabalho; pelo contrário, isto está se refere apenas ao relacionamento com o Criador. Afinal de contas, eu vejo que o meu inimigo jurado leva todo o meu esforço.

Este é um sentimento muito forte. Imagine que tudo o que você ganhou neste mundo foi para o seu inimigo mais odiado. Digamos que você economizou dinheiro por um período de tempo; você sonhou em comprar uma limusine e, de repente, você vê que não há dinheiro e seu vizinho está dirigindo uma limusine nova.

Comentário: A maior frustração nos sete anos de fome é que você continua a fazer o mesmo trabalho; você investe no grupo e na disseminação como nos sete anos de abundância, e sabe que o Faraó irá obter todos os resultados e você estará ainda mais desanimado.

Resposta: Não, você acha que está trabalhando “para doar.” No final, quando você fez vigorosamente todo esse trabalho com amor e devoção, de repente parece que tudo isso foi para si mesmo, e que o Criador não recebeu nada. Nada é considerado doação e você é um egoísta ainda pior do que antes. Esta é a escravidão no exílio.

E o problema não é que isso custou a você um monte de sangue, suor e lágrimas, mas sim que o resultado não chegou ao destino certo, que o Criador não teve qualquer satisfação. Eu não me arrependo porque Ele não obteve nenhum prazer de mim; pelo contrário, é porque através da minha ação não consegui dar-Lhe satisfação (mesmo que eu esteja em ocultação Dele). A pessoa sobe a escada do desprendimento de si mesma e vê quanto o Faraó não a deixa doar.

Pergunta: Eu não consigo imaginar como é possível estar desprendido do Faraó, de modo que todos os frutos do meu trabalho vão para o Criador.

Resposta: Se parte do seu coração se encontrar com o Criador, você vai sentir isso, como com seus filhos e as pessoas que estão perto de você. Portanto, é dito, “como um homem com um coração”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/04/14, Escritos do Rabash