Sete Anos De Preparação Para A Fuga

Laitman_514_04Os “… sete anos de grande abundância …” (Gênesis 41:29) são dados a uma pessoa para que ela possa organizar todas as condições de avanço para si mesma. Eu tento estar em doação, em conexão com o grupo. Eu realizo ações e mantenho várias condições. Nesse meio tempo, a minha inclinação ao mal não é revelada. É revelada, mas num nível humano, e não num nível espiritual. Só depois que eu me preparo bem é que os “… sete anos de fome …” (Gênesis 41:30) começam. Eles não vêm apenas simplesmente por acaso, mas sim como resultado do esforço pessoal.

Um novo rei surge no Egito. Isso significa que eu começo a identificar que o meu desejo, a minha natureza, é mau. Até então, eu não pensava assim. Eu não entendia o que era isso. Ouvi dizer que o ego é o mal, e isso é claro para todos. No entanto, eu pensava que avançava, que queria atingir a espiritualidade, e não entendia que a minha natureza é a inclinação ao mal.

Eu mesmo devo determinar, reconhecer que toda a minha natureza, tudo o que está em mim, é o mal. Não faz diferença que característica eu escolho.

Mas nós não estamos falando do desejo em si, da matéria, mas da intenção. Isso significa que eu preciso entender e gradualmente revelar que a intenção para cada desejo, ou todos os meus hábitos, é o oposto da espiritualidade.

Sete anos de fome é uma compreensão crítica dos sete anos de fartura. Agora, eu posso examinar e ver que, na verdade, não existe sequer uma única característica dentro de mim, com cuja ajuda é possível avançar. Tudo está sob o controle de uma intenção em prol da recepção. Este é o trabalho durante o período de sete anos de fome.

No entanto, eu vejo isso depois que eu me aproximo da Luz, do Criador. Eu entendo e sinto cada vez mais o que é o mundo espiritual, o que significa a intenção em prol da doação. Há um ponto em mim chamado Moisés, que está conectado à força de doação. Graças a isso, eu sei que uma força como essa existe no mundo.

Basicamente, eu a encontro dentro de mim e não em outras dimensões. Este é o meu espaço interno, mas, por enquanto, eu não o vejo, não o identifico.

Se eu quero construir uma intenção em prol da doação em meus desejos que se encontram sob o controle da intenção “em prol da recepção”, sob o domínio do faraó – em outras palavras, para ter o governo do  Criador sobre eles – isso é chamado de mover-se da escravidão no Egito para se tornar um servo do Criador. Eu vejo como isso é difícil e que é mesmo impossível, porque em cada desejo e pensamento na mente e no coração eu sou totalmente egoísta. Eu não achava isso antes!

Agora, eu sempre tento agir em prol da doação e ver que tudo ocorre em prol da recepção. Isso é chamado de os filhos de Israel passando pelos 49 portões de Tuma’a (Impureza).

Isto é revelado um pouco a pessoa, gradualmente, de modo a não dar-lhe o desespero e, deste modo, ela se renderia. Cabe a ela continuar a verificar uma e outra vez, até que tudo seja esclarecido até o fim, e ela veria que não há nada nela que pertença ao sagrado. Assim, a sua oração será completa, e seu grito será um verdadeiro grito.

Só então é que isso será de chamado MAN (oração), e não antes, e a ajuda virá de cima, que é chamada de nascimento espiritual, o êxodo do Egito. Imediatamente, de uma só vez, eu vou receber a capacidade de deixar o domínio da intenção em prol da recepção que é chamado de Faraó. Eu deixo o controle de Faraó e começo a adquirir uma intenção em prol da doação, e é claro que essa intenção está vestida nos desejos, nas características, que anteriormente estavam em mim.

No início, eu só estava me preparando e tinha que estar num estado de “filhos de Israel”, no estado imaturo, na linha direita (Kav Yamin) e até mesmo na linha do meio (Kav Emtzai). Cabe a mim conquistar o Egito, e eu começo a estar conectado a ele, por enquanto sem compreender que esta é a escravidão do Egito, e depois disso, o verdadeiro Egito é revelado a mim com os sete anos de fome, e daí eu recebo o poder para fugir. É porque eu investi todo o esforço na linha direita, como está escrito: “Ele engoliu riquezas, e deve vomitá-las de novo …” (Jó 20:15).

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/04/14, Escritos do Rabash