O Jogo Da SerpenteTortuosa

laitman_527_03Baal HaSulam, Shamati #86, “E Eles Construíram Cidades–Armazéns”: Ainda há outro ditado no Zohar, que a serpente curva sua cabeça e ataca com sua cauda. Isto significa que às vezes ela deixa a pessoa tomar para si o fardo da fé acima da razão, que é a curvatura da cabeça, mas ataca com a cauda.

Em primeiro lugar, o ego permite que a pessoa avance, visto que Sitra Achra (outro lado) precisa de Luz. Se a pessoa não avançar, ela não receberá nada. Portanto, a inclinação ao mal opera de forma tortuosa e parece libertar a pessoa, permitindo-lhe correr na frente para alcançar o sucesso, compreender e sentir mais.

Depois, o ego agarra a pessoa e a engole novamente. Então ele a libera para engoli-la mais uma vez. Assim é como o ego joga conosco como um gato com um rato.

Este é o significado do Faraó trazê-los para perto. É explicado que ele deliberadamente levou Israel ao arrependimento, a fim de, posteriormente, tomar tudo deles em sua própria autoridade. É por isso que o ARI escreveu que o Faraó sugou toda a abundância que desceu aos inferiores. Ele sugou do Oref e da garganta, que é considerada a cabeça do corpo, ou seja levaria tudo em seus vasos de recepção.

O principal é não se desesperar. Afinal, a pessoa vê que não atinge nada apesar de seu grande anseio pela conexão, compreensão, sentindo e trabalhando na disseminação, e fazendo tudo que deveria fazer. De repente, ela caiu novamente no ego e até mesmo num estado pior do que antes.

Isto se repete várias vezes no decorrer dos 400 anos. O principal aqui é o apoio do grupo; assumindo deveres regulares, ela se amarra firmemente. É melhor se o grupo percebe seu trabalho, de modo que, se ela cair, o grupo imediatamente presta atenção nisso e começa a tomar conta dela.

A pessoa funciona como um pistão: ela avança, ansiando por chegar à doação e quer fazer qualquer coisa para atingir isso, mas depois — boom — tudo se inverte, e ela cai no egoísmo; a serpente ataca com sua cauda e engole todos os resultados. Então, a pessoa corre à frente mais uma vez, cheia de força e espírito de esperança de vida para sentir e alcançar tudo e, mais uma vez, cai impotentemente, desesperando-se que o desejo de desfrutar levou tudo.

Uma pessoa deve passar por muitos desses estados, e ninguém sabe quando eles vão acabar. Afinal, a escuridão do Egito nos espera no final. Primeiro, nós avançamos dos sete anos de saciedade aos sete anos de fome e depois às pragas do Egito, seguido da escuridão. Na escuridão, nós saímos de forma subida e apressada do Egito.

Não podemos saber o que está para acontecer no momento antes do Êxodo, à meia-noite. Portanto, nós devemos ficar mais fortes. Tudo está baseado num princípio simples: “… que ele engoliu as riquezas, e as vomitou outra vez…” O desejo de desfrutar engole os atributos de doação que a pessoa quer sempre alcançar. O ego leva tudo isso e puxa a pessoa para dentro.

No final, o ego é sufocado e não pode conter tudo o que engoliu. Afinal, o desejo de doar atinge um ponto crítico no desejo de desfrutar, e depois há uma explosão, e a pessoa é libertada da dominação do ego.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/04/14, Shamati #86