Como Podemos Evitar Outro Holocausto?

Dr. Michael LaitmanEu sou um filho de sobreviventes do Holocausto que estava entre os poucos da família Laitman que sobreviveram ao Holocausto. Dois terços dos meus parentes foram abatidos nos campos de extermínio. Eu nasci em 1946 e fui criado sob a sombra escura que a guerra deixou em minha família e na população judaica em toda a Europa Oriental.

Para mim, o Holocausto não é uma memória distante, mas uma lembrança dolorosa do que poderia acontecer conosco. É esse pensamento que traz à tona a questão preocupante e constante em mim: Como podemos prevenir outro Holocausto?

Eu sinto um oceano de ódio se fechando sobre nós. Os sinais externos nunca foram mais claros, e relatórios internacionais indicam um aumento no antissemitismo. No Dia Internacional Em Memória ao Holocausto, uma questão foi levantada na BBC para saber se chegou a hora de deixar de falar sobre o Holocausto, e cerca de um mês atrás, não deveria haver uma convenção científica na Inglaterra sobre a legitimidade do Estado de Israel. Se isso não for o suficiente, recentemente foi assinado um acordo sobre o uso de armas nucleares com o Irã, que é mais uma evidência de por que não devemos confiar em nossos aliados.

É difícil ignorar os sinais de alerta claros quanto ao que é esperado. Portanto, como podemos prevenir outro Holocausto? Além de lamentar o passado, nós temos que criar condições para uma análise minuciosa, exame e a correção do nosso estado atual. Nós vivemos num sistema fechado de forças que operam de acordo com a lei da conexão. Quando somos compatíveis com essa lei, nos sentimos bem, e quando estamos divididos e separados, este sistema, como qualquer outro sistema na natureza, nos obriga a nos equilibrar. Às vezes corrigir essa direção pode envolver um grande sofrimento.

Eu estou ciente de quão difícil pode ser para os sobreviventes do Holocausto e suas famílias ler o que eu digo, mas ainda assim a verdade deve ser dita. O Holocausto ocorreu porque a nação de Israel não cumpriu a lei da conexão. Por que nós? Porque nós temos uma responsabilidade especial de manter essa lei. Nós temos um papel que nos foi dado de volta nos dias de Abraão. Quando o egoísmo separou o povo da antiga Babilônia, nosso pai descobriu a lei que rege a nossa realidade, que é a lei da conexão. Os poucos que aprenderam o método da conexão dele tornaram-se a nação de Israel.

Manter a lei da conexão é o objetivo da nossa vida, e passar o método da conexão e unidade é a única justificativa para a nossa existência como nação. No início do século XX nós recebemos a oportunidade de voltar à terra de Israel, não a fim para construir um lar para o povo judeu, mas para se conectar dentro dele. Os judeus não aproveitaram essa oportunidade e preferiram se isolar em suas comunidades na Europa ou se integrar na sociedade em geral. A reação do sistema superior a essas ações foi o Holocausto. Um momento antes do mundo se afogar em sangue, os Cabalistas ainda gritavam que tínhamos que voltar a nossa terra e nos unir, mas os judeus não deram ouvidos. Em vez de nos aproximarmos de bom grado, as terríveis aflições do Holocausto nos trouxeram mais perto um do outro, e foi como resultado do Holocausto que recebemos um país.

Com todo o respeito às Nações Unidas, o verdadeiro mandato para a existência deste país é o nosso papel. A região que recebemos, como os Cabalistas dizem, é apenas uma oportunidade para observar a lei da conexão, que é exatamente o que o mundo exige de nós. Inconscientemente, o mundo quer que a gente se una e também passe o método de Abraão a eles. Mas nós nos recusamos a nos conectar, e esta é a origem do ódio que eles sentem em relação a nós.

O Dia em Memória do Holocausto e O Dia da Independência têm que se tornar dias em que todos se envolvem em nosso papel como uma nação, e também devem ser dias de se rever a essência de nossa existência. Durante esses dias, nós temos que nos reunir em dezenas de milhares de mesas redondas em todo o país e falar sobre a única maneira de sermos verdadeiramente independentes: independentes do nosso ego e conectados uns aos outros através do amor ao próximo. Essa é a única maneira de podermos garantir o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos.