Círculos De Interseção

laitman_628_1Pergunta: Como nós escolhemos o parceiro mais adequado? Por onde começamos?

Resposta: Siga a lei geral da natureza onde tudo busca o equilíbrio. Assim, quanto mais semelhança houver entre os parceiros, mais compatíveis eles são uns com os outros. A semelhança está na educação que receberam, seus valores, sua visão de mundo, e seu comportamento em diversas situações internas e externas. É necessário buscar a compatibilidade, e quanto mais os casais se parecem uns com os outros, mais a família tem uma chance de sucesso.

Portanto, primeiro cabe à pessoa examinar a si mesma para entender quem ela realmente é, e isso é feito com a ajuda de palestras, atividades conjuntas e workshops. Primeiro de tudo, é preciso conhecer a natureza humana, estudar a sua psicologia, através do que eu já vou começar a entender quem eu sou, o que me motiva, e como e por que eu reajo de tal forma.

É necessário descobrir quantas reações diversas as pessoas têm ao mesmo problema, situações comuns da vida, e verificar como as nossas reações são semelhantes, para que possamos entender um ao outro. Talvez eu esteja numa situação completamente diferente agora, mas a resposta do meu parceiro é clara para mim, e eu reagiria exatamente assim se estivesse numa situação similar.

Para isso, nós temos que ensinar a pessoa a sair de si mesma e ser “vestida” em outras situações, olhando-se de fora. Ela deve verificar suas respostas em situações diferentes, e assim ela vai entender quantos diferentes tipos de comportamentos existem nela, as diferentes reações e padrões de que ela é composta, e agora cabe a mim entender quais os padrões que a outra pessoa é composta.

Nós usamos uma abordagem como essa, não só na busca de um parceiro, mas em geral, para compreender a outra pessoa. Nós devemos esclarecer quantas situações diferentes podem existir, quantas reações, mudanças de humor e alterações, na medida em que eu posso compreendê-la e ser vestido em sua imagem. Eu posso me imaginar no lugar dela? Nós damos uns aos outros sinais de que nos entendemos, que estamos de acordo e aceitamos uns aos outros.

Este é um estudo da pessoa, quem ela é e quais as formas de comportamento que ela pode ter. Existem vários tipos de pessoas: cabeça quente, otimistas, melancólicos e indiferentes (colérico, sanguíneo, melancólico e fleumático). A psicologia tem critérios claros para esses padrões e é capaz de determinar qual deles são compatíveis entre si. Desse modo, não é um problema classificar as pessoas de acordo com os grupos. Como resultado dos workshops, discussões e laços criados durante os jogos, elas vão entender quem é mais compatível com elas.

O aprendizado começa com palestras e conferências que são projetadas para ajudar os solteiros a entender o que é a natureza humana, com que intensidade as inclinações egoístas são descobertas, e quanto nós dependemos da opinião do ambiente; em outras palavras, que somos obrigados a nos submeter a nossos impulsos internos e pressões sociais. Nosso comportamento é determinado por hábitos que obtemos através da educação prévia. Nós temos que tentar ver com que hábitos somos tecidos e entender que a pessoa que está na nossa frente é uma personalidade complexa com inúmeros hábitos, e que eu não posso “mudá-la” de acordo com o meu desejo.

Afinal, cada um de nós espera que o nosso parceiro reaja exatamente como fazemos a cada momento na vida e se comporte como eu quero, mas eu preciso entender o outro e concordar que, dentro de cada um de nós, há um conjunto de diferentes imagens humanas às quais eu devo me acomodar ou então não serei capaz de estar conectado a ele. Desta forma, eu começo a descobrir flexibilidade em relação ao outro, construindo algo compatível para nós dois a cada momento dentro de todos os seus e os meus padrões internos. É assim que aprendemos a sociologia mais simples do comportamento humano e a de qualquer sociedade humana.

Nós devemos agir exatamente dessa forma, pois toda a natureza busca equilíbrio, conexão e acomodação à equivalência de forma a cada momento. No sistema geral, tudo depende da quantidade dos componentes e como a sua integração mútua se torna compatível, até que uma sociedade homogénea seja alcançada. Cada um fica com sua liberdade, mas sabe como se acomodar a todos os outros. O consenso geral depende disso.

Essa mesma regra geral também age dentro da família. Isso é o que devemos ensinar a todos. É apropriado para a pessoa se se encontra na sociedade maior, bem como para a paz familiar. As mesmas regras se aplicam em todos os lugares.

Para estabelecer uma família, todos devem ser um psicólogo. Nós não temos escolha! Nós estamos diante de uma situação onde não podemos nos conectar de qualquer outra forma. Anteriormente, essa conexão era uma conexão natural, como é com os animais, mas não estamos mais no nível animal. Nós subimos para o novo nível de Adam (Homem). Portanto, temos que aprender a construir conexões aparentemente artificiais que não são derivadas de nossa natureza.

O homem não é uma criatura egoísta primitiva. Ele deve complementar seu egoísmo para que não aliene os outros, mas chegue à conexão com eles. Para fazer isso, depende de mim ceder constantemente um pouco do meu ego para possibilitar aos outros se intrometer em meu espaço, e meu parceiro possibilita que eu penetre o seu espaço. Assim, nós estabelecemos uma conexão entre nós.

Eu sou um círculo, e meu parceiro é outro círculo. Nós começamos a aproximar nossos círculos, de modo que cada um de nós penetre num segmento comum, mesmo que este ainda seja um segmento pequeno. Depois, nós examinamos esse território comum e temos certeza que constantemente o mantemos entre nós. Isso só é possível negando a mim mesmo.

De KabTV “Uma Nova Vida” 09/06/13