A Pessoa É Livre Ou Escrava De Sua Natureza?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu não me sinto escravizado; parece-me que eu sou um homem livre. Portanto, como a instrução no feriado de Pessach me representa como deixando a servidão do Egito a cada ano relevante para mim?

Resposta: Parece que somos livres porque não sentimos que dependemos uns dos outros. Tentamos organizar nossas vidas de modo a não estar associados a ninguém, então ninguém vai nos incomodar. Essa é a nossa natureza.

Por causa dessa independência, nós inventamos novos computadores e telefones celulares. Em cada casa há tantos eletrodomésticos que exigem o mínimo de ajuda de outras pessoas. Isso torna mais fácil para a nossa natureza egoísta, e eu levo a cabo as suas exigências: eu não toco em ninguém e tento não ter ninguém que me toque.

Mas, basicamente, todos nós estamos conectados e somos interdependentes. Torna-se claro que toda a natureza inanimada, vegetal e animal também constitui um sistema único integral onde tudo está conectado com o resto. Assim, a sabedoria da Cabalá nos adverte que dependemos um do outro e vamos ainda descobrir esta dependência no futuro.

Se não atingirmos a unidade, então vai ser muito ruim para nós. Nesse meio tempo, não sentimos a necessidade disso de forma alguma e como a sabedoria da Cabalá não foi revelada na escravidão das gerações anteriores, por milhares de anos ela esteve na clandestinidade. Nós não tínhamos necessidade dela, já que não estávamos prontos para descobrir que somos interdependentes.

Mas hoje o mundo inteiro sente esta dependência mútua. Na medida em que ele descobrir esta conexão negativa, ele vai se voltar ao povo judeu, pois só este povo possui o método que faz com que seja possível se unir acima de todas as diferenças.

Há uma grande demanda por esse método no mundo de hoje. Portanto, se não transmitirmos esse método a outras pessoas, vamos sentir uma pressão muito forte. O antissemitismo vai continuar a crescer e as nações do mundo vão trazer mais e mais reclamações contra o povo judeu, culpando-nos por todos os seus problemas.

Elas não querem saber exatamente a razão para o seu ódio em relação a nós, mas ele é derivado especificamente disso. Essa pressão pode ser expressa de diferentes maneiras, como podemos ver na atitude dos Estados Unidos em relação a Israel se deteriorando dia a dia.

Pergunta: Quando você olha para o mundo de hoje, você definiria o nosso estado como a escravidão?

Resposta: Certamente, estamos escravizados à nossa natureza. Eu estou sempre realizando os comandos da minha natureza interior e obedeço-os sem qualquer esclarecimento, crítica ou oposição. Eu simplesmente não estou preparado para ir contra ele.

Meu desejo egoísta exige que eu tenha êxito e obtenha benefício sem considerar qualquer outra pessoa. E se eu estou numa conexão integral com os outros, como eu não poderia levá-los em consideração? Eu me torno limitada em todas as minhas ações.

Pergunta: Portanto, o problema não está em eu fazer o bem, mas fazê-lo à custa dos outros?

Resposta: Eu não posso sequer ter êxito assim. Hoje nem mesmo uma nação inteira pode ter êxito se estiver isolada das outras. Todas estão descobrindo a necessidade de conexão com as demais, mas não podem fazer isso corretamente. Ninguém sabe como estabelecer boas conexões entre si: Estados Unidos, Rússia, China, Europa, judeus e árabes.

Ninguém pode ter êxito e sair em primeiro lugar, se isso não for feito através de uma conexão totalmente boa. Segue-se que o mais exitoso será aquele que com maior precisão levar as nossas conexões mútuas em conta e agir em conformidade. É isso que simboliza a saída da escravidão à liberdade. Todo mundo, toda a humanidade, deve aprender isso.

Do Programa da Radio Israelense 103FM , 15/03/15