49 Portões No Caminho Para A Redenção

laitman_527_03Antes do Êxodo do Egito a pessoa passa por “49 portões de impureza”. Isto é, ela não acredita mais em nada, não espera nada, vê que praticamente não tem qualquer conexão com a força superior e que é impossível mudar alguma coisa em sua vida. Onde está essa força superior, que é “Não há outro além Dele”? Tudo está sob o controle do Faraó e é impossível fazer qualquer coisa contra o ego que a controla.

A pessoa não entende e não acredita no “bom que faz o bem”. Apenas um fio fino conectando-o à espiritualidade permanece; ela é tão frágil que não acredita mais que algo virá dele. O desespero é tão grande, e o fio que a prende é a paciência que está além do intelecto e da lógica.

Esta situação se acumula gradualmente, e se a pessoa realmente atinge os 49 portões de impureza, a energia superior atua contra eles, adquirindo redenção para ela.

Aqui deve-se mencionar que “toda ação deixa uma impressão”, repetidamente, cada vez um pouco mais, e por isso nós contamos os 400 anos durante o período que a pessoa acumula esclarecimentos, esforços, até mesmo fraquezas e superações, que ela consegue realizar sozinha ou com a ajuda do Criador.

Toda a nossa luta para deixar o Egito está sob o controle do Criador, não há outro além Dele e Ele é o bom que faz o bem. E a Klipa (a força egoísta) nega a providência superior do “Não há outro além Dele” em todos os sentidos possíveis.

A servidão, o exílio (em hebraico, Galut) difere da redenção (Geula), basicamente por causa da letra “Aleph“, que é o Senhor do Mundo. A pessoa precisa se concentrar constantemente neste ponto e em nenhuma outra coisa. Especificamente, é necessário aguçar constantemente o nosso esclarecimento, lutar contra a nossa natureza, contra o Faraó, porque não há outro além Dele, o bom e que faz o bem.

Nós não pedimos para ninguém mudar nada; nós não apelamos ao nosso destino. Em vez disso, apenas nos voltamos ao Criador com nossos pedidos. Isto é o significa “Não há outro além Dele”, porque tudo o que acontece nós conectamos somente a Ele. Só Ele executa cada ação, preparando-a para que de dentro da luta contra todas as pertubações em que Ele Se cobriu, nós O descobrimos e nos voltamos a Ele.

Exílio significa que ainda não estamos prontos, mas ansiamos muito em descobrir a fonte de tudo o que está acontecendo, como é dito, “Eu e não um mensageiro”. Este é um momento muito importante. Este é o nosso único trabalho, e cabe a nós estar prontos para ele.

É muito importante manter-se neste ponto como um navio ou um avião que devemos constantemente navegar para permanecer no caminho certo, apesar do vento e vários distúrbios. Isso só é possível com uma boa equipe.

Tudo é construído de modo que a pessoa não esteja preparada para manter sua posição sozinha. Problemas caem sobre ela, a piedade cai sobre ela. e ela recebe outra oportunidade. Mas essa possibilidade é especificamente para construir a equipe certa para si mesma, para que junto com ela, a pessoa manterá sua direção.

Deve ser sempre lembrado que todos os distúrbios vêm do Criador e não do Faraó ou de seu exército e que não há acidentes nem mensageiros. Em vez disso, tudo vem diretamente do Criador. Nossa tarefa é descobrir o Criador, em vez de todas as fontes de poder e outras ações. Com isso, a nossa servidão, os golpes, e todos os eventos da história do êxodo do Egito são revelados. Tudo isso é uma luta para localizar o Criador através de todas as perturbações que se encontram entre o Criador e nós.

No início não há nenhuma conexão entre o Criador e nós, porque somos opostos. E os distúrbios vêm justamente para que possamos usá-los para construir uma conexão com o Criador. Assim, nós vemos que o Faraó nos aproxima do Criador; a inclinação ao mal é uma ajuda contra nós (Gênesis 2:18) e nós transformamos isso numa conexão com o Criador.

Se nós sempre trabalhamos desta forma e tentamos construir uma conexão, então, gradualmente, nos elevamos a uma conexão cada fez mais forte, como os degraus de uma escada, e caímos em distúrbios ainda maiores, numa maior falta de conexão. E mais uma vez nós tentamos construir Pitom e Ramsés e novamente caímos, perdemos a conexão, chorando, e ficando confusos, negando qualquer controle por parte do Criador.

Como resultado de nossos esforços, nós atravessamos os 49 portões de impureza. Se chegarmos ao 49o portão, isso significa que realizamos uma infinidade de correções em nossa conexão com o Criador. Mas isso está oculto de nós. Por uma fração de momento nós descobrimos algo e caímos imediatamente. Desta forma, nós temos que descobrir todos os distúrbios que são contrários ao fato de que “Não há outro além Dele”.

E a descoberta é feita de acordo com o princípio do “eu e não um mensageiro” se estamos prontos para representar a força superior, apesar de todas as perturbações. O exílio é dado a nós para que possamos sentir o Criador, O localizamos dentro do “a partir do nada”. É assim que alcançamos a redenção.

Por isso, é impossível esquecer que todo o trabalho em relação à redenção é determinar o fato de que “Não há outro além Dele”, quando nos deparamos com todas as perturbações que naturalmente vêm do Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 01/04/14, Shamati # 190