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Os Portões Da Redenção

laitman_537É muito difícil para uma pessoa, isto é, o desejo de receber, concordar com as quedas, devido ao fato de que, depois de uma subida, um êxito, uma sensação de poder, uma proximidade e uma euforia, de repente ela perde todo o conhecimento e sentimento, e sente que falta tudo.

O desejo de prazer que espera satisfação sente isso como uma perda injusta, como a morte, e não entende como isso aconteceu. A pessoa começa a ficar zangada e rebelde.

Isso a confunde muito; ela se torna instável e não entende o que fazer. No entanto, são precisamente essas situações que nos levam a uma reavaliação em comparação ao que era antes. Anteriormente, nós medíamos nossas situações de acordo com o que recebíamos através do nosso desejo de prazer.

Depois, nós começamos a avaliar as situações de acordo com a abordagem em relação à meta, à ideia, à mensagem espiritual, o quanto nós compreendíamos e sentíamos que os livros dos Cabalistas estavam relacionados com um nível superior – em outras palavras, com o autor dos livros ou o professor.

Os valores começam a ser gradualmente mudados. Graças às subidas e descidas que passamos, nossos valores são mudados em matéria de recepção e doação, de nós mesmos, e de sair do ego. A pessoa não sabe como isso acontece. A Luz é o que a muda, ao passo que a pessoa só se sente que os valores de ontem já parecem diferentes hoje porque suas prioridades mudaram.

Este processo de atravessar os “49 Portões de Impureza” é um grande trabalho preparatório que inclui o exílio egípcio dentro dele. Nós não precisamos apenas esperar que ele acabe rapidamente. Mesmo que a pessoa esteja em escuridão, ela constantemente entende mais e sente mais quem está gerenciando-a.

Ela certamente compreende mais que o desejo de prazer é o que a domina, batendo o tempo todo nela e está pronto para fazer o que quiser com ela. Por outro lado, ela compreende cada vez mais que a salvação só pode vir de cima, e a própria participação da pessoa está apenas no quanto ela pode influenciar este processo, acelerar as situações, aceitá-las de uma maneira diferente.

Essa vida e as situações com as quais ela concordava antes disso e achava que eram boas, ela agora vê como o domínio do seu ego. Em última análise, ela decide que sua situação é o exílio do Egito com todos os seus 49 portões de impureza.

Nada mais é exigido de nós. Nós só precisamos examinar os 49 Portões de Impureza quantitativa e qualitativamente. A abordagem quantitativa soa assim: se eu cair mesmo por um segundo, eu considero que isso seja a escravidão e a perda de tudo que era querido para mim.

Se eu estou sob o controle do ego mesmo por um instante, estou sob controle estrangeiro. Eu já não sou o mestre do meu ego como as coisas eram durante os anos de abundância. Agora, eu começo a sentir que isso é o que me domina, embora eu não possa fazer nada.

A abordagem qualitativa significa que eu não posso concordar com a menor dominação do ego. Antes disso, eu pensava que ser dominado por meu desejo de receber não era tão ruim, mas agora até mesmo um por cento desse domínio que existia antes, mesmo um por cento da pressão do faraó, é aceito como algo terrível.

É assim que eu chego ao 50º portão. Na fronteira entre os 49 Portões de Impureza e o 50º portão, minha redenção ocorre.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/04/14, Shamati # 54

O Mito Do Comunismo Automatizado

laitman_547_05Nas Notícias (do The Guardian): “Numa época em que robôs enchem as linhas de fábrica, algoritmos dirigem carros e telas inteligentes espalham-se pelos corredores de checkout, a automação é o novo espectro. Os robôs, dizem, estão vindo atrás do nosso trabalho. …

“Localizado no extremo futurista à esquerda do espectro político, o comunismo de luxo totalmente automatizado (FALC) pretende abraçar a automação em toda a sua extensão.

“‘Há uma tendência no capitalismo de automatizar o trabalho, de mudar as coisas anteriormente feitas por seres humanos em funções automatizadas’, diz Aaron Bastani, co-fundador do Novara Mídia. ‘Em reconhecimento a isso, a única demanda utópica pode ser a automação completa de tudo e a propriedade comum do que é automatizado”.

“Bastani e companheiros comunistas de luxo acreditam que essa era de mudanças rápidas é uma oportunidade para realizar uma sociedade pós-trabalho, onde as máquinas fazem o trabalho pesado não para o lucro, mas para o povo.

“‘A demanda seria uma semana de 10 ou 12 horas de trabalho, um salário social garantido, habitação, educação, cuidados de saúde universalmente garantidos e assim por diante’, diz ele. ‘Pode haver algum trabalho que ainda tenha que ser feito por seres humanos, como o controle de qualidade, mas seria mínimo’. A humanidade obteria seu prado cibernético, administrado por máquinas de graça amorosa. …

“A ideologia nasce de um emaranhado de tendências bem observadas. Em geral, a taxa de progresso tecnológico e produtividade do trabalho está aumentando, mas os salários estão estagnados e as fábricas estão vertendo empregos. Pesquisas recentes indicam que 35% dos postos de trabalho no Reino Unido estão “em risco” de serem automatizados”.

Meu Comentário: Tudo teria sido bom e até mesmo grande se nós, também, fôssemos robôs e não seres humanos, criados não de ferro e silício, mas de egoísmo. E isso é o que não nos permitirá aproveitar a vida. Nós vemos isso em tudo o que fazemos: tudo o que é feito com boa intenção se transforma em mal para nós. É dito: “Eu criei o egoísmo e deia Torá, para corrigi-la”.

Ou seja, apenas corrigindo a nossa natureza, seremos capazes de alcançar um bom estado. E isso deve coincidir com o plano da nossa criação. O objetivo da Torá, como está escrito, é “Ame o seu próximo como a si mesmo”; é o principal mandamento da Torá. Portanto, nenhum robô será capaz de tornar a nossa vida mais fácil; nós a destruímos todos os dias pela nossa falta de vontade de cumprir essa condição principal da nossa criação.

Amigos Por Um Propósito

laitman_943Pergunta: O que é essa conexão entre nós? Afinal de contas, não somos amigos no sentido físico. Como podemos nos conectar e unir da forma correta?

Resposta: A amizade, no nível físico, é caracterizada por pessoas que têm o prazer de se comunicar; elas têm semelhantes hábitos, obrigações comuns, e assim por diante. Isso é o que as une e conecta.

Nós somos amigos de um tipo diferente; somos amigos por um propósito. Se não fosse por esse propósito, nunca nos sentaríamos juntos. Portanto, nós precisamos entender claramente que só a importância da meta nos mantém juntos, nos conectando e ligando juntos. É por isso que o grupo existe.

A questão é como a pessoa não se esquece de que o grupo não existe por si só, que sozinhos não estamos conectados? Nós nos reunimos aqui não porque seja bom para nós estarmos juntos, mas para que possamos nos conectar acima de todos os problemas que constantemente surgem entre nós, e é assim que nós ascendemos espiritualmente. O grupo deve saber em que condições nos reunimos, para que estamos trabalhando, e qual o nosso trabalho.

Todos os dias, nós temos que descobrir novos problemas entre nós, e todos os dias tentamos resolvê-los nos elevando acima deles. Isto significa que não estamos resolvendo problemas no nível físico como é habitual neste mundo, mas especificamente subindo sobre eles e nos voltando ao Criador com um pedido de correção.

Não estamos preparados para nos dar bem sozinhos; essa é uma correção espiritual. Ao não fazer nada, mas apenas esclarecendo os nossos problemas em workshops, nós pedimos ao Criador para nos corrigir e satisfazer. Ele é o único que corrige as conexões entre nós, preenche-as através de Sua revelação, e Ele mesmo é descoberto nessas conexões.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/03/14, Perguntas e Respostas

Círculos De Interseção

laitman_628_1Pergunta: Como nós escolhemos o parceiro mais adequado? Por onde começamos?

Resposta: Siga a lei geral da natureza onde tudo busca o equilíbrio. Assim, quanto mais semelhança houver entre os parceiros, mais compatíveis eles são uns com os outros. A semelhança está na educação que receberam, seus valores, sua visão de mundo, e seu comportamento em diversas situações internas e externas. É necessário buscar a compatibilidade, e quanto mais os casais se parecem uns com os outros, mais a família tem uma chance de sucesso.

Portanto, primeiro cabe à pessoa examinar a si mesma para entender quem ela realmente é, e isso é feito com a ajuda de palestras, atividades conjuntas e workshops. Primeiro de tudo, é preciso conhecer a natureza humana, estudar a sua psicologia, através do que eu já vou começar a entender quem eu sou, o que me motiva, e como e por que eu reajo de tal forma.

É necessário descobrir quantas reações diversas as pessoas têm ao mesmo problema, situações comuns da vida, e verificar como as nossas reações são semelhantes, para que possamos entender um ao outro. Talvez eu esteja numa situação completamente diferente agora, mas a resposta do meu parceiro é clara para mim, e eu reagiria exatamente assim se estivesse numa situação similar.

Para isso, nós temos que ensinar a pessoa a sair de si mesma e ser “vestida” em outras situações, olhando-se de fora. Ela deve verificar suas respostas em situações diferentes, e assim ela vai entender quantos diferentes tipos de comportamentos existem nela, as diferentes reações e padrões de que ela é composta, e agora cabe a mim entender quais os padrões que a outra pessoa é composta.

Nós usamos uma abordagem como essa, não só na busca de um parceiro, mas em geral, para compreender a outra pessoa. Nós devemos esclarecer quantas situações diferentes podem existir, quantas reações, mudanças de humor e alterações, na medida em que eu posso compreendê-la e ser vestido em sua imagem. Eu posso me imaginar no lugar dela? Nós damos uns aos outros sinais de que nos entendemos, que estamos de acordo e aceitamos uns aos outros.

Este é um estudo da pessoa, quem ela é e quais as formas de comportamento que ela pode ter. Existem vários tipos de pessoas: cabeça quente, otimistas, melancólicos e indiferentes (colérico, sanguíneo, melancólico e fleumático). A psicologia tem critérios claros para esses padrões e é capaz de determinar qual deles são compatíveis entre si. Desse modo, não é um problema classificar as pessoas de acordo com os grupos. Como resultado dos workshops, discussões e laços criados durante os jogos, elas vão entender quem é mais compatível com elas.

O aprendizado começa com palestras e conferências que são projetadas para ajudar os solteiros a entender o que é a natureza humana, com que intensidade as inclinações egoístas são descobertas, e quanto nós dependemos da opinião do ambiente; em outras palavras, que somos obrigados a nos submeter a nossos impulsos internos e pressões sociais. Nosso comportamento é determinado por hábitos que obtemos através da educação prévia. Nós temos que tentar ver com que hábitos somos tecidos e entender que a pessoa que está na nossa frente é uma personalidade complexa com inúmeros hábitos, e que eu não posso “mudá-la” de acordo com o meu desejo.

Afinal, cada um de nós espera que o nosso parceiro reaja exatamente como fazemos a cada momento na vida e se comporte como eu quero, mas eu preciso entender o outro e concordar que, dentro de cada um de nós, há um conjunto de diferentes imagens humanas às quais eu devo me acomodar ou então não serei capaz de estar conectado a ele. Desta forma, eu começo a descobrir flexibilidade em relação ao outro, construindo algo compatível para nós dois a cada momento dentro de todos os seus e os meus padrões internos. É assim que aprendemos a sociologia mais simples do comportamento humano e a de qualquer sociedade humana.

Nós devemos agir exatamente dessa forma, pois toda a natureza busca equilíbrio, conexão e acomodação à equivalência de forma a cada momento. No sistema geral, tudo depende da quantidade dos componentes e como a sua integração mútua se torna compatível, até que uma sociedade homogénea seja alcançada. Cada um fica com sua liberdade, mas sabe como se acomodar a todos os outros. O consenso geral depende disso.

Essa mesma regra geral também age dentro da família. Isso é o que devemos ensinar a todos. É apropriado para a pessoa se se encontra na sociedade maior, bem como para a paz familiar. As mesmas regras se aplicam em todos os lugares.

Para estabelecer uma família, todos devem ser um psicólogo. Nós não temos escolha! Nós estamos diante de uma situação onde não podemos nos conectar de qualquer outra forma. Anteriormente, essa conexão era uma conexão natural, como é com os animais, mas não estamos mais no nível animal. Nós subimos para o novo nível de Adam (Homem). Portanto, temos que aprender a construir conexões aparentemente artificiais que não são derivadas de nossa natureza.

O homem não é uma criatura egoísta primitiva. Ele deve complementar seu egoísmo para que não aliene os outros, mas chegue à conexão com eles. Para fazer isso, depende de mim ceder constantemente um pouco do meu ego para possibilitar aos outros se intrometer em meu espaço, e meu parceiro possibilita que eu penetre o seu espaço. Assim, nós estabelecemos uma conexão entre nós.

Eu sou um círculo, e meu parceiro é outro círculo. Nós começamos a aproximar nossos círculos, de modo que cada um de nós penetre num segmento comum, mesmo que este ainda seja um segmento pequeno. Depois, nós examinamos esse território comum e temos certeza que constantemente o mantemos entre nós. Isso só é possível negando a mim mesmo.

De KabTV “Uma Nova Vida” 09/06/13