Textos arquivados em ''

Pessach: Um Passo Sobre O Abismo

Dr. Michael LaitmanO início deste post pode ser encontrado em: Pessach É Um Lembrete Do Futuro

Pessach simboliza o nascimento da nação israelense, que nasceu da unidade, apesar da repulsa. Enquanto estamos divididos e separados, não somos uma nação, mas estamos em exílio. Apenas a boa conexão e unidade entre nós nos torna uma comunidade, que é justamente chamada de “Israel”.

Quando nos preparamos para essa ascensão, limpamos as nossas casas e nós afastamos de disputas e de estar divididos. O Seder simboliza o fim da renovação de nossas corruptas conexões mútuas.

Quando nos livramos dessa massa fermentada egoísta, comemos Matzo (pão sem fermento) durante sete dias como símbolo de nossa subida para o nível de doação mútua, que no Egito era percebido como sem gosto. Nós começamos por esse caminho como escravos da separação, como escravos de nossa natureza, e terminamos a viagem como um povo livre, nascido livre, e como uma nação.

Não é de todo surpreendente que nós temos que abrir mão de nossa adoração dos valores que nos separam, não importa onde vivamos. Cada desejo se torna uma fase do êxodo do Egito, visto que Pessach simboliza o nosso “passar sobre” (Páscoa Judaica) a disputa e a separação em direção ao nível do amor.

Nossa Agressividade Pode Nos Destruir

Laitman_727Opinião (Steven Hawking, Físico Teórico, Cosmólogo Inglês, Autor, Diretor de Pesquisas do Centro para a Cosmologia Teórica dentro da Universidade de Cambridge:

“‘A falha humana que eu mais gostaria de corrigir é a agressividade. Ela pode ter tido vantagem na sobrevivência em cavernas, para conseguir mais comida, território ou um parceiro com quem reproduzir, mas agora ela ameaça destruir todos nós’, respondeu-lhe Hawking, de acordo com o Independent. ‘Uma grande guerra nuclear seria o fim da civilização e talvez o fim da raça humana,’ explicou.

“Não só a agressividade humana já não serve a um propósito óbvio, mas os avanços tecnológicos, tais como armas nucleares, têm feito uma incrível quantidade de dano que pode ser feita com muito pouco esforço por um pequeno número de pessoas. Hawking não é único cientista proeminente a ter feito essa observação; Carl Sagan falou contra o desenvolvimento de armas nucleares durante a sua vida.

“[Ele também foi perguntado] quais traços humanos ele gostaria de ver mais vezes. Não sem surpresa, ele comentou que ele gostaria de ver mais bondade e compreensão.

“‘ A qualidade que eu mais gostaria de ampliar é a empatia. Ela nos reúne num estado pacífico e amoroso’, respondeu ele.

Meu Comentário: Esta opinião é óbvia, mas como podemos alcançar a empatia com os outros, como com os nossos familiares, nossos filhos…? – Isto é o que explica a Sabedoria da Cabalá!

Babilônia Moderna

Dr. Michael LaitmanPergunta: A nação Judaica tem passado por uma transformação especial, a transição da escravidão à liberdade, à qual dedica-se a festa de Pessach (Páscoa Judaica). Qual é o significado desta transformação?

Resposta: O significado da libertação da escravidão é adquirir o poder do amor devido à saída do egoíismo pessoal. Nós estamos sob o controle do sistema que nos avança, especialmente dado sob o poder do nosso egoísmo, que é chamado de Faraó.

Primeiro, nós nos sentimos bem nesta escravidão, mas depois percebemos que estamos no exílio e que somos escravos do egoísmo que nos governa de forma absoluta. Nós não concordamos com essa autoridade e desejamos escapar dela, das más atitudes em relação ao outro, porque vemos que desta forma é impossível seguir em frente e existir.

Depois que muitas tentativas fracassadas, nós nos convencemos de que nada pode ser feito e que só um milagre pode nos salvar. Com efeito, o egoísmo está nos matando na medida em que não vemos sucesso em nada em nossas vidas de forma alguma. Deste modo, a lei do Faraó se manifesta entre nós.

Essa é a situação que vemos hoje em Israel. Existem 23 partidos políticos em um pequeno país, enormes lacunas entre diferentes camadas da população, a crise no sistema de ensino, uma crescente taxa de divórcio e de uso de drogas. Metade dos cidadãos estaria disposta a mudar para outro país se tivesse a chance.

Nossa atitude indelicada para com o outro pode ser vista no comportamento nas estradas e em outros lugares. Nós estamos divididos pela indiferença para com os outros e o orgulho. O egoísmo reina dentro de nós e nos faz agir desta forma. Não é nossa culpa, mas é nossa natureza que joga com a gente.

A pessoa deve perceber que nossa natureza é a inclinação ao mal, que nos escraviza. Se não sairmos dessa situação, nossas vidas vão acabar e não deixaremos para trás nada de bom para nossos filhos. A vida vai se tornar pior e eles não terão nem aquelas migalhas de felicidade que tivemos uma vez.

Isso é escravidão, e a Hagadá de Pessach nos diz como escapar para alcançar a liberdade. Mas, acima de tudo, precisamos entender que estamos na escravidão. Afinal, enquanto você se vê na escuridão do egoísmo que nos separa através do ódio mútuo, é impossível entender a realidade da liberdade deste anjo da morte.

Nós temos que querer nos tornar um povo livre em nosso país, independente da nossa vontade. Nós precisamos querer alcançar o amor, a conexão, a garantia mútua e a unidade entre todos acima da nossa natureza egoísta.

O povo de Israel uma vez escapou de seu egoísmo e subiu a uma altura de unidade e amor, que se chama a construção do Templo. Mas depois não fomos capazes de permanecer naquela altura e caímos dela.

Rabi Akiva ensinou que você não pode deixar o princípio do “ama o próximo como a ti mesmo”; caso contrário, cairemos novamente no ódio infundado. O Egito é o estado de ódio sem causa entre nós. Após a destruição do Segundo Templo há 2000 anos, nós voltamos a esse estado de ódio, que é chamado de Egito.

Após milhares de anos vivendo na unidade e na conexão, o povo Judeu foi novamente ao Egito, ao ódio infundado. Mas hoje o mundo inteiro deve perceber que estamos no Egito.

Uma vez, um pequeno grupo liderado por Abraão deixou a babilônia e se tornou unido no povo de Israel. Mas depois, ele voltou para Babilônia e se misturou com todos os babilônios. Hoje, nós nos encontramos novamente diante da mesma torre de Babel e somos confrontados com o ódio contra os outros e a falta de vontade de conhecer e compreender os outros. Isto é chamado de confusão das línguas.

Mais uma vez, nós temos que realizar a mesma ação como a que foi realizada na antiga Babilônia. É dito que os atos dos pais são um exemplo para seus filhos. Hoje, nós precisamos mais uma vez sair do Egito, mas este será o último exílio antes da libertação final.

De Kab TV “Uma Nova Vida” 22/03/15

Os Estados Unidos Estão Perdendo O Interesse No Oriente Médio

Laitman_633_4Nas Notícias (from Maariv Online): “Eu vi um estudo num programa de televisão que até recentemente os Estados Unidos importavam 25% das exportações mundiais de petróleo. Eles eram dependentes da Arábia Saudita e de outras nações. Hoje, tudo mudou.

“Eles desenvolveram uma tecnologia para obter gás mais barato e óleo do xisto (um tipo de mineral), e atualmente os Estados Unidos estão no topo do mercado dos principais fornecedores de energia.

“Agora os Estados Unidos estão enfrentando o problema oposto, encontrar mercados para a venda de seus recursos. A direção preferencial não é o Oriente Médio, mas as nações da Europa e a região do Extremo Oriente. Este fator explica a perda de interesse dos Estados Unidos em relação a Israel. Para os aliados da nação Judaica, o principal trunfo é a tecnologia, mas os Estados Unidos não precisam disso e podem se virar sem os Israelenses.

“A Rússia, China e Europa precisam de tecnologia, mas os chineses a roubam, e a União Europeia a substitui com imigrantes. A Rússia definiu os extremistas islâmicos como uma ameaça à segurança, e num fundo de mudanças geopolíticas um quadro poderia ser criado cujos sinais já estão brotando hoje; seus interesses serão idênticos àqueles de Israel, e ele se tornará seu aliado.

“A fim de estabelecer uma aliança com a Rússia, um regime Republicano de dois mandatos na Casa Branca é obrigatório. Isto irá gradualmente mudar o caráter das relações mútuas e não trará um conflito com os Estados Unidos, que por sua vez foi expresso na proibição de fornecimento de munições, armas e peças de reposição. Em uma visão geral, é possível dizer que os Estados Unidos decidiram sair e ir embora, e o que Israel será para eles? Ele não terá qualquer importância. Chegou a hora de procurar novos aliados”.

Meu Comentário: A força de Israel não estará na força das armas e da tecnologias, mas só através de uma conexão com a força superior que pode ser aumentada e expandida infinitamente através da união entre nós de acordo com o método da sabedoria da Cabalá.

Pessach: Irmãos Em Espírito

Laitman_115_04A base da nação Judaica não é étnica, mas ideológica. Nós temos que começar pelo caminho de volta, há séculos atrás, quando a humanidade concentrou-se na antiga Babilônia e as pessoas viviam uma vida simples, mas em irmandade. No entanto, houve um momento quando conflitos eclodiram, e vizinhos que costumavam ser próximos e amigáveis começaram a  suspeitar um do outro e gradualmente se tornaram estranhos.

Imagine a seguinte situação na perspectiva do nosso tempo: a grama do vizinho é mais verde; ele tem uma moderna máquina de lavar, e ontem eu vi uma geladeira nova sendo entregue na sua casa. Sua esposa é como um espinho aos olhos da minha mulher, pois ela usa um vestido novo a cada dia, seus filhos são desrespeitosos, e além do mais, ele agora tem dois novos cães de raça puros que abertamente olham para meu vira-lata com desprezo…

Em resumo, o ego cresceu na antiga Babilônia e as pessoas deixaram de se sentir como uma nação. É como se elas começassem a falar línguas diferentes.

Então, Abraão, que era um grande sábio, descobriu a essência interior do que estava acontecendo e encontrou uma verdadeira solução para o conflito. Ele descobriu que eles tinham que superar o ego que tinha crescido, a fim de manter as relações calorosas e cordiais entre si.

Mas a maioria não aceitou essa abordagem e acabou em uma ruptura geral. As tribos e povos se espalharam por todo o globo.

Muito poucos seguiram Abraão e foram eles que lançaram as bases para a nação Judaica e o povo Judeu. Eles criaram uma sociedade que, apesar do ego continuamente crescente, manteve o sentimento de proximidade mútua e as relações familiares calorosas entre si.

Pessach De Diferentes Perspectivas

laitman_249-03Pergunta: Qual é a diferença entre a explicação Cabalística do nosso mundo e de Pessach (Páscoa Judaica) e a explicação usual que conhecemos desde que éramos crianças?

Resposta: Existem vários níveis que explicam a realidade, existência, criação, desenvolvimento e o objetivo do homem nela. Quando falamos de Pessach, por exemplo, podemos falar sobre:

1. O período histórico da escravidão que nossa nação passou no Egito.

2. A escravidão da a seu ego no Egito, ao seu Faraó.

3. O desenvolvimento do ser criado, do desejo, sob a influência da Luz, o Criador e sob a influência da escuridão, Egito e Faraó.

Ao mesmo tempo podemos falar sobre os diferentes níveis:

1. a realização técnica dos rituais que na nossa língua são chamados de Mitzvot (mandamentos),

2. A realização psicológica do mandamento de “amar teu amigo como a ti mesmo”, como o mandamento geral e ordem do Criador, que inclui todos os outros mandamentos e ordens como se diz na Torá: ama o teu amigo como a ti mesmo é a grande regra da Torá,

3. A influência Cabalística da Luz Superior nos mundos, e através deles nas almas que passam por diferentes fases de desenvolvimento em sua correção espiritual.

Como Um Feixe De Juncos — Viver Num Mundo Integrado, Parte 5

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 10: Viver Num Mundo Integrado

Um Mundo Integrado Exige Educação Integral

As Chaves Para A Unidade

Para conceber uma sociedade mais coesa, cujos membros são responsáveis uns pelos outros, as pessoas precisam cultivar algumas regras básicas.

1) Comida e outras necessidades: primeiro e mais importante, as pessoas devem ter segurança alimentar. Sem a confiança de que possam alimentar seus filhos e a si mesmas, as pessoas não irão sentir que são partes integrais da sociedade, elas estarão constantemente lutando por comida (se não fisicamente, mentalmente).

Além disso, é imperativo que as pessoas tenham segurança suficiente sobre educação, habitação, vestuário e serviços médicos. Tudo o acima irá variar dependendo do nível médio de vida em cada localidade, mas o sustento básico deve ser fornecido para todos em um nível que preserve sua dignidade como seres humanos e como membros integrais da sociedade.

Em troca de garantir sustento básico, todos os membros da sociedade vão passar por alguma forma de treinamento, que irá ajudá-los a compreender a natureza interconectada e interdependente de nosso mundo — por isso é que estão recebendo esses serviços. Eles vão aprender que uma sociedade que garante seu bem-estar implica também alguns deveres. Isto vai se relacionar com as atitudes das pessoas entre si, bem como sua contribuição de tempo ou de serviços para o bem comum.

Por exemplo, a certeza de que todas as crianças recebem educação básica não tem que custar ao estado um centavo. Pode ser feito através de professores desempregados que voluntariamente trabalham em troca de um sustento básico. Esta medida contribuirá significativamente para a coesão social da comunidade e juntamente com a formação acima mencionada será percebida como participando na formação de um mundo melhor, dando assim às pessoas mais um incentivo positivo para para se esforçar pela comunidade.

2) A formação (treinamento): nós já mencionamos a formação que vai ajudar as pessoas a entender a natureza do nosso mundo interconectado e interdependente. O paradigma social da Educação Integral sugere que todos os cidadãos, inclusive todos os residentes do país vão participar nesta formação.

A formação tem uma dupla finalidade: social e econômica. A finalidade econômica, que é mais um benefício suplementar do que uma meta real em si, é fornecer às pessoas o conhecimento necessário para se sustentar em tempos de parcos rendimentos. Essa parte da formação irá incluir a educação do consumidor (finanças pessoais), para que as pessoas possam gerenciar suas famílias em uma maneira economicamente viável utilizando recursos limitados.

A outra parte do curso, mais extensa, irá incluir tópicos referentes à percepção de si mesmo como parte de um todo maior que compartilha um objetivo comum. Essa percepção é fundamental para a coesão da sociedade. Sem ela, vai ser cada um por si mesmo, uma sociedade do salve-se quem puder.

A dissonância crescente entre este tipo de sociedade e a direção agregada da realidade de hoje vai sem dúvida aumentar a já excessiva pressão sobre o funcionamento social das pessoas, e o resultado será o colapso da sociedade. Se isso acontecer, como prova a história, e conforme descrito nos capítulos anteriores, os Judeus serão responsáveis, cujas consequências ninguém sabe.

Portanto, abaixo estão os tópicos que eu acredito que devem ser incluídos na formação (treinamento) em EI para conduzir as pessoas a uma visão de mundo mais coesa e, portanto, sustentável:

•Interconectividade em economia, cultura, sociedade, e o que isso significa para cada um de nós. Este tópico irá detalhar a evolução dos desejos e como, no quarto nível, queremos desfrutar a riqueza, poder e fama, prazeres egoístas e que esses desejos nos levam a nos conectar, embora negativamente, a fim de usar um ao outro.

•Interdependência — por que nos tornamos interdependentes e como isso deve afetar as nossas relações nos níveis pessoais, sociais e políticos. Este tópico deve continuar a explicação da evolução dos desejos e mostrar por que nossos desejos de explorar uns aos outros nos fazem mais dependentes um do outro. Na medida em que esses desejos nos levam a nos envolver em relações cada vez mais estreitas, enquanto abrigam intenções mútuas inerentemente doentes, nós estamos cada vez mais interligados porque queremos usar um ao outro. Ainda assim, estamos igualmente interdependentes porque somos dependentes dos outros para a satisfação de nossos desejos.

•Melhorar as capacidades sociais, emocionais e mentais:

•Melhorar as capacidades sociais, emocionais e mentais:

◦Aprender como lidar com o desemprego e a resultante insuficiência financeira, estresse e depressão.

◦Habilidades de comunicação tais como aprender como ouvir, como expressar claramente as emoções e necessidades, respeitar um ao outro e como ler a linguagem corporal. O objetivo aqui é neutralizar a agressividade e estabelecer melhor compreensão recíproca.

◦Resolver conflitos internos de uma forma não-violenta.

◦Socialização como meio de aprendizagem, enriquecimento, suavizando tensões e restaurando a autoestima.

•Consumo de mídia: como dito acima, a mídia de massa é a mais poderosa ferramenta para moldar nossas opiniões e valores. Por esta razão, o sábio consumo de mídia pode reduzir as tendências agressivas, incentivar o comportamento pró-social e fornecer informações essenciais, a compreensão do mundo e nosso lugar nele. Para ter certeza, o termo “mídia” refere-se não só à TV e rádio, mas também a Internet, jornais e algumas formas de cultura pop, como filmes e música popular.

•Habilidades de gestão do tempo: aprender a usar o tempo para enriquecimento pessoal, laços de expansão dos círculos sociais, aquisição de competências profissionais novas ou melhoradas, e alimentar a laços familiares mais fortes e sólidos.

•Qualificação de estagiários como formadores de futuros cursos e treinamentos.

Além disso, onde a presença física for possível, o treinamento será dado através de atividades sociais, simulações, trabalhos de grupo, jogos e apresentações multimídia. A aprendizagem não será no formato tradicional, professor-classe frontal. Em vez disso, o professor e os alunos irão sentar-se em círculo e conversar como iguais, aprendendo por meio do enriquecimento e compartilhamento mútuo. Onde a presença física não for possível, o quadro educacional será em grande parte interativo, com exemplos e atividades projetadas principalmente para eLearning.

Os resultados de tal formação devem ser duplos: 1) compreensão de como gerir a vida pessoal no volátil ambiente social e instabilidade econômica de hoje; 2) compreensão de que há uma lei natural estimulando esse desdobramento, que essa lei é tão severa e inexorável como a gravidade, e, portanto, nós devemos dominar esses novos meios de lidar para nosso próprio bem.

Embora todos nós tenhamos que saber como lidar conosco mesmos sob a Lei da Interdependência, imposta sob nós pela Lei da Doação, o Criador, isso não significa que todos terão que estudar Cabalá. Aqueles que desejam estudar podem fazê-lo, mas aqueles que não têm desejo de alcançar o Criador irão contribuir tanto quanto o “superorganismo vivo da humanidade”, para usar as palavras de Christakis e Fowler, simplesmente vivendo as leis da garantia mútua sem atingir o funcionamento interno da Criação.

Assim como você não precisa ser um eletricista qualificado para ligar a luz com sucesso e com segurança, nem todo mundo deve ser um Cabalista, ou um “perito no funcionamento da lei de doação”, para usar um fraseado mais contemporâneo, para aplicar com sucesso e segurança a lei da doação nas suas vidas. Afinal, esta lei existe a fim de fazer o bem às Suas criações, como aprendemos no capítulo 2. Portanto, tudo o que precisamos aprender é como usá-la corretamente, assim como aprendemos como usar a eletricidade, magnetismo, gravidade e qualquer outra lei natural ou força para nosso benefício.

Dito isso, assim como eletricistas constroem os sistemas que todo mundo usa com segurança sem qualquer conhecimento profissional, os Cabalistas terão que construir os sistemas social e de aprendizagem que insiram a qualidade da doação na sociedade, de modo que todos possam usar estes sistemas beneficamente, mesmo sem qualquer conhecimento da Cabalá.

3) A mesa-redonda: um meio de primordial importância e que, portanto, merece um item para si, é o formato de discussão em mesa redonda. Neste tipo de discussão, todos os participantes têm o mesmo status e representam diferentes pontos de vista, muitas vezes se opondo sobre assuntos que são essenciais para o bem-estar e a solidez da comunidade, cidade, estado ou país.

O objetivo da deliberação é conciliar as diferenças, não induzir o compromisso. Pelo contrário, o objetivo é encontrar um denominador comum que se destaque acima dos conflitos e disputas. O resultado de encontrar esse elemento é que os temas em disputa de repente parecem muito menos importantes do que antes e pálidos em comparação com a unidade e o calor que os participantes agora sentem em relação um ao outro. Posteriormente, as soluções são facilmente encontradas para conflitos anteriormente persistentes num espírito de boa-fé, devido ao interesse comum recém descoberto.

Em Israel, vários movimentos e organizações têm implementado o formato de discussão em mesa redonda. O movimento Arvut (garantia mútua), por exemplo, implementou este meio de deliberação centenas de vezes, e cada vez que este formato foi utilizado, foi relatado como um grande sucesso pelos próprios participantes. Dessa maneira, problemas que não tinham sido resolvidos há anos foram resolvidos em questão de horas.

Até agora em Israel, isso já foi tentado em grandes cidades, aldeias e kibutzim, em aldeias Árabes e Druzes, reunido a extrema direita de colonos da Judeia e Samaria com árabes da Cisjordânia, no Knesset (Parlamento israelense) , e em populações em dificuldades como imigrantes da Etiópia e da antiga União Soviética. Esses eventos terminam com um profundo senso de unidade e calor em sua totalidade. Para depoimentos gravados em vídeo e mais detalhes sobre as discussões em mesa redonda, visite http://www.arvut.org/en/round-table.

Discussões em mesas-redondas também foram realizadas ao redor do mundo. Nova York e São Francisco (EUA), Toronto (Canadá), Frankfurt e Nuremberg (Alemanha), Roma (Itália), Barcelona (Espanha), São Petersburgo e Perm (Rússia), são apenas alguns dos muitos lugares onde essa forma de discussão tem sido implementada, todos apreciando o mesmo sucesso retumbante como em Israel.

O espírito de igualdade, as deliberações reais também envolvem a plateia, e seguem este procedimento: um painel de indivíduos de origens e agendas diversas e muitas vezes  conflitantes se sentam na mesa principal. Os palestrantes expressam suas opiniões sobre um tema declarado pelo anfitrião do evento.

Em seguida, o público faz perguntas aos palestrantes, as quais um ou mais deles responde. É uma regra inquebrável que os palestrantes não devem reprovar outros palestrantes ou interferir com suas palavras. Críticas pessoais também são proibidas. Desta forma, o público conhece uma variedade de pontos de vista que não se opõem, mas sim se complementam.

Posteriormente, o público se divide em várias mesas-redondas e discute questões colocadas pelo anfitrião na mesma forma e espírito demonstrado pelo painel. Finalmente, as mesas se reúnem em uma assembleia geral e cada mesa apresenta suas conclusões, bem como compartilha suas impressões do evento como um todo.

Recentemente, até mesmo algumas discussões de mesa-redonda online têm sido tentadas, e elas também foram muito bem sucedidas. Naturalmente, cada lugar tem sua mentalidade única, e cada veículo — um evento ao vivo, uma reunião online ou uma transmissão de TV — tem suas vantagens e desvantagens. Portanto, não há dois eventos iguais. Ainda assim, o espírito de camaradagem e o compromisso de garantia mútua que estão na base de cada discussão garantem o sucesso destas deliberações únicas. Embora a grande maioria das sociedades ainda esteja bem distante de viver conceitos de garantia mútua, estas discussões, como demonstram as gravações de vídeo, conseguem induzir um sentimento genuíno do será viver em garantia mútua.