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O Poder De Uma Pessoa Livre

Laitman_115_04Pergunta: A maior fortuna não é sequer se eu vou ou não passar a Machsom (barreira), mas sim que o Criador me trouxe para estudar. Do que isso depende?

Resposta: É o Criador que traz a pessoa para o bom destino e não podemos influenciar isso de forma alguma. Nós só podemos tentar que, ao vir estudar, seremos capazes de nos entender.

Pergunta: Mas por que somos tão poucos, uma porcentagem tão pequena?

Resposta: Nós não somos tão poucos; temos uma força espiritual muito grande, maior do que o mundo inteiro. Que tipo de poder o mundo todo, que é totalmente gerido de cima, tem em comparação com uma única pessoa que tem a liberdade de escolha e a capacidade de influenciar a realidade? É impossível comparar isso.

Todo o poder de todas as pessoa que vivem no mundo é igual a uma pessoa que está estudando num grupo Cabalístico. Se elas querem influenciar o mundo espiritual, todas devem se conectar em seu nível para ser igual a um dos nossos amigos.

É como todos do nível inanimado que são iguais a um do nível vegetal, todos do nível vegetal são iguais a um do nível animal, e todos do animal são iguais a um humano (Adão). Assim também entre as pessoas, se todas são geridas de cima e há uma que não é gerida e tem algum tipo de independência, todas elas juntas são iguais a essa pessoa. Se todas se conectam em seu nível físico anulando-se, elas se tornam iguais a essa que está estudando a sabedoria da Cabalá. As relações entre os níveis são assim.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 31/03/14, Escritos do Baal HaSulam

Nós Queremos Sair Do Egito?

Laitman_079_02Pergunta: Por que nós queremos sair do Egito, em primeiro lugar? O que há de tão ruim lá?

Resposta: Nós somos feitos de duas partes: o nível animal e o nível humano. Por isso se diz: “o Senhor salvará o homem e os animais”. Tudo depende da medida em que você se identifica com o animal ou com o homem.

O homem em mim anseia em abrir os olhos para o mundo espiritual, em entender por que vive, em ver o caminho a seguir e compreender toda a realidade. O animal é atraído para a poltrona e a TV, a fim de se sentir bem e confortável. Ele se vira de um lado para outro e não quer nada.

Isso significa que eu tenho uma escolha: ou este mundo ou a espiritualidade. Nós oscilamos entre esses dois estados, e assim será até o fim da correção. Nós receberemos cada vez maiores tentações para desfrutar egoisticamente e um maior endurecimento do coração. Nós podemos receber um endurecimento do coração mesmo em nosso estado atual, de modo que não seremos capazes de nos mover nem um milímetro.

Se você se sente bem neste estado, então não há nada para falar. Se você não sente a necessidade de avançar espiritualmente, você precisa se desenvolver neste mundo, a fim de descobrir a sua inutilidade.

Pergunta: Será que se desenvolver significa receber golpes?

Resposta: Há uma fase no desenvolvimento de uma pessoa em que ela recebe golpes, mas ainda não é capaz de entender o porquê e de onde eles vêm. Ela ainda não se desenvolveu o suficiente. Ela tem que receber um determinado número de golpes para tentar escapar deles em diferentes direções, até começar a entender por que isso acontece.

Antes, ela só queria se esconder dos golpes e agora já tem uma pergunta e quer saber por que recebe golpes. Esclarecer a razão já é um nível superior. Ela não quer simplesmente apagar o que é ruim no nível atual, mas deseja saber de onde vem e por quê. Ela já cresceu.

Depois, ela sobe para o próximo nível e descobre por que os golpes chegam. Ela começa a explorar a sua origem, porque a nossa vida é do jeito que é e quais são as leis de acordo com as quais é construído o sistema que a pune. Ela quer saber tudo isso.

Então, ela sobe ainda mais alto e quer saber não só como funciona o sistema superior, mas também o objetivo para o qual ele opera, ou seja, se existe algum plano. Afinal de contas, ela vê que o sistema opera de forma sistemática.

Nós constantemente avançamos por golpes, mas eu não presto atenção no golpe em si, mas por que eu o recebo e à sua fonte. No final, eu subo acima dos golpes e quero descobrir a razão para eles. Os golpes me forçam a valorizar a sua razão e eu começo a me separar dos meus sentimentos e deixo o animal sofrer. É bom que ele sofra, pois não há outra maneira de eu avançar. Eu quero identificar e me conectar com as razões para os golpes, ou seja, com a causa das razões.

É por isso que eu aceito meu avanço de bom grado. Mas eu não vou avançar a menos que receba golpes qualitativos suficientes em todos os níveis de acordo com as minhas perguntas, de acordo com o meu apreço pelo golpe. Se eu recebo um golpe, mas ele não é importante para mim e o que importa é de quem eu recebi e por que razão, esta é uma situação totalmente diferente. O Criador me trouxe até aqui para que eu possa descobrir que Ele é o único que me dá esses golpes.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 31/03/14, Escritos do Baal HaSulam

Pratos Para Pessach

laitman_568_01Pergunta: De um ponto de vista espiritual, Pessach é a separação do governo do mal em mim, de meus motivos egoístas em relação aos outros. Muitas casas têm um gabinete especial, que detém um conjunto separado de pratos para a Pessach. O que simboliza esse costume de mudar todos os pratos para Pessach?

Resposta: Na verdade, um conjunto especial de pratos para Pessach é uma tendência moderna. Anteriormente, antes de Pessach as pessoas simplesmente faziam novos pratos – de argila, madeira ou pele animal.

Novos pratos simbolizam novos vasos, ou seja, nossos desejos, que nós usamos anteriormente para o nosso próprio benefício. Agora não podemos usá-los dessa maneira, mas apenas a fim de doar. Eu tenho que mudar o conjunto dos meus desejos em relação aos outros.

Pergunta: O que significa “um conjunto de pratos diários” que usamos ao longo do ano e “um conjunto de pratos para Pessach“?

Resposta: “Um conjunto de pratos diários” é um desejo egoísta de desfrutar em detrimento de outros, e então você reprime de usá-lo.

“Um conjunto de pratos para Pessach” representa, ao contrário, usar desejos altruístas para o benefício dos outros.

Você tem que substituir um conjunto pelo outro: usar seus desejos de amor ao próximo, de doação. Isso é chamado de “novos vasos”. Depois de utilizar estes novos vasos por uma semana, você pode começar a voltar a seus velhos vasos porque já sabe como corrigi-los, ou seja, usá-los da maneira correta.

De KabTV “Uma Nova Vida” 24/03/14

Entrevista-Relâmpago Com Um Cabalista

Dr. Michael LaitmanPergunta: Existe vida após a morte?

Resposta: Sim.

Pergunta: Por que os seres humanos usam apenas 3% do seu potencial intelectual?

Resposta: Porque os outros 97% são destinados à revelação espiritual.

Pergunta: Será que podemos mudar a nós mesmos?

Resposta: Não. Mas podemos fazê-lo com a ajuda da força superior.

Pergunta: Por que há tanta maldade e injustiça nesta vida?

Resposta: Nós somos os únicos que a trazem a este mundo.

Pergunta: Na sua opinião, o que é um israelense?

Resposta: “Israel” em hebraico significa direto ao Criador. Esta palavra significa qualquer pessoa que, com a ajuda da sabedoria da Cabalá, está orientada à força superior, ao “bom que faz o bem”.

Pergunta: O que lhe irrita mais?

Resposta: Qualquer coisa que se opõe à resposta que eu recém dei a sua última pergunta.

Pergunta: Será que um Ccabalista desfruta a comida, o sexo ou quaisquer outros prazeres deste mundo?

Resposta: Um Cabalista desfruta de tudo o que uma pessoa normal desfruta. Por que não?

Pergunta: Você observa as regras de trânsito?

Resposta: Sim.

Pergunta: Qual seria o único livro que você levaria com você se decidisse se retirar do mundo?

Resposta: O Shamati do Baal HaSulam.

Do Programa da Radio Israelense 103FM , 15/02/15

O Mundo Inteiro Está Dentro De Nós

Dr. Michael LaitmanA Torá aborda somente os seres humanos e fala sobre coisas que são internas para nós: o Criador, Moisés, pessoas, etc. Cada um de nós deve organizar esses elementos, porque não importa o que sentimos, nós sentimos dentro de nós.

Você pode continuar a dizer mil vezes que um copo existe fora de você. No entanto, como isso é possível, se você o percebe internamente? “Não! Eu o vejo em cima da mesa!” Portanto, isso significa que você sente tanto o copo como a mesa dentro de você.

Por conseguinte, tudo o que falamos, o mundo inteiro, está dentro de nós, incluindo o Criador.

Isso explica porque quando retratamos o Criador na Cabalá, a primeira coisa que desenhamos é o ponto (ponto) da letra “Yod” e só depois nós escrevemos “Yod Hey Hey Vav“, os quatro estágios de desenvolvimento do desejo que começam com este ponto. A quarta etapa é um desejo completo que parece tangível, sério e maduro para nós.

A última fase do desejo foi instigada desde o ponto inicial, semelhante a todo o universo que se originou de uma pequena centelha que continha energia suficiente para alimentar este mundo e cada um de nós até hoje. Nesse ponto minúsculo reside toda a informação e toda a matéria do universo.

É um ponto que instigou tudo o que apareceu como resultado de uma explosão e é o começo da letra “Yod“. É por isso que se diz na Torá que cada pessoa é um pequeno mundo que engloba tudo.

Não importa o que sentimos, isso está dentro de nós. É por isso que a ciência moderna, que tem avançado um bilhão de anos-luz, mais uma vez retoma a exploração dos seres humanos e se concentra em nosso potencial e nas particularidades de nossa percepção. Coisas que pareciam remotas e fora de nós devem de fato ser exploradas dentro de nós.

A falta de compreensão da maneira como nós percebemos as coisas externas nos impede um maior avanço e se opõe ao entendimento da essência da vida e da organização da nossa existência futura. Em um futuro próximo, todas as ciências vão acabar estudando Cabalá.

Vai se tornar óbvio para o mundo científico que sem essa sabedoria é impossível estabelecer uma base sólida que permita aos seres humanos se relacionar corretamente às nossas sensações, noções e cognição.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 08 /10/14

Reunindo-se Na Ponte Acima Do Ódio

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que é habitual ter uma refeição na noite de Pessach, quando toda a família se senta ao redor da mesa?

Resposta: Pessach é um feriado especial porque simboliza o nascimento da nação israelita. Ela diz que é somente após o êxodo do Egito que eles se tornam uma nação, e que não podemos ser chamados de uma nação enquanto estivermos separados e divididos, e a força egoísta nos despedaçar. É somente quando nós resistimos a essas forças estrangeiras e tentamos nos conectar que descobrimos a força de unidade que nos une, e que nos tornamos uma nação. Por isso, a nação de Israel hoje não é chamada de uma nação de acordo com a verdadeira definição Cabalística.

Comentário: Este estado de divisão foi muito fortemente revelado durante as eleições em Israel que terminaram há pouco tempo atrás e dividiram a nação em muitos partidos e movimentos. A divisão interna é cada vez mais crescente e profunda.

Resposta: Estas eleições foram muito prejudiciais para a nação, já que celebramos o fato de que temos conflitos e que nos odiamos. Durante a propaganda da eleição, nós enfatizamos essas diferenças e todos tentaram prejudicar um ao outro, tanto quanto podiam. Isso é terrivelmente prejudicial à nossa nação, embora seja chamado de democracia. Afinal, toda a base da nação israelita é a unidade acima de todos os obstáculos e diferenças.

Pergunta: Mas, o que devemos fazer se nossas opiniões diferem?

Resposta: Isso é uma coisa muito boa! Na verdade, é a conexão entre o positivo e negativo que gera energia. É bom que não compartilhemos as mesmas opiniões. Nós só devemos saber como nos conectar acima de todas as diferenças. Portanto, a conexão para a qual a sabedoria da Cabalá nos leva está longe de ser uma simples ideia. Nós temos que encontrar a força especial na natureza que nos ajudará a unir, apesar das nossas diferenças e oposições. As opiniões opostas permanecem, mas nós sabemos como fazer a paz entre nós acima delas de modo que o amor cobrirá todos os pecados. Este é um princípio muito profundo. Nós somos ambos pecadores, você e eu, mas construímos uma ponte sobre o ódio que sentimos em relação um ao outro.

O Livro do Zohar nos diz que os dez alunos do Rabi Shimon que se sentavam numa caverna e escreviam este livro se odiavam tanto quando começavam a estudar à meia-noite que queriam queimar um ao outro. Mas, na medida em que estudaram juntos e fizeram esforços para construir gradualmente a ponte acima do seu ódio ardente, chegaram à revelações espirituais sobre as quais eles nos dizem mais tarde, no Livro do Zohar. Essa ponte só pode ser construída acima das opiniões opostas.

Pergunta: Será que isso significa que sempre que temos disputas, sempre podemos construir uma ponte acima delas?

Resposta: Nós sempre podemos construir uma ponte acima de nossas disputas, e, além disso, é proibido pressionar uma pessoa para forçá-la a ceder e mudar de opinião. Quanto mais diferente a sua opinião é dos outros, melhor.

Pergunta: Então, o que vai construir a ponte entre nós?

Resposta: Por exemplo, nós podemos ter um sistema elétrico ou eletrônico que realmente funciona graças ao fato de que ele queima energia como resultado da diferença de potencial entre dois condutores elétricos que chegam até ele. Quando estamos num conflito e em frente um ao outro por causa de nossa natureza egoísta, e, ao mesmo tempo, nos conectamos acima dela, esses dois níveis criam uma realização espiritual dentro de nós. Nós alcançamos o mundo espiritual na lacuna potencial quando descobrimos não só o nosso atual mundo corporal, mas também o mundo superior. A conquista do mundo espiritual é chamada de alma.

Do Programa da Radio Israelense 103FM , 15/03/15

Como Um Feixe De Juncos —Pluralmente Falando, Parte 9

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 9: Pluralmente Falando

Afetando a Coesão Social Através do Ambiente Social

Quatro Fatores De Influência

No seu ensaio, “A Liberdade”, [i] Baal HaSulam discute extensamente a estrutura da psique humana, e no que nós precisamos nos concentrar para alcançar uma mudança duradoura nas nossas sociedades. Através de uma longa análise da ação recíproca entre a herança e o ambiente, Ashlag explica que quatro fatores se combinam para nos fazerem quem nós somos:

1. Genes;

2. A maneira como nossos genes se manifestam durante a vida

3. O ambiente direto, tal como família e amigos

4. O ambiente indireto, tal como a mídia, a economia ou os amigos dos amigos.

Uma vez que não escolhemos nossos pais, não conseguimos controlar o conjunto genético. Mas nossos genes são meramente o “nós potencial,” não o “nós real” que no final se manifesta quando somos adultos. O “nós” real consiste de todos os quatro fatores. Além do mais, os últimos dois, que se relacionam ao ambiente, afetam e mudam nossos genes para se adequarem ao ambiente.

Vamos examinar o seguinte exemplo maravilhoso de como o ambiente muda os genes, como é relatado por Swanne Gordon da Universidade da Califórnia num ensaio intitulado, “Evolução Pode Ocorrer em Menos De Dez Anos”, publicado no Science Daily. “Gordon e seus colegas estudaram guppies — peixes pequenos de água doce… Eles introduziram os guppies próximo ao Rio Damier, numa seção acima da cascata de barreira que excluía todos os predadores. Os guppies e seus descendentes também colonizaram a porção inferior do rio, abaixo da cascata de barreira que continha predadores naturais. Oito anos mais tarde…, os investigadores descobriram que os guppies no ambiente de baixa predação… haviam se adaptado a seu novo meio ao produzir maior ou menor descendência com cada ciclo de reprodução. Tal adaptação não foi vista nos guppies que colonizaram o ambiente de elevada predação… ‘Fêmeas de elevada predação investem mais recursos na atual reprodução porque uma elevada taxa de mortalidade, impulsionada pelos predadores, significa que estas fêmeas podem não ter outra chance de se reproduzir’, explicou Gordon. ‘Fêmeas de baixa predação, por outro lado, produzem embriões maiores porque bebês maiores são mais competitivos nos ambientes com recursos limitados, típicos de espaços de baixa predação. Além do mais, fêmeas de baixa predação produzem menos embriões não só porque têm embriões maiores, mas também porque investem menos recursos na atual reprodução’”. [ii]

O Dr. Lars Olov Bygren, um especialista de saúde preventiva, documentou um exemplo ainda mais surpreendente de como os genes mudam através dos efeitos ambientais. John Cloud da Time Magazine descreveu a pesquisa do Dr. Bygren sobre os efeitos a longo prazo que os anos de fome e fartura tiveram sobre os residentes da aldeia Sueca isolada de Norrbotten. Contudo, Dr. Bygren observou não só os efeitos das oscilações dietéticas tinham sobre as pessoas que as realizaram. Ele também examinou “se esse efeito podia começar ainda antes [ênfase acrescentada] da gravidez: Podiam as experiências dos pais no princípio de suas vidas de algum modo mudar os traços que eles passavam a seus descendentes?” [iii] “Era uma ideia herege”, escreve Sr. Cloud. “Afinal, tivemos um acordo prolongado com a biologia: sejam quais forem as escolhas que tomemos durante nossas vidas que arruínem nossa memória a curto-prazo ou nos tornem gordos ou acelerem a morte, elas não mudarão nossos genes — o nosso próprio DNA. Isso significava que quando todos tivéssemos filhos nossos, a lousa genética estaria limpa.

“Além disso, quaisquer efeitos da criação (ambiente) sobre a natureza de uma espécie (genes) não era suposto acontecer tão rapidamente. Charles Darwin, cujo Sobre a Origem das Espécies… nos ensinou que as mudanças evolucionárias tomam lugar durante muitas gerações e durante milhares de anos de seleção natural. Mas Bygren e outros cientistas agora haviam amassado a evidência histórica sugerindo que condições ambientais mais poderosas … conseguem de algum modo deixar uma impressão sobre o material genético em ovos e esperma. Estas impressões genéticas conseguem dar um curto-circuito na evolução e transmitir novos traços numa única geração”. [iv]

Baal HaSulam, regressando ao seu ensaio, “A Liberdade”, sugeriu um conceito muito semelhante que se alinha com os achados do Dr. Bygren. Na seção, “O Ambiente como um Fator”, ele escreve (ênfase acrescentada), “É verdade que o desejo não tem liberdade. Em vez disso, ele é operado pelos mencionados quatro fatores [Genes; como eles se manifestam, ambiente direto, ambiente indireto]. E a pessoa está obrigada a pensar e a examinar como eles sugerem, desprovida de qualquer força para criticar ou mudar”… [v]

Na seção subsequente, “A Necessidade de Escolher um Bom Ambiente”, Baal HaSulam acrescenta, “Como nós vimos, é uma coisa simples, e deve ser observada por todo e cada um de nos. Pois embora cada um tenha a sua própria origem, as forças são reveladas abertamente somente através do ambiente em que a pessoa se encontra”. [vi]

Isto pode soar determinista porque se somos completamente governados pelos nossos ambientes, pareceria que não teríamos livre arbítrio. Todavia, escreve Baal HaSulam, nós podemos e devemos escolher nosso ambiente muito cuidadosamente. Nas suas palavras, “Há liberdade para a vontade de inicialmente escolher tal ambiente … que concede à pessoa bons conceitos. Se ela não fizer isso, mas está disposta a entrar em qualquer meio que apareça…, esta pessoa está destinada a cair num mau ambiente… Como consequência, será forçada a conceitos imundos…” Tal pessoa, conclui ele, “certamente será punida, não devido aos seus maus pensamentos ou ações, nos quais não tem livre arbítrio, mas por não escolher estar num bom ambiente, pois nisso há definitivamente uma escolha. Desta forma, aquele que almeja continuamente escolher um ambiente melhor é digno de louvor e recompensa. Mas aqui, também, não é devido aos seus bons pensamentos e ações, …mas devido aos seus esforços para adquirir um bom ambiente, que traz … bons pensamentos”. [vii]

Desta forma, nós vemos que todos somos potencialmente demoníacos, da mesma forma que somos potencialmente angélicos. A escolha de agirmos de um extremo ou outro, ou qualquer mistura dos dois, não depende se escolhemos ser de uma maneira ou da outra, mas do ambiente social no qual nos colocamos, ou que formamos para nós mesmos.

Como pais, nós instintivamente alertamos nossos filhos a se afastarem de crianças maldosas no bairro, e de maus estudantes na escola. Assim, a consciência da influência do ambiente é inerente nos nossos genes parentais, por assim dizer. Agora devemos expandir essa consciência e perceber que não basta ver que nossos filhos andam com as crianças “certas”. Nós devemos começar a desenhar um novo paradigma de pensamento para nós mesmos, bem como para nossos filhos. É um paradigma no qual a responsabilidade mútua representa o papel principal, preocupação mútua e camaradagem assumem a ribalta, e o discurso público muda correspondentemente.

Em outras palavras, a máxima conhecida do Rabi Akiva, “Ama teu próximo como a ti mesmo” deve tomar forma e ser moldada como um modo de vida para a sociedade. Esse paradigma social é o DNA do nosso povo, nosso legado para o mundo, e é o que o mundo, até inconscientemente, espera que transmitamos.

Numa era de consecutivas e sobrepostas crises globais, o mundo está numa necessidade desesperada de uma corda salva-vidas, uma lasca de esperança. Nós Judeus somos os únicos que lhes podemos oferecer essa esperança, que é chamada “garantia mútua”. O próximo capítulo esboçará os conceitos básicos da implementação da garantia mútua como o paradigma social predominante.

[i] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos do Baal HaSulam , “A Liberdade” (Israel: Instituto de Pesquisa Ashlag, 2009), 414.

[ii] “A Evolução Pode Ocorrer em Menos de Dez Anos”, Science Daily (15 de Junho de 2009), http://www.sciencedaily.com/releases/2009/06/090610185526.htm

[iii] John Nuvem, “Por que seu DNA não é o Seu Destino”, Time Magazine (06 de janeiro de 2010), url: http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,1952313, 00.html.

[iv] ibid.

[v] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos do Baal HaSulam , “A Liberdade”, 419.

[vi] ibid.

[vii] ibid.