O Morador, A Divindade E O Grupo

laitman_942Pergunta: O que significa isso: “Eu habito no meio do meu povo” (II Reis 4:13), e como isso está conectado ao nosso trabalho com o público em geral?

Resposta: “Eu habito no meio do meu povo” significa que nós descobrimos o Criador na Divindade, em todos os desejos que são acumulados no nível falante e que querem se parecer com o Criador. A divindade é o coletivo, a comunidade, toda a humanidade que reúne em si mesma a natureza inanimada, vegetal e animal e se torna um suporte, uma substância para o desejo, no qual o Criador, a Luz Superior, é revelado.

Nós estamos agora trabalhando de acordo com o seguinte esboço: Acima – o Criador; no meio – o grupo; e abaixo – a comunidade. Nós saímos para o público em geral, absorvemos suas deficiências, as transformamos em nossas deficiências, e as elevamos ao Criador. A resposta nos chega do Criador, MAD 1 (A Luz), e agora nós temos algo a transmitir ao público, MAD 2 (no esboço).

The Dweller The Shechina And The Group

No entanto, após certo trabalho, nós chegamos a um estágio em que o grupo vai começar a trabalhar com o Criador que se encontra dentro do público. O vaso, a Divindade (Shechiná), este é o público; e a Luz, a parte interna do público, é o morador (Shochen), o Criador, que se encontra dentro da humanidade.

Primeiro de tudo, eu me corrijo em relação ao grupo, e depois eu devo imaginá-lo em sua forma aperfeiçoada, no mundo do Infinito, vendo-o como a Divindade. Se ele parece quebrado para mim, é apenas o grau da minha quebra. Portanto, eu tenho que aceitá-lo como fixo, e constantemente mudar-me para ver o grupo como mais e mais avançado, superior, espiritual, sagrado aos meus olhos, onde o Criador se revela cada vez mais. E quando eu estou na descida e o vejo egoisticamente, eu digo que sou eu quem está determinando isso e eles vão mudar para o meu bem; ou seja, eu não vou servi-los, mas sim eles vão me servir.

E quando nós cuidamos do público, e através dele (no centro do grupo) alcançamos o Criador, o público torna-se precioso para nós. O Criador é precioso para nós e o público é precioso. É assim que começamos a esclarecer as relações entre a Luz e o vaso. No vaso isso depende de que tipo de luz nós descobrimos nele e como sentimos que estamos dando satisfação ao Criador.

Nesta Luz nós descobrimos a identidade superior que vem a ser expressa através da natureza do mundo. O Criador não tem outra forma que não seja o que nós damos a Ele. Agora nós atribuímos a forma de zero a Ele, de modo que Ele não existe para nós. Na medida em que nós podemos dar-Lhe algum tipo de forma de doação dentro do vaso, Ele é revelado.

Por isso, é dito, “Eu habito no meio do meu povo”. Na próxima fase, o grupo vai ser como o nosso “ponto no coração”, e todo o trabalho será em descobrir a humanidade como o apoio correto para a descoberta completa da Luz Superior.

Esta fase virá por si mesma conforme o nosso desenvolvimento, mas a partir disso já é necessário entender o quão importante é a disseminação hoje. Nós não apenas fazemos algo bom para a comunidade; em vez disso, nós trabalhamos em nosso vaso espiritual para a descoberta do Criador.

Em nossos dias, nós precisamos de um grupo; um só indivíduo não é suficiente para isso. Houve um momento em que dois poderiam descobrir esta relação, trabalhando juntos. Cada um trabalhava fora de si mesmo dentro do contexto, e isso era o suficiente, como está escrito: “O mínimo de muitos é dois” (Yerushalmi Yoma 13a).

Mas agora até mesmo um grupo forte e avançado de um milhar de pessoas não pode descobrir o poder superior. O início da Divindade deve ser aqui, e assim a ênfase será cada vez mais na direção do público. E nós vamos descobrir muito rapidamente que o público não é apenas Israel, mas toda a humanidade.

O vaso vai começar a reagir. Toda a humanidade de repente começará a reagir em todo o mundo.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 26/05/14