Como Um Feixe De Juncos — A Nação Em Missão, Parte 2

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 4: Uma Nação Em Missão

O Papel do Povo Judeu

Misturar e Mesclar

E ainda assim, como é que a correção fluirá para as nações? Se a nação de Israel corrige a si mesma, como isso afetará qualquer uma das outras nações?

Quando Abraão primeiro descobriu o Criador, ele descreveu isso a quem quer que escutasse, e aqueles que se juntaram a ele se tornaram as primeiras pessoas corrigidas. Essas pessoas então foram para o Egito e finalmente emergiram dele em números muito maiores, uma nação inteira. Essa nação recebeu a Lei da Correção, denominada a Torá, e corrigiu a si mesma. No Primeiro Templo, a nação Judaica alcançou seu mais alto nível de conexão com o Criador, como demonstrado no capítulo anterior. A partir daí, a nação começou a declinar até que seu povo foi exilado para Babilônia. Quando regressou à Terra de Israel, a maioria da nação Judaica escolheu permanecer na diáspora e uma assimilação gradual iniciou.

Certamente, é assim que a passagem da mensagem começou. Quando as pessoas que foram inicialmente corrigidas – que transcenderam o interesse pessoal e descobriram o Criador – se misturaram com aquelas que nunca tiveram tais pensamentos, aquelas ideias nobres começaram a se espalhar dentro da sociedade anfitriã e ajudaram a instigar pensamentos mais humanos nas mentes das pessoas. Embora esses não fossem pensamentos corrigidos derivados de mentes que haviam transcendido o egoísmo, as noções de universalismo e humanismo todavia começaram a se estabelecer nas mentes das pessoas.

Certamente, durante o Renascimento, vários acadêmicos reconhecidos sustentaram que os Gregos haviam adoptado pelo menos alguns dos seus conceitos do judeus, neste caso especificamente da Cabalá. Johannes Reuchlin (1455-1522), por exemplo, conselheiro político do Chanceler, escreveu em De Arte Cabalística (Sobre a Arte da Cabalá): “Independentemente, sua proeminência [de Pitágoras] não derivou dos gregos, mas novamente dos judeus. …Ele mesmo foi o primeiro a converter o nome Cabalá, desconhecido aos gregos, no nome grego filosofia”. [i]

Em 1918, um pastor Francês, Charles Wagner, foi citado como tendo escrito, “Nenhum dos nomes resplandecentes na história – Egito, Atenas, Roma – pode ser comparado à grandiosidade eterna de Jerusalém. Pois Israel deu à humanidade a categoria da santidade. Somente Israel conheceu a sede pela justiça social e essa santidade interior que é a fonte da justiça”. [ii]

Mais recentemente, o historiador Cristão, Paul Johnson, escreveu em Uma História dos Judeus: “O impacto judaico na humanidade foi multiforme. Na antiguidade eles foram os grandes inovadores na religião e moral. Na Idade das Trevas e no início da Europa medieval eles ainda eram um povo avançado transmitindo escasso conhecimento e tecnologia. Gradualmente, eles foram empurrados da vanguarda e caíram para trás; no fim do século dezoito eles eram vistos como sujos e obscurantistas, reacionários na marcha da humanidade civilizada. Mas depois veio uma segunda explosão surpreendente de criatividade. Fugindo de seus guetos, eles transformaram novamente o pensamento humano, desta vez na esfera secular. Muito dos utensílios mentais do mundo moderno é também de fabricação judaica”. [iii]

Da mesma forma, em Os Presentes dos Judeus: Como uma Tribo de Nômades do Deserto Mudou a Maneira Como Todos Pensam e Sentem, o autor Thomas Cahill, antigo diretor de publicações religiosas na Doubleday, descreve a contribuição dos judeus para o mundo, que, na sua visão, começou no exílio na Babilônia. “Os judeus originaram o tudo”, escreve ele, “e com ‘o’ pretendo dizer tantas das coisas com que nos preocupamos, os valores subjacentes que fazem todos nós, judeu e gentio, crente e ateu, funcionar. Sem os judeus, nós veríamos o mundo com olhos diferentes, escutaríamos com ouvidos diferentes, até sentiríamos sentimentos diferentes… Nós pensaríamos com uma mente diferente, interpretaríamos todas as nossas experiências diferentemente, tiraríamos diferentes conclusões das coisas que caem sobre nós. E definiríamos um percurso diferente para nossas vidas”. [iv]

Curiosamente, alguns líderes judeus renomados também escreveram sobre a difusão (e deterioração) da sabedoria judaica depois da ruína do Primeiro Templo. Rabi Shmuel Bernstein de Sochatchov, por exemplo, escreveu, “Os gregos tiveram a sabedoria da filosofia, que se originou dos escritos do Rei Salomão que vieram à sua posse depois da ruína do Primeiro Templo. Contudo, eles foram deteriorados pelos gregos com subtrações, adições e substituições até que visões falsas se misturaram com eles. Ainda assim, a própria sabedoria é boa, mas partes do mau se misturaram com ela”. [v]

Da mesma forma, Baal HaSulam escreveu em “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”: “Os sábios da Cabalá observam a teologia filosófica e queixam-se de que eles roubaram a casca superior de sua sabedoria, a qual Platão e seus predecessores haviam adquirido ao estudar com os discípulos dos profetas em Israel. Eles roubaram elementos básicos da sabedoria de Israel e usaram uma capa que não lhes pertence”. [vi]

[i] Johannes Reuchlin, De Arte Cabbalistica (Hagenau, Alemanha: Tomas Anshelm, Março de 1517), 126.

[ii] Fonte: Um Livro de Pensamentos Judaicos, Ed. J. H. Hertz (Londres: Oxford University Press, 1920), 134.

[iii] Paul Johnson, (historiador cristão), A História dos Judeus (Nova York: Primeira Biblioteca Permanente, 1988), 585-6.

[iv] Thomas Cahill, Os Presentes dos Judeus: Como uma Tribo de Nômades do Deserto Mudou a Maneira que Todo Mundo Pensa e Sente (Nova York: Nan A. Talese/Anchor Books (impressões de Doubleday), 1998), 3.

[v] Rabino Shmuel Bornstein, Shem MiShmuel [O Nome de Samuel], Miketz [No Final], TARPA (1921).

[vi] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “A Sabedoria da Cabalá e Filosofia” (Instituto de Pesquisa Ashlag: Israel, 2009), 38