Como Um Feixe De Juncos —Pluralmente Falando, Parte 4

Como um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 9: Pluralmente Falando

Afetando a Coesão Social Através do Ambiente Social

Lembre o Primeiro “Guerreiro do Ego”

Quando o nível falante dos desejos irrompeu primeiramente como egoísmo, a Babilônia estava no seu auge, e Abraão foi aquele que estava diante da tentativa de resolver o mistério do declínio da evolução social de seu povo. O povo de sua nação estava tão imerso na construção de sua torre que ele abandonou completamente sua camaradagem. Eles não eram mais “de uma mesma língua e de uma mesma fala” (Gênesis 11:1); tudo o que importava era a torre”.

O livro, “Pirkey de-Rabbi Eliezer” (Capítulos do rabino Eliezer),retrata o desespero de Abraão com a nova paixão de seu povo: Rabi Pinhas diz que não havia pedras lá [na Babilônia] para construir a cidade e a torre.

O que eles fizeram? Eles conseguiram produzir tijolos e os queimaram como artesãos até que eles construíram-na [a torre] sete milhas de altura. Aqueles que deveriam levantar os tijolos, subiram a partir do leste, e aqueles que deveriam descer, desceriam no oeste.

E se um homem caísse e morresse eles deveriam ignorá-lo. Mas se um tijolo casse, eles iriam sentar e lamentar dizendo: ‘Quando chegará o outro em seu lugar? Quando Abraão, filho de Tera, passou, e viu-os a construir a cidade e a torre, amaldiçoou-os em nome de Deus.”[I]

Mas Abraão fez mais do que amaldiçoar os construtores. Primeiro, ele tentou consertar a fenda e reunir seu povo de volta. Midrash Rabah nos diz que Abraão reuniu todas as pessoas no mundo,[ii]

e Rabi Behayei Ben Asher nos diz como ele expôs a pretensão de poderes sobrenaturais de Nimrod. Em seu Midrash, Rabeinu [nosso Rav] Behayei,ele escreve, [Nimrod] disse-lhe: “Eu criei a terra e o céu com o meu poder”. Abraão respondeu: “… quando eu saí da caverna, eu vi o sol nascendo no leste e pondo-se no oeste. Faça-o subir no Ocidente e por-se no Oriente, e eu vou me curvar a vós. Mas se não, quem deu à minha mão a força para queimar as estátuas dar-me-á força e eu vou te matar”. Nimrod disse aos seus conselheiros: “Qual deve ser a sentença deste?” Eles responderam: “Ele é o único de quem dizíamos: “Uma nação deve sair dele e herdar este mundo e o outro mundo”. E agora, como a sentença que ele havia decretado, assim deve ser feito com ele. Prontamente, eles atiraram-no para o forno. Naquela ocasião, o Senhor encheu-se de misericórdia por ele e o salvou, como está escrito: “Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus.”[iii]

Após o seu debate acalorado com o rei, tomou Abraão sua família, seus alunos e suas posses e fugiu da Babilônia. Ao longo do caminho ele juntou à sua comitiva pessoas que concordaram com sua mensagem – “Quando confrontados com egoísmo, uni-vos acima dele”. Em outras palavras, quando o ódio irrompe entre amigos, construa o objetivo comum de revelar o Criador – a qualidade de doação , a força fundamental que cria a realidade, mais importante do que as partes que rivalizam, e, assim, unir acima da rivalidade. Os bônus de tais ações são reforçada unidade, posterior aquisição da qualidade de doação pelos antigos adversários e, conseqüentemente, a revelação do Criador.

A sentença acima descreve a essência da fusão, o conserto da fenda com que Abraão tentou aparelhar o povo de sua nação. E, essa essência, unidade acima das diferenças, reforça a coesão e (se você quer isto) revela o Criador – nunca mudou. Na verdade, nunca mudará, uma vez que é a Lei de Doação da Natureza.

Conforme detalhado na introdução deste livro, o grupo de Abraão conseguiu unir –se e cresceu tornando-se o povo de Israel, uma nação cuja característica comum é o desejo para o Criador. Através da unidade acima das diferenças, conforme explicado no Capítulo 1, Israel desenvolveu um método pelo qual mudando o pensamento do modo “eu” para o modo “nós”, percebendo, assim, o “Um”, o Criador.

Assim, enquanto Israel estava indo de força em força, empregando a união sobre o egoísmo, o resto do mundo estava experimentando episódios de fluxo e refluxo, com impérios subindo e descendo e a cultura hedonista de auto-indulgência assumindo predominância. Por esta razão, ainda hoje, na mais hedonista de todas as épocas, o monoteísmo de Abraão é a noção predominante de divindade, enquanto a Torre da Babilônia é um símbolo da vaidade humana e loucura.

Por isso, os únicos que podem educar o mundo, ensinando como se pode crescer e tornar-se tão sábio como Abraão, são aqueles que foram seus alunos, os filhos de Israel, conhecidos mundialmente como judeus. Esta sabedoria foi o um legado de Abraão para eles, e passá-lo, como ele fez, é a sua obrigação para com o mundo.

[I] Pirkey de-rabino Eliezer (Capítulos do rabino Eliezer), capítulo 24.

[ii] Midrash Rabah, Beresheet [Gênesis], Parasha 39, § n°. 3.

[iii] Rabbi Behayei Ben Asher Iben Haluah, Rabeinu [nosso Rav] Behayei, Beresheet[Genesis] 15: 6.