Como Um Feixe De Juncos – Dispensáveis, Parte 3

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 6: Dispensáveis

Antissemitismo Contemporâneo

O Que Eles Precisam E O Que Nós Damos

Em face disso, parece que o mundo é ingrato pelas contribuições feitas pelos judeus para o benefício da humanidade na ciência, educação, economia, sociologia, psicologia e virtualmente todo o reino da vida. Contudo, essa ingratidão ostensiva deve servir como indicação de que o que estamos dando não é necessariamente o que eles precisam de nós.

Na realidade, as pessoas realmente reconhecem a singularidade do povo judeu, mas somos nós que usamos mal essa singularidade ao dar o que queremos dar, em vez do que eles querem receber.

Para entender melhor o que o mundo precisa de nós, devemos olhar para alguns dos documentos mais críticos e agudos escritos sobre os judeus. Um grande exemplo de tais documentos é o infame livro de Henry Ford (fundador da Ford Motor Company), O Judeu Internacional – O Principal Problema Do Mundo. Ao fazer generalizações grosseiras, o livro frequentemente estabelece pontos que merecem ser considerados. Para isso, contudo, nós devemos deixar de lado nossa afronta, e olhar verdadeiramente para os argumentos de Ford (a ênfase em itálico é do editor): “Cada judeu deveria também saber que em cada igreja Cristã onde as antigas profecias são recebidas e estudadas, há um grande renascimento do interesse no futuro dos Povos Antigos. Não se pode esquecer que certas promessas foram feitas a eles com respeito à sua posição no mundo, e é assegurado que estas profecias serão concretizadas. O futuro do Judeu… está intimamente ligado ao futuro deste planeta, e a igreja Cristã em ampla parte… vê uma Restauração do Povo Escolhido ainda por vir. Se a massa de Judeus soubesse quão compreensivamente e simpaticamente todas as profecias que lhe diz respeito estão sendo estudadas na Igreja, e a fé que existe de que estas profecias encontrarão preenchimento e que elas resultarão em grande serviço Judaico à sociedade como um todo, eles provavelmente considerariam a Igreja com outra mente”. [i]

Inicialmente no livro, Ford escreve, “O inteiro propósito profético em referência a Israel parece ter sido a iluminação moral do mundo através de sua interferência”. [ii] Em outro lugar, ele acrescenta, “A sociedade tem uma grande reivindicação contra [o judeu] de que ele… comece a concretizar [o que], em um sentido, sua exclusividade nunca o permitiu concretizar ainda – a antiga profecia que através dele todas as nações da terra devem ser abençoadas”. [iii]

John Adams, o segundo Presidente dos Estados Unidos, também comentou o que ele acreditava que os judeus haviam dado ao mundo. Nas suas palavras, “Os hebreus fizeram mais para civilizar os homens que qualquer outra nação. Se eu fosse um ateu, e acreditasse em destino cego eterno, eu ainda assim acreditaria que esse destino havia ordenado os judeus a ser o instrumento mais essencial para civilizar as nações. Se eu fosse um ateu de outra seita, que acredita, ou finge acreditar que tudo é ordenado por acaso, eu deveria acreditar que o acaso ordenou os judeus a preservar e propagar a toda a humanidade a doutrina de um supremo, inteligente, sábio, todo-poderoso soberano do universo, que creio ser o grande e essencial princípio de toda a moralidade, e consequentemente de toda a civilização”. [iv]

Samuel Langhorne Clemens, melhor conhecido pelo seu pseudónimo, Mark Twain, reconhece a distinção judia em todos os reinos de envolvimento humano, mas ele também acaba por ponderar a origem dessa proeminência: “…Se as estatísticas estão certas, os judeus constituem apenas um por cento da raça humana. Isso sugere um fosco e nebuloso sopro de poeira das estrelas perdido na labareda da Via Láctea. Adequadamente, o judeu pouco deveria ouvir falar dele, mas ele é escutado, foi escutado. Ele é tão proeminente no planeta como qualquer outro povo, e sua importância comercial é extravagantemente fora de proporção com a pequenez de sua massa. Suas contribuições à lista mundial dos grandes nomes na literatura, ciência, arte, música, finanças, medicina e aprendizagem oculta também são de longe fora de proporção com a fraqueza de seus números. Ele combateu maravilhosamente neste mundo, em todas as eras; e o fez com suas mãos atadas atrás dele. Ele podia ser vaidoso de si mesmo, e ser desculpado disso.

“O egípcio, o babilónio e o persa, preencheram o planeta com som e esplendor, depois esvaeceram em coisas sonhadoras e faleceram; os gregos e os romanos se seguiram, e fizeram amplo alarido, e se foram. Outros povos nasceram e mantiveram sua tocha alta por um tempo, mas ela se apagou, e eles já estão sentados no crepúsculo agora, ou desapareceram. O judeu viu a todos, venceu a todos, e é agora o que sempre foi, não exibindo decadência, nem enfermidades da idade, enfraquecimento de suas partes, nem abrandamento de suas energias, ou enfadar de seu alerta e mente agressiva. Todas as coisas são mortais, menos o judeu; todas as outras forças passam, mas ele permanece. Qual é o segredo de sua imortalidade”? [v]

E finalmente, há aqueles que não reconhecem que os judeus são especiais no sentido espiritual, mais que no corpóreo, mas até detalham a essência dessa espiritualidade: união. Tal foi o caso do Primeiro Ministro do Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial, Sir Winston Churchill. Em Churchill e os Judeus, o autor Martin Gilbert cita Churchill: “Os judeus foram uma comunidade sortuda porque tinham esse espírito corporativo, o espírito de sua raça e fé. [Churchill] não … lhes pediria para usar esse espírito em qualquer sentido estreito ou de clãs, a se isolarem a si mesmos dos outros … longe de seu humor e intenção, longe dos conselhos que lhes foram dados por aqueles mais intitulados a aconselhar. Esse poder pessoal e especial que eles possuíam lhes permitiu trazer vitalidade para suas instituições, que nada mais traria. [Churchill acreditava sinceramente que] um judeu não pode ser um bom Inglês a menos que ele seja um bom Judeu”. [vi]

Desta forma, nós podemos ver que o que as nações querem dos judeus não é a excelência em ciência, finanças, ou qualquer dos outros reinos mencionados nas acima citações. O que o mundo precisa de nós é a espiritualidade, particularmente a capacidade de se conectar com o Criador. Esta é a única coisa que nós possuímos, e que nenhuma outra nação tem, teve, pode ou está destinada a possuir a menos que o reacendamos dentro de nós e o passemos como uma luz para as nações. Enquanto nos abstivermos de levar a cabo essa missão, as nações irão amplamente nos considerar dispensáveis, se não francamente prejudicial, certamente como Ford afirmou, “O principal problema do mundo”.

[i] Henry Ford, O Judeu Internacional – O Principal Problema do Mundo (The Noontide Press: Books On-Line), 40.

[ii] Henry Ford, O Judeu Internacional – O Principal Problema do Mundo (The Noontide Press: Books On-Line), 8.

[iii] Henry Ford, O Judeu Internacional – O Principal Problema do Mundo (The Noontide Press: Books On-Line), 28.

[iv] John Adams, em uma carta à F.A. Vanderkemp (16 de Fevereiro de 1809), como citado em As Raízes da Ordem americana (1974) por Russel Kirk.

[v] Mark Twain, Os Ensaios Completos de Mark Twain, “A Respeito dos Judeus” (publicado na Revista Harper, 1899), Doubleday, [1963], pg. 249.

[vi] Martin Gilbert, Churchill e os Judeus (Reino Unido, Simon & Schuster, 2007), 16