À Terra Ou Ao Céu…

Laitman_712_03A Torá, “Levítico”, 25:14 – 25:15: Se vocês venderem alguma propriedade ao seu próximo ou se comprarem alguma propriedade dele, não engane o seu irmão.

O que comprarem do seu próximo será avaliado com base no número de anos desde o Jubileu. E fará a venda com base no número de anos que restam de colheitas.

Pergunta: É dito “não engane a seu irmão…”. Qual é o significado de enganar?

Resposta: Primeiro a pessoa engana a si mesma. Se pudéssemos sentir em cada ação que fazemos que tudo é temporário e não víssemos nossas ações e relações como um componente eterno, percebendo em que medida elas são condicionais e frágeis, tudo seria muito mais fácil e simples.

Mas cada vez nós nos agarramos ao nosso desejo, a nossa opinião, ao nosso menor estado de espírito temporário, e acreditamos que essa é a coisa principal, uma vez que opera em mim num determinado momento e me preenche, e este é o meu pequeno mundo.

Mas se ao mesmo tempo eu pudesse incluir todo o mundo dentro de mim, a esfera maior, e agir em conformidade, apesar do fato de que estou sob o domínio do meu pequeno desejo, eu teria certa conta com o nível superior e certamente poderia sentir e me sintonizar de uma maneira totalmente diferente.

Uma pessoa não tem nada seu. Meu melhor estado é quando eu não sinto que meu corpo é meu, sem falar de coisas mais externas.

Eu só tenho um ponto interno e o adoro. Isso significa que eu quero anexá-lo ao Criador a partir do meu próprio lugar pessoal, aderir a minha terra, ao meu pequeno quadrado que é a combinação de todos os meus atributos internos, a combinação das linhas direita e esquerda.

É parte minha, uma pequena célula do corpo geral, e ao se conectar a ela eu volto à minha origem, ao meu lugar. Este é o estado mais perfeito, o fim de todas as correções.

No entanto, para fazer isso, eu tenho que sentir todo o corpo geral. Só então é que posso encontrar meu lugar no que diz respeito a todos os outros pontos, todos os outros pequenos quadrados como o meu, de onde a imagem do Criador é feita. Ela na verdade não existe, mas nós reunimos essa imagem ao reunir nossos desejos corrigidos numa imagem, numa forma que tem volume, e adaptando-nos um ao outro.

Se nós pudéssemos entender que este é o papel e a meta da existência de uma pessoa em nosso mundo, nós realizaríamos todas as nossas ações com uma intenção diferente. Portanto, por um lado, todas as nossas ações teriam um peso totalmente diferente, mas, por outro lado, nós os concentraríamos em alcançar o estado espiritual e eles perderiam seu significado momentâneo e adquiriam um significado eterno.

Nós renunciaríamos ao benefício momentâneo menor em prol de uma causa maior, eterna, e nos comportaríamos de uma maneira totalmente diferente, usando cada momento não para agarrar rapidamente alguma coisa, mas para dar mais um passo em direção ao nosso ponto eterno de conexão com o Criador.

Pergunta: Ao mesmo tempo, conceitos como a minha casa, o meu trabalho, o meu território, e “é necessário passar aos filhos”, desaparecem…

Resposta: Existem leis para tudo isso, as leis da Torá, que explicam cada ação que eu faço: como eu devo lavar, vestir, andar e me comunicar com as pessoas e com os animais, com tudo e todos.

É porque eu tenho que ser compatível não com o que eu quero ou o que eu imagino no momento, mas com o estado eterno perfeito que eu deveria alcançar. Embora eu realmente não saiba disso agora e não veja ou entenda, esta é a razão com pela qual me foram dadas as instruções da Torá, para que eu pudesse avançar no caminho certo que foi pré-determinado, mesmo que eu não entenda as coisas.

É como voar num avião de acordo com o que os instrumentos mostram e não ver nada além disso. Eu me concentro no objetivo de acordo com os instrumentos, em contraste com o que sinto no estado atual, o que significa que nós recebemos dois estados que orientam uma pessoa: um estado temporário e um estado eterno, e eles são considerados como o cumprimento das leis da Torá.

O problema é que eu me torno totalmente dedicado ao estado temporário e acredito que é a parte principal. Eu mergulho nele de cabeça e me perco nele. Ele simplesmente me suga.

A fim de sair, eu preciso de poderes especiais que vêm de cima, que gradualmente me tiram um pouco e me permitem decidir. Eu estou no meio, no ponto de decisão: Será que volto para a terra ou avanço para o céu?

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 13/08/14