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Escuridão Global Antes Do Amanhecer

Laitman_931-01Pergunta: Por que se diz que em cada geração a pessoa deve ver a si mesma como se tivesse saído do Egito?

Resposta: Não se trata de acontecimentos históricos, mas dos estados que devemos passar em cada geração. Apesar de já termos atravessado um determinado processo que nos aproxima uns dos outros e da sociedade, de termos nos corrigido de alguma forma, e dos nossos antepassados terem feito o mesmo em suas gerações, nossos filhos têm que repetir o mesmo processo.

Todo mundo nasce em seu ego, já que a natureza de uma pessoa é má desde seu nascimento, e nós temos que superá-lo continuamente e nos aproximar um do outro. Mas este processo não é infinito e já estamos nas últimas gerações que têm que terminar a correção.

No passado, esse processo continuou de uma geração para a outra, e agora restam apenas algumas gerações para completá-lo, na medida em que amarramos todas as gerações juntas na geração única do Messias. Isso é chamado de última geração, uma vez que resume todas as ações que nos aproximam um do outro e, assim, alcançamos o melhor estado.

Comentário: Infelizmente, nós não vemos que a sociedade atual está cada vez mais perto do estado corrigido. Todos os dias nós ouvimos falar de novos incidentes de violência no noticiário. Eu chamaria o nosso estado de catastrófico e sem correção.

Resposta: Isso é verdade e eu ainda estou muito otimista. Nós vemos a mesma sequência de eventos no exílio no Egito. Ele também começa de uma forma muito agradável nos sete anos de saciedade, quando os judeus vivem uma vida maravilhosa no Egito e têm os melhores e mais altos postos. Moisés se torna filho adotivo de Faraó e é criado no palácio, no colo do Faraó, como o príncipe do Egito. Parece que não se poderia desejar uma vida melhor. Mas depois chegam os sete anos de fome, de repente. Os filhos de Israel suspiram sob o trabalho duro. Um novo rei surge no Egito e eles começam a sentir como a escuridão cresce até que chegam as dez pragas do Egito. Estas pragas chovem sobre nós, a partir do Faraó, ou seja, do nosso ego, e realmente nos ajudam a escapar e nos obrigam a mudar a nossa atitude perante a vida: unir-se.

Hoje nós sentimos que o período da escuridão do Egito está começando mais uma vez, mas é geral, global, e em todo o mundo. Essa escuridão se destina a nos aproximar da redenção, mas primeiro vai ser muito escuro. Nós podemos entender que a escuridão é o sinal de um novo estado brilhante e maravilhoso; isso indica que nós queremos nos aproximar, mas não podemos. Como resultado, nós não precisamos receber golpes fortes, porque já sentimos que nos falta a força de amor e doação.

Mas, se desrespeitarmos o outro, os golpes do Egito certamente virão. Isso significa que tudo depende de nós agora. Se entendermos com um olhar, como uma criança que entende o aviso do seu pai e melhora o seu comportamento, então não há necessidade dos golpes.

Porém, se a criança não escuta, ela tem que ser punida e, no final, vai fazer o que é exigido dela. Tudo depende de quão bem nós podemos ouvir o que a sabedoria da Cabalá nos diz. Vamos esperar que possamos ouvir suas advertências.

Do Programa na Radio Israelense 103FM, 15/03/15

Pessach É Um Lembrete Do Futuro

Dr. Michael LaitmanPessach nos lembra não só o passado, mas também o futuro.

Desde tempos imemoriais, a noite de Pessach tem unido as famílias judaicas ao redor da mesa do feriado. A festa é descoberta em todos os detalhes, embora seja estranha ao formalismo, e sua cerimônia sem pressa revive a saída da escravidão egípcia.

Mas se nós saímos do Egito, por que repetimos novamente: “Este ano somos escravos, no próximo ano seremos livres”?

Nossas fontes afirmam que por trás dos conhecidos acontecimentos e altos e baixos, há mais uma camada de informação que não se refere tanto à história, mas às relações humanas. Ou melhor, trata-se da unidade e do entendimento mútuo que o povo judeu chegou e que é tão necessário, não só para o povo judeu, mas especialmente hoje para toda a humanidade.

Um Copo De Vinho Para A Ascensão Espiritual

Laitman_509Pergunta: Por que se bebe vinho nos feriados, em particular a tradição de beber quatro copos de vinho na refeição de Pessach (Páscoa Judaica)?

Resposta: O vinho simboliza a Luz do preenchimento (Hochma) que vem até nós durante os feriados, permitindo que realizemos certa ascensão espiritual.

O vinho não é apenas um símbolo de alegria. Pelo contrário, ele prova que nós constantemente melhoramos a nossa conexão e nos aproximamos da revelação do mundo espiritual superior.

Assim que chegarmos a um estado chamado travessia do Mar Vermelho e transcendermos do desprendimento mútuo à conexão recíproca, vamos revelar novos relacionamentos benevolentes entre nós chamados de mundo superior.

Há quatro etapas que devemos percorrer para construir uma boa conexão entre nós. Elas são simbolizadas pelos tradicionais quatro copos de vinho que bebemos durante as refeições de Pessach.

Do Programa na Radio Israelense 103FM, 15/03/15

Descobrir A Origem Da Vida

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você diz que hoje cada pessoa precisa se tornar um Cabalista, como está escrito, Jeremias 31:33: “…‘Conheça o Senhor’; pois todos Me conhecerão, do menor deles até o maior deles…”, e Isaías 56: 7:” …pois Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos “. O que significa ser um Cabalista?

Resposta: Cada pessoa deve ter a revelação do Criador, da força superior.

Pergunta: O que é essa força superior?

Resposta: É o poder geral da natureza. Nós não a encontramos agora, porque só agimos de acordo com um único sentido, o desejo de receber e desfrutar.

Pergunta: É possível descobrir esse poder cientificamente?

Resposta: A partir das observações dentro de nossos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) nós criamos as ciências físicas. Mas um conhecimento mais rico está escondido na sabedoria da Cabalá, porque nela não apenas descobrimos os fenômenos que nos cercam, mas a origem da própria vida.

Então podemos responder a estas perguntas: de onde, por que e em prol de que meta a força superior nos criou? O que nós atravessamos em nossas vidas desde o momento de nossa criação até hoje? O que se espera de nós desde dentro? Nós podemos revelar todo o caminho que está diante de nós e ver onde algo pode nos prejudicar e como corrigi-lo.

Pergunta: Quando você fala sobre a origem da vida, você quer dizer apenas a criação do mundo, ou também o que acontece na minha vida todos os dias? O que significa descobrir a origem da vida?

Resposta: Uma pessoa que descobre que está conectada com a força superior vê o quanto o governo superior influencia toda a humanidade, todo o ambiente, a sua família e a si mesma, e, neste caso, torna-se possível organizar nossas vidas corretamente.

Do Programa da Radio Israelense 103FM, 18/01/15

Atributos Da Terra E A Raiz Da Alma

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico” 25:23: A terra não poderá ser vendida definitivamente, porque ela é minha, e vocês são apenas estrangeiros e imigrantes.

O Criador nos deu um desejo (terra), de modo que devemos corrigi-lo e não usá-lo da maneira como gostaríamos. É como se Ele o alugasse para nós.

Nós não temos nada nosso neste mundo, e, portanto, quando fazemos um negócio, temos que entender que compramos a terra apenas para uso temporário, ou para alugar. Nós realmente não compramos a terra. Nós alugamos a terra e, portanto, podemos trabalhar por um determinado período de tempo. Nada é eterno e nada nos pertence.

Comentário: Acontece que as nações que se instalaram neste planeta não são seus donos.

Resposta: De acordo com a raiz da sua alma, um dono é uma pessoa que é compatível com uma parte ou outra da terra em que vive. Portanto, parte desta terra tem que voltar para seus donos. Isso se refere às nações que saíram da Babilônia e se estabeleceram em todo o globo. O assentamento em Israel tem que ser de acordo com a Torá, e toda a tribo e família têm a sua parte predeterminada e ela é eterna. É porque os atributos interiores da família ou tribo coincidem com o atributo dessa parte da terra. É assim que a correção do desejo é realizada.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 13/08/14

Como Um Feixe De Juncos —Pluralmente Falando, Parte 6

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 9: Pluralmente Falando

Afetando a Coesão Social Através do Ambiente Social

Por Que Formar Uma Sociedade Que Promove A Coesão?

No Capítulo 1, nós discutimos o conceito de “equivalência de forma” dizendo que se você é semelhante a algo, você consegue vê-lo, identificá-lo, revelá-lo. Será mais fácil para nós compreendermos esse conceito se considerarmos como os rádios funcionam. Um rádio consegue captar ondas somente quando ele cria ondas idênticas dentro dele. Da mesma forma, nós detectamos coisas que existem de modo aparente no exterior, mas somente de acordo com o que criamos internamente. É assim que descobrimos o Criador, a qualidade de doação, ao formar essa qualidade dentro de nós, assim também a descobrindo fora de nós.

Foi este princípio, “equivalência de forma” que tornou o método de Abraão tão bem sucedido. Seu grupo criou essa qualidade entre eles mesmos e assim descobriu o Criador. Isto é, ao mudar do modo “eu” para o modo “nós”, eles descobriram o modo “um”, o Criador, o único modo que realmente existe.

No mundo de hoje, obter coesão social é de suprema importância para nossa sobrevivência. Nós podemos considerar que a revelação do Criador é um tipo de “acessório”, se não fosse o fato do Criador ser a qualidade de doação, um traço sem o qual nunca alcançaremos união, e assim nunca remendaremos o abismo global que ameaça dobrar o mundo numa confrontação global. É por isso que é vital acelerarmos a divulgação do método de Abraão para alcançar união através da equivalência de forma.

Para fazer isso, primeiro devemos abandonar uma crença comum da nossa sociedade, a ideia de que temos “livre arbítrio”. A ciência demonstra que não há tal coisa, pelo menos não da maneira que pensamos normalmente, de que fazemos o que queremos pela nossa própria livre escolha. Nos últimos anos, dados que provam a nossa dependência da sociedade têm sido acumulados. Estes estudos demonstram que não só nosso sustento depende da sociedade, mas até nossos pensamentos, aspirações e chances de sucesso na vida. Na realidade, até a própria definição de sucesso é sujeita às vontades da sociedade. E por último, mas não menos importante, em grande medida, nossa saúde física é significativamente afetada pela sociedade.

Em 10 de setembro de 2009, O New York Times publicou uma história chamada, “Seus Amigos Estão Fazendo Você Engordar?” Por Clive Thompson. [i] Na sua história, Thompson descreve uma experiência fascinante realizada em Framingham, Massachusetts. Na experiência, que mais tarde foi publicada no celebrado livro, Conectados: O Surpreendente Poder das Nossas Redes Sociais e Como Elas Moldam as Nossas Vidas – Como os Amigos dos Amigos dos Amigos dos Seus Amigos Afetam Tudo o Que Você Sente, Pensa e Faz — as vidas de 15.000 pessoas foram documentadas e registadas periodicamente durante quinze anos. A análise dos dados dos professores Nicholas Christakis e James Fowler revelou descobertas surpreendentes sobre como nos afetamos uns aos outros em todos os níveis (físico, emocional e mental) e como ideias podem ser tão contagiosas como vírus.

Christakis e Fowler haviam descoberto que havia uma rede de interrelações entre mais de 5000 dos participantes. Eles descobriram que na rede, as pessoas se afetavam reciprocamente umas às outras. “Ao analisar os dados de Framingham”, Thompson escreveu, “Christakis e Fowler dizem que pela primeira vez conseguiram descobrir certa base sólida para uma teoria potencialmente poderosa na epidemiologia: que bons comportamentos, como deixar de fumar ou estar em forma ou ser feliz — passam de amigo para amigo praticamente como se fossem um vírus contagiosos. Os participantes de Framingham, sugerem os dados, influenciaram a saúde uns dos outros só ao socializar. E o mesmo foi verdadeiro sobre maus comportamentos — aglomerações de amigos pareceram se ‘infectar’ uns aos outros com obesidade, infelicidade e tabagismo. Ficar saudável parece não ser só uma questão dos seus genes e sua dieta. Boa saúde é também um produto, em parte, da sua clara proximidade com outras pessoas saudáveis”. [ii]

Ainda mais surpreendente foi a descoberta dos pesquisadores de que estas infecções podiam “saltar” conexões. Eles descobriram que pessoas podiam se afetar mesmo sem se conhecer! Além do mais, Christakis e Fowler descobriram provas destes efeitos até em três graus de distância (amigo de um amigo de um amigo). Nas palavras de Thompson, “Quando um residente de Framingham se tornou obeso, seus amigos eram 57 por cento mais propensos a se tornarem obesos, também. Ainda mais surpreendente… isso parecia saltar elos. Um residente de Framingham era aproximadamente 20 por cento mais propenso a se tornar obeso se o amigo de um amigo se tornasse obeso, até se o amigo conector não tivesse ganho um único quilo. Certamente, o risco de obesidade de uma pessoa subia cerca de 10 por cento se um amigo de um amigo ganhasse peso”. [iii]

Citando o Professor Christakis, Thompson escreveu, “Em certo sentido podemos começar a compreender as emoções humanas como a felicidade da maneira que podemos estudar a debandada dos búfalos. Você não pergunta a um búfalo individual, ‘Porque você corre para a esquerda’? A resposta é que a manada inteira corre para a esquerda”. [iv]

Mas há mais sobre o contágio social do que observar a condição de peso ou o coração de uma pessoa. Numa palestra na TED, o Professor Christakis explicou que nossas vidas sociais, e logo — julgando pelos parágrafos anteriores — muito das nossas vidas físicas, dependem da qualidade e força das nossas redes sociais e o que corre pelas veias dessa rede. Nas suas palavras, “Nós formamos redes sociais porque os benefícios de uma vida conectada superam os custos. Se eu fosse sempre violento com você… ou o deixasse triste… você cortaria os laços comigo e a rede se desintegraria. Então o espalhar de coisas boas e valiosas é necessária para sustentar e nutrir redes sociais. Da mesma forma, redes sociais são necessárias para a difusão de coisas boas e valiosas como amor, gentileza, felicidade, altruísmo e ideias. … Eu penso que as redes sociais estão fundamentalmente relacionadas à bondade, e o que penso que o mundo mais precisa agora é de mais conexões”. [v]

Mas nós não somos somente afetados pelas pessoas ao nosso redor. Nós somos significativamente afetados pela mídia, pela política, tanto nacional como internacional, e pela economia. Em Mundo em Fuga: Como a Globalização Está Reformando Nossas Vidas, o reconhecido sociólogo Anthony Giddens exprime sucintamente, embora com exatidão, nossa atual conectividade e confusão: “Para o melhor ou para o pior, estamos sendo impulsionados para uma ordem global que ninguém compreende totalmente, mas que está fazendo seus efeitos serem sentidos sobre todos nós”. [vi]

Nos últimos anos, o mundo corporativo captou a noção, e cursos e treinamentos abundantes surgiram na Internet, oferecendo alavancar a partir da nova tendência: o contágio social. Em Homo Imitans: A Arte da Infecção Social: Mudança Viral em Ação, o psiquiatra e consultor de liderança de negócios, Dr. Leandro Herrero, oferece um sumário astuto da natureza humana com respeito à influência do ambiente social: “Nós somos máquinas copiadoras intelectualmente complexas, racionalmente elegantes, altamente iluminadas e simples”. [vii] E para completar sua ironia sobre os méritos da natureza humana, ele escreve, “Os cordéis da rica tapeçaria de comportamentos do Homo Sapiens são feitos de imitação e influência”. [viii]

Contudo, o problema não está em nosso comportamento de uns com os outros ou com a Terra, não que haja muito a nos orgulharmos com respeito ao nosso tratamento de uns com os outros e com a Mãe Terra. Todavia, nosso comportamento é um sintoma de uma mudança profunda, uma explosão de egoísmo no nível do desejo, para a qual ninguém tem uma solução.

Com isso dito, muitas pessoas já compreendem que a mudança tem que vir de dentro de nós. Pascal Lamy, Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou que “O verdadeiro desafio hoje é tentar mudar nosso pensamento, não apenas nossos sistemas, instituições ou políticas. Nós precisamos da imaginação para perceber a imensa promessa – e desafio – do mundo interconectado que criamos. …O futuro reside em mais globalização, não menos, mais cooperação, mais interação entre os povos e culturas, e ainda maior partilha de responsabilidades e interesses. É a união na nossa diversidade global que nós precisamos hoje”. [ix]

Certamente, Lamy está certo em muitos aspectos. Nos últimos anos os neurocientistas têm estado ativos a respeito de uma descoberta relativamente nova, neurônios-espelho. Abreviadamente, neurônios-espelho são células localizadas numa região entre os córtices pré-frontal e motor do cérebro, e estão envolvidas em preparar e executar o movimento dos membros. Contudo, de acordo com uma história publicada no Psychology Today, eles também representam um papel vital na nossa interconexão social. “Em 2000, Vilayanur Ramachandran, o carismático neurocientista, fez uma previsão audaz: ‘neurônios-espelho farão pela psicologia o que o DNA fez pela biologia’. …Durante muitos anos, eles chegaram a representar tudo o que nos faz humanos.

“Para o seu livro de 2011, O Cérebro Contador de Histórias, Ramachandran levou suas afirmações mais longe. …ele argumenta que neurônios-espelho subjazem à empatia, permitindo que imitemos outras pessoas, que eles aceleraram a evolução do cérebro, que eles ajudam a explicar a origem da linguagem, e mais impressionante de tudo, que eles promoveram o grande salto na cultura humana que aconteceu há cerca de 60.000 atrás. ‘Nós poderíamos dizer que os neurônios-espelho tiveram o mesmo papel na evolução humana inicial como a Internet, Wikipedia e os blogs fazem hoje’, conclui ele.

“Ramachandran não está sozinho. Escrevendo para o The Times (Londres) em 2009 sobre o nosso interesse nas vidas das celebridades, o eminente filósofo, A.C. Grayling, rastreou tudo de volta a esses neurônios-espelho. ‘Nós temos uma grande dádiva pela empatia’, escreveu ele. ‘Esta é uma capacidade biologicamente evoluída, demonstrado pela função dos ‘neurônios-espelho’’. No mesmo jornal este ano, Eva Simpson escreveu sobre porque as pessoas ficaram tão emocionadas quando o campeão de Ténis Andy Murray se desfez em lágrimas. … ‘Culpem os neurônios-espelho, células cerebrais que nos fazem reagir da mesma maneira que alguém que estamos observando’. Num artigo do New York Times em 2007, sobre as ações heroicas de um homem para salvar outro, essas células apareceram novamente: ‘as pessoas têm ‘neurônios-espelho’’,  escreveu Cara Buckley, ‘que as fazem sentir o que outra pessoa está experimentando’”. [x]

De acordo com Jarrett, parece que “neurônios-espelho desempenham um papel causal (enfatizando a origem) em nos permitir compreender as metas por trás das ações das outras pessoas. Ao representar as ações de outras pessoas no movimento-vias do nosso próprio cérebro, assim ocorre o raciocínio, estas células nos fornecem uma simulação instantânea das suas intenções, uma base altamente eficaz para a empatia”.  [xi]

Embora existam muitos dissidentes para as teorias que rodeiam os neurônios- espelho, está claro que nossos cérebros dedicam porções do cérebro explicitamente para a comunicação com os outros, sem ter contato físico com eles, mas somente contato visual. Num sentido, estas células validam as palavras de Christakis e Fowler, “O grande projeto do século XXI – compreender como o todo da humanidade vem a ser maior que a soma de suas partes – é só o princípio. Como uma criança que desperta, o superorganismo humano está se tornando autoconsciente, e isto seguramente nos ajudará a alcançar nossas metas”. [xii]

[i] Clive Thompson, ” Seus Amigos Estão Fazendo Você Engordar?”, The New York Times (10 de setembro de 2009), http://www.nytimes.com/2009/09/13/magazine/13contagion-t.html?_r=1&th&emc=th

[ii] ibid.

[iii] ibid.

[iv] ibid.

[v] “Nicholas Christakis: A Influência Oculta das Redes Sociais” (uma conversa televisionada, citações retiradas do minuto 17:11), TED 2010, http://www.ted.com/talks/nicholas_christakis_the_hidden_influence_of_social_networks.html

[vi] Anthony Giddens, Mundo em Fuga: Como a Globalização está Reformulando Nossas Vidas (NY, Routledge, 2003), 6-7.

[vii] Dr. Leandro Herrero, Homo Imitans: A Arte da Infecção Social: Mudança Viral em Ação (UK: Meetingminds Publishing, 2011), 4.

[Viii] ibid.

[ix] Pascal Lamy “Lamy sublinha a necessidade de ‘unidade na nossa diversidade global’”, Organização Mundial do Comércio (OMC) (14 de Junho de 2011), http://www.wto.org/english/news_e/sppl_e/sppl194_e. htm

[x] Christian Jarrett, Ph.D, “Neurônios Espelho:? O Conceito Mais Sensacionalista em Neurociência?”. Psychology Today (10 de dezembro de 2012), url: http://www.psychologytoday.com/blog/brain-myths/201212/mirror-neurons-the-most-hyped-concept-in-neuroscience

[xi] ibid.

[xii] Nicholas A. Christakis, James H. Fowler, Conectado: O Poder Surpreendente de Nossas Redes Sociais e como Elas Moldam nossa Vida – Como Os Amigos dos Amigos dos Seus Amigos Afetam Tudo O Que Você Sente, Pensa e Faz (EUA, Little, Brown and Company, em 12 de janeiro de 2011), 305.

Emprestando O Desejo: A Terra

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico”, 25:25 – 25:27: Se alguém do seu povo empobrecer e vender parte da sua propriedade, seu parente mais próximo virá e resgatará aquilo que o seu compatriota vendeu. Se, contudo, um homem não tiver quem lhe resgate a terra, mas ele mesmo prosperar e adquirir recursos para resgatá-la, calculará os anos desde que a vendeu e devolverá a diferença àquele a quem a vendeu; então poderá voltar para a sua propriedade.

A terra deve retornar aos seus donos originais e a pessoa não deve fazer um esforço para conquistá-la. Ela não deve ser tomada de volta à força, mas sim devolvida conforme acordos que levam em conta todos os detalhes.

Basicamente, não se trata de um pedaço de terra, mas de uma pessoa e seu desejo. É difícil entender o que significa alugar o desejo. Será que eu deixo o meu desejo a alguém e ele trabalha nele? O que eu ganho com isso? Como ele pode me pagar?

Por exemplo, há pessoas que podem corrigir o meu desejo no nível espiritual do trabalho agrícola, e há aquelas que possuem a terra e podem se beneficiar dela alugando seus desejos aos outros para que eles trabalhem e recebam a colheita.

A fim de compreender o significado de alugar os meus desejos a alguém, nós temos que pensar em como as pessoas devem se relacionar entre si, a fim de alcançar a correção juntas. Como elas compram e vendem? Como elas se conectam e se incorporam uma na outra, a fim de atingir o jubileu?

Comentário: Se dissermos que nada é meu, eu viso o jubileu de qualquer maneira. Eu tenho um objetivo, que é chegar ao Templo, Bina, e ignoro o fato de que o caminho para isso é sujo e que bêbados estão deitados na calçada, por exemplo, uma vez que estou caminhando para a meta.

Resposta: Não, você não vai alcançá-la se não olhar para os lados, já que atingir Bina significa ser incorporado em todos, levando-os à correção em suas costas. Então, onde está o seu atributo de doação? Com que base você o cultiva, organiza e aumenta? Afinal de contas, não é uma caminhada rumo à Bina, mas criá-la dentro de você. Ela não existe fora de você.

Pergunta: Será que isso significa que eu só posso subir se incluir tudo dentro de mim e processá-lo?

Resposta: É claro! Tudo dentro de você deve ser organizado de tal maneira que você é levado ao atributo de Bina. Isto significa que, internamente, você alcançou um estado que você elevou dentro de si e que não existe fora em nenhuma forma ou lugar, já que o mundo inteiro está dentro de você. Portanto, você não pode ignorar os bêbados e a sujeira e não corrigi-los. É muito fácil fazer isso mutuamente. A principal coisa é alcançar a reciprocidade.

O primeiro nível é o mais difícil. Depois disso, tudo se torna muito mais fácil e simples, e ao mesmo tempo muito mais difícil. É porque quanto mais elevado o nível de uma pessoa, maior o seu desejo e as interrupções que ela encontra. Por um lado, ela já tem um livro guia interior que a ajuda a compreender e encontrar o caminho de volta, mas, ao mesmo tempo, há uma maior confusão e problemas maiores.

Pergunta: Qual é o significado de alugar minha terra ou vender minha terra?

Resposta: Significa agarrar-se a outras pessoas, para que junto com elas, que parecem estranhas, eu possa corrigir a terra, pois, caso contrário, não posso corrigi-la sozinho.

Somente ao se conectar com outra pessoa é que eu posso corrigir a parte da natureza inanimada do meu desejo, que é a terra, e, depois, nós dois podemos nos tornar donos temporários da terra. A fim de fazer isso, nós temos que aceitar os desejos dos outros como desejos comuns e, portanto, cultivar a terra (a Terra). Isso significa que tudo é destinado ao amor ao próximo, à conexão com os outros, até que nos tornemos um todo comum. Todas as leis da Torá apontam nesse sentido.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 13/08/14

E Então Vocês Ouvirão Música

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico 25:19”: Então a terra dará o seu fruto, e vocês comerão até fartar-se e ali viverão em segurança.

Se nós estivermos em conformidade com o programa geral da natureza, nós começaremos a viver em harmonia com ela. Nada vai ficar confuso na natureza: você vai semear o campo, a chuva vai cair, virá o tempo para a colheita das culturas, o sol vai sair, e tudo ficará normal.

Nós precisamos dirigir o vasto organismo da natureza, de modo que ele nos influencie positiva e beneficamente na saúde, família, animais, colheita, e em tudo. Diante de nós, está um imenso mecanismo e nós podemos direcioná-lo de modo que a chuva caia ou o sol saia.

Tudo vai soar harmonioso, como um instrumento musical bem afinado. É necessário investir apenas um pouco de esforço, mas principalmente entender como alcançar a harmonia. E depois de entendermos isso, vamos dedilhar algumas cordas e você vai ouvir a música.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 13/08/14

O Método Para Descobrir O Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu sempre senti que algum tipo de força superior existe que move tudo. Mas nós não sentimos isso claramente, e certamente nem todo mundo sente que ela existe. Por que ela não é revelada? Ela está se escondendo de nós?

Resposta: Isso é o que está escrito: “… um Deus que oculta….” (Isaías 45:15). Mas o problema é que nós temos que estar adaptados à descoberta desta força superior, o Criador.

De todas as formas na natureza em que vivemos, nós percebemos apenas uma pequena fração, um fragmento minúsculo de toda a natureza, dependendo de quanto entra nos nossos cinco sentidos; visão, audição, olfato, paladar e tato. Ao expandir a gama de absorção destes cinco sentidos, com a ajuda de todos os tipos de instrumentos diferentes, nós sentimos um pouco mais, vemos maiores distâncias, ouvimos outras faixas de frequência, através do rádio, etc.

Para perceber a força superior, o Criador, nós também precisamos expandir nosso aparelho perceptivo; caso contrário, não identificam essa força. Da mesma forma, em torno de nós existe uma infinidade de fenômenos naturais que não podemos reconhecer.

Portanto, há um método chamado a sabedoria da Cabalá (Cabalá vem da palavra “recepção”), que nos ajuda a receber, descobrir, a força superior. Assim, ela também é chamada de sabedoria secreta, porque tudo o que foi escondido antes de nosso envolvimento com este método se revela.

Assim, quando uma pessoa está envolvida com o estudo da sabedoria da Cabalá, ela expande seus sentidos na direção certa para descobrir o Criador, descobrindo a força superior. A pessoa começa a sentir-la e, assim, todas as suas questões são resolvidas. Ela entende por que está viva, como viver de maneira correta, o que é possível alcançar nesta vida, e sua vida começa a ser mais feliz, porque ela já não vive como uma pobre pessoa cega que habita na escuridão total.

Do Programa da Radio Israelense 103FM, 08/01/15

A Limpeza Diária No Coração

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que é tão importante celebrar Pessach (Páscoa Judaica) e observar suas condições?

Resposta: Este feriado judaico não é para comemorar um determinado dia na história. Pelo contrário, cada dia você tem que sentir como se saísse do Egito, tudo de novo.

Sair do exílio não é um evento antigo que nunca vai acontecer de novo. Todos os dias você tem que subir ainda mais acima de seu egoísmo e unir-se com outras pessoas através de laços de bondade.

O que nós celebramos em Pessach é o fato de que temos esta oportunidade. Nenhuma nação além de Israel tem a oportunidade de subir acima de seu egoísmo, para se unir e começar a sentir realmente como nós subimos acima da nossa natureza.

Pergunta: Então, os feriados são um tipo de lembrete?

Resposta: Os feriados são um programa com o qual temos que trabalhar dia após dia. Tudo depende de qual nível a pessoa se encontra. Nós estamos sempre em movimento, através de estados interiores especiais chamados Pessach, Sucot, Shavuot, Tu Bishvat,  dia 9 de Av, e assim por diante.

Pergunta: Por que há uma tradição que é passada de uma geração para a outra de realizar a refeição festiva de Pessach, quando os pais dizem aos seus filhos sobre o êxodo da escravidão no Egito?

Resposta: É porque nós precisamos aprender – ensinar os outros – sobre a ordem de sair do Egito, ou a ordem em que nos elevamos acima do nosso egoísmo e nos unimos com os outros, alcançando finalmente a garantia mútua e a unidade em torno do Monte Sinai (a montanha de ódio mútuo). O pai tem que ensinar seu filho a maneira certa de se unir com os outros.

Tanto pai quanto filho (meu estado ontem e meu estado hoje) estão dentro de mim todos os dias. Tudo acontece dentro da pessoa e no interior da nação.

Pergunta: O que você diria a uma pessoa moderna que não vê qualquer outra coisa neste mundo que não seja ela mesma e seu telefone celular? Como você lhe diria sobre a conexão entre as pessoas, sobre os diferentes tipos de relacionamentos? Que tipo de nova vida você pode prometer-lhe?

Resposta: A harmonia universal, a conexão entre as pessoas, é semelhante a um time de futebol perfeitamente coordenado, ou até mesmo a máfia, que estão ligados por laços estreitos. Esta conexão sempre faz a pessoa se sentir confiante, feliz, lhe dá um bom senso de unidade e de inclusão mútua nos desejos dos outros. Ela pode chegar a uma unidade de tal magnitude que desde dentro ela vai saber tudo o que os outros sabem.

Como todos nós estamos dentro de um sistema, o conhecimento e as sensações do mundo inteiro podem fluir entre nós, sem qualquer limitação. Os cientistas estão revelando que o nosso cérebro é um modem conectando-nos ao repositório comum de informação que está no ar.

Pergunta: Por que as crianças de hoje não são tão felizes?

Resposta: Porque elas atingiram um nível de egoísmo que não podem encontrar satisfação. No passado, se uma família tinha um quarto para morar, isso era suficiente para que eles fossem felizes. Mas hoje cada pessoa precisa de um apartamento separado e um carro para dar uma volta sozinha. Nós estamos sempre nos isolando e cada pessoa se encerra dentro de si.

Ninguém se sente feliz, e a razão para isso é o nosso isolamento. A felicidade só pode ser sentida quando você sente como  a energia, a força, e o calor fluem dentro da nossa conexão com o outro.

A solidão é a escravidão egípcia e vale a pena sair dela.

Do Programa da Radio Israelense 103FM, 15/03/15