O Midrash, “Beshalach“: Embora o mar ainda não tivesse se separado, os filhos de Israel continuaram a se mover mais fundo em direção às poderosas ondas. A água já os atingia até o pescoço.

Moisés estendeu a mão em direção a ondas rolando e comandando o mar, “Em nome do Criador, abra caminho!” Mas o mar não obedeceu.

O mar não queria mudar seus limites, que foram estabelecidos durante os seis dias da Criação. O Criador ordenou a Moisés para levantar sua equipe e ameaçar o mar, da mesma forma como o anfitrião levanta seu bastão no servo rebelde. No entanto, as ondas não recuaram, e continuaram a se levantar.

Então, a Shechiná (o fenômeno do Criador) compareceu perante o mar e ele se partiu. “Por que agora, mar, você foi?”, perguntou Moisés ao mar. A resposta veio: “Eu me retiro apenas para o próprio Rei do Mundo!”.

Mesmo em países distantes o barulho do mar sendo rompido foi ouvido. Neste ponto, não só o Yam Suf (Mar Final) se separou, mas a água de lagos e poços em todos os países se separou, inclusive a água em jarros se separou!

Assim, um milagre surgiu no mundo inteiro! A água em todo o mundo voltou ao seu estado natural somente após a água do Yam Suf (a água do Mar Final) voltar a sua posição habitual.

O movimento de pessoas ocorre na propriedade geral de Bina, e todas as partes de Bina, onde quer que estejam, têm inseridas as propriedades de Bina nas propriedades de Malchut. E se as pessoas atingem a doação, Bina começa a trabalhar em todos os níveis, como numa reação em cadeia. Por isso, é dito, “as águas de lagos e poços foram separadas em todos os países, e até mesmo a água num jarro se separou”.

Pergunta: Por que o mar não obedeceu ao comando de Moisés?

Resposta: Para sair do egoísmo, isso só pode ser realizado com a ajuda da Luz superior sob a influência de GAR de Bina e da enorme Luz Hochma, ou seja, as propriedades chamadas de “o Criador”.

Todos os esforços devem ser realizados a fim de fazer isso, mas o fato é que ninguém, exceto Nachshon, possuía uma oportunidade como essa: nem Moisés nem Aarão sabiam, nem mesmo os sacerdotes sabiam sobre a propriedade de “Nachshon”.

Normalmente, uma pessoa não tem propriedades que possam alguma vez tomar a frente, como um grupo de atletas que correm até a chegada, onde um líder irrompe à frente. Mas este grupo tem que se reunir para a linha de chegada, e se eles não correm juntos, nem o primeiro nem o último atinge a linha de chegada.

A principal coisa é que todo o grupo se una em relação à meta sagrada. A pessoa que conduz o grupo tem que definir o tom, visto que corre na frente, mas a cada vez o líder muda. Com isso, nenhuma das propriedades características de qualquer pessoa se perde, mas sim elas devem ocorrer pelo menos por um momento, enquanto a pessoa está sendo conduzida, e enquanto está conduzindo toda a humanidade.

Digamos que toda a humanidade seja um círculo. Eu estou neste círculo com minha propriedade inerente. Enquanto eu estou nessa propriedade eu devo estar uma vez na frente de todos e uma vez atrás de todos. Cada um faz o mesmo. A verdadeira propriedade de cada um é necessariamente manifestada duas vezes: conduzindo toda a humanidade e sendo conduzido por toda a humanidade.

Pergunta: O conceito de “conduzir a humanidade” está claro. Porém, por que se deve ser guiado por toda a humanidade?

Resposta: Não pode haver um sem o outro, porque só dessa forma a verdadeira propriedade de uma pessoa se manifesta. Todas as outras propriedades são misturadas em conjunto. E a qualidade particular de uma pessoa deve se manifestar apenas como Keter e Malchut.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 30/04/14

Categoria: Torá, Trabalho Espiritual |