A Torá É Um Guia Para O Amor

Dr. Michael LaitmanA Torá já existe há milhares de anos e nós devemos entender o que ela representa. Basicamente, há um meio em nosso mundo através do qual é possível atingir o objetivo da criação. Mas qual é o objetivo da criação? Venham, vamos esclarecer isso.

Na minha frente está o universo, as estrelas, o sol e a lua. Sob os meus pés está a Terra, e nela toda a natureza inanimada, vegetal e animal, e os seres humanos. Tudo isso existe. Por que existe? De onde vem isso? O que é isso? Com que finalidade isso existe?

A Torá explica tudo isso para mim. Ela é projetada para me informar por que e para que eu vivo, as razões da minha existência e qual o resultado, para onde estou indo. Em suma, a Torá pode me ensinar tudo sem deixar qualquer espaço ou local vazio.

Portanto, como alguém adquire esse conhecimento? Como alguém penetra esta vasta e maravilhosa sabedoria que se encontra acima da nossa realidade e se estende até os mundos espirituais?

É possível alcançar isso por meio de regras gerais definidas que me parecem muito longe da natureza e suas leis, como a física, química, biologia, zoologia, e outros campos da ciência natural. Em vez de me trazerem fatos científicos, eles dizem: “E amarás o teu amigo como a ti mesmo”.

Isso não está claro para mim. Dê-me fórmulas precisas! O amor é uma ideia simplista. Ninguém sabe o que fazer com ele; cada um puxa-o para si mesmo em tudo o que gosta, e o “rola” de um lado para o outro. Em última análise, nós não damos qualquer seriedade, estabilidade ou poder real a essa característica.

No entanto, se uma pessoa sofre, as coisas se tornam sérias; isso nós compreendemos. Considerando que o amor carece de força aos nossos olhos, ele carece de clareza; ele não está na base da fundação do mundo. Portanto, é muito difícil para nós internalizar o conceito chamado a “grande regra geral da Torá”. Nós não podemos nos relacionar seriamente com ele.

Mas, na realidade, uma abordagem que se move através do amor possui maior peso e não pode ser destruída. Esta é uma “regra de ferro” a partir da qual é impossível desviar-se; ela nos obriga a passar por todas as restrições, todas as ameaças, por tudo, para que possamos atingir o conceito de “E amarás o teu amigo como a ti mesmo”. Especificamente ao se alcançar a característica do amor, nós exploramos todo o mundo, o compreendemos e atingimos toda a realidade.

Assim, o amor verdadeiro é diferente do que nós imaginamos para nós mesmos; nós ainda temos um problema com isso quando nos relacionamos com este conceito com a maior seriedade e começamos a compreendê-lo.

Uma vez, muitos anos atrás, eu estava presente no funeral de um jovem casal que foi morto num acidente logo antes de seu casamento. Ao recitar o Kadish, o rabino chefe da cidade, uma pessoa que compreendia a sabedoria da Cabalá, disse com lágrimas nos olhos que o que nos falta é o amor, que só graças a isso nós podemos corrigir todos os crimes e defeitos.

Eu não o entendi na época, e pensava que, provavelmente, esta é a forma como se costuma dizer um elogio. Só muito mais tarde, depois de ter estudado há algum tempo, eu entendi o que ele quis dizer. No entanto, todas as outras pessoas se relacionaram com suas palavras como eu no início, apesar de haver muitas pessoas espiritualizadas lá…

Da 5ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/05/14, Escritos de Baal HaSulam