A História Da Humanidade: O Desenvolvimento Da Garantia Mútua (Arvut) – Parte 2

Laitman_049_03As Raízes do Arvut

Os seres humanos têm uma tendência a criar uma sociedade unida, como uma família. Nós todos viemos de uma pequena tribo/família que apareceu no curso da evolução e que de forma aleatória se desenvolveu egoisticamente ao ponto em que as pessoas deixaram de sentir que pertenciam a uma mesma família.

A primeira vez que a sensação de afastamento apareceu foi a cerca de 3500 anos atrás na antiga Babilônia (Mesopotâmia); pessoas se sentiam inicialmente como uma família, mas depois subitamente pararam de ver o outro como parente. Elas eram como uma família, uma nação, falando uma linguagem, compreendo e sentindo uma a outra, mas num curto espaço de tempo começaram a sentir uma rejeição mútua que apareceu entre elas. Seu desejo de construir uma “torre que alcançasse o céu” simbolizou seu ego aumentado.

Elas revelaram o desejo de governar a natureza em vez de adorar de ídolos, árvores e as forças da natureza. Antes elas sentiam como se fossem parte da natureza, mas, de repente, houve um forte desejo de ter controle sobre ela. As pessoas já não se sentiam como uma família, cada pessoa sentia: eu, tu, ele, ela, eles, nós, e os estranhos. Esta separação se transformou em ódio mútuo chamado “idiomas misturados”, e, como resultado disso, elas pararam de se entender. É por isso que o homem de repente parou de entender o seu vizinho e tinha o desejo de usar os outros para seu próprio benefício.

Depois, um dos sacerdotes, uma figura pública e professor chamado Abraão ponderou sobre isso, “O que está acontecendo com as pessoas e com toda a sociedade?” Ele percebeu que este era um período de transição, que uma nova etapa do desenvolvimento humano estava emergindo. Antigamente, as pessoas existiam dentro da natureza, contidas em seu sistema geral. Elas se sentiam como parte integral dos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza.

Mas, de repente, já não se sentiam como parte da natureza, uma parte do sistema global, integral. As pessoas se sentiam isoladas e se percebiam como existindo separadamente do resto.

Elas não queriam mais estar conectadas. Cada pessoa começou a se sentir-se como oposto à natureza e não estava disposta a observar a sua lei de interconexão universal.

No entanto, para que a humanidade exista em equilíbrio e harmonia com tudo o que nos rodeia, esta lei deve ser observada. Se quebramos esta condição obrigatória, caímos em lutas, guerras e destruição; a natureza nos parece mais cruel.

Então Abraão começou a procurar respostas, “O que podemos fazer? Nós temos que nos reconectar. Como podemos manter essa conexão? Como podemos permanecer como uma família, uma nação, uma pequena civilização?” E Abraão disse: “Nós não devemos concordar com o que está acontecendo. Vamos permanecer como uma família, apesar das mudanças dentro de nós”.

Em seguida, ele explicou às pessoas que a crescente inclinação ao mal era uma nova força da natureza. Durante a nossa evolução, na medida em que nos desenvolvemos como uma sociedade humana, nós nos separamos dos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza. Mas o nível humano começa a partir do ponto da revelação do egoísmo, os desejos de se elevar sobre a natureza.

Mas, por outro lado, Abraão compreendeu e explicou que o ego crescente é útil, porque ao subir sobre ele, mantendo a conexão original com os outros, eles criam uma conexão nova, mais forte com a natureza. Para que essa unidade seja bem sucedida, a “garantia mútua” (Arvut) é necessária. Se criarmos uma rejeição mútua, mas decidirmos “agir contra o egoísmo que nos separa”, vamos nos unir acima dele, criar um “guarda-chuva” (tela, Masach), elevar-se sobre este “guarda-chuva”, e construir nossas interações, a sociedade e a vida sobre ela. Desta forma, vamos construir a correta “torre para o céu” em vez de uma egoísta, e vamos subir sobre o nosso ego cresce a cada momento.

Ao realizar esta ascensão, vamos continuar a estudar o nosso ego crescente, nossa inclinação ao mal, e aprender a superar isso juntos. Além disso, desta forma vamos conhecer a própria natureza, sua força geral. Vamos entender por que ela cultiva e desenvolve a humanidade de tal forma que é diferente de suas outras partes onde a força da separação e do ódio não vão crescer.

Assim, Abraão descobriu que há um programa especial dentro da natureza que injeta a inclinação ao mal em nós, manifestando-se como rejeição mútua para que nos conectemos acima dela e atinjamos o plano da natureza. Então, vamos adquirir uma mente, nos tornar sábios como a própria natureza, e receberemos a força que criou a matéria, que a move sob um caminho certo, rumo a um determinado objetivo.