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O Feriado Que Não Notamos

Dr. Michael LaitmanTorá, “Levítico”, 23:03: [Por] seis dias realize os seus trabalhos, mas o sétimo dia é dia de descanso e de reunião sagrada. Não realizem trabalho algum; onde quer que morarem, será Shabat dedicado ao Senhor

No mundo material, o sábado vem no final de cada semana. Por isso, psicologicamente falando, nós temos o hábito de não tomá-lo como um estado espiritual.

Na verdade, é a mais poderosa ferramenta para o desenvolvimento. No sétimo dia, Malchut recebe tudo o que foi feito em seis dias, e, se eu não cumprir com os termos do Shabat, não vou subir ou alcançar novos níveis espirituais que já se caracterizam como feriados.

O sábado é como uma volta no trabalho espiritual, e, depois, há outra volta, e mais outra. Depois de certo número de voltas, eu chego a um estágio festivo no qual é impossível ir sem o Shabat.

Portanto, no mundo espiritual, o sábado é o maior feriado. Depois de investir no trabalho, na força sobre o egoísmo, eu chego a um ponto em que todos os estados são realizados em mim e dão frutos.

Neste estado, eu não tenho que fazer nada, mas permitir que a Luz Superior me reforme.

Digamos que eu produzo repetidamente esforços para trabalhar dentro dos chamados seis dias (seis graus), que são Hesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod. Ao juntar seis esforços consecutivamente definidos e claramente desenhados, a sétima força vem de cima, porque eu não era capaz de fazer isso sozinho. Só ela pode fazer a maior Luz, que vem e me muda.

No mundo espiritual, se eu não cumprir essa condição, não vou ser capaz de formar todos os outros estados.

No mundo material, isso pode ser representado na forma de uma pessoa que sempre aspira a algo, e, em algum momento, chega à realização. Em outras palavras, os chamados seis dias podem levar vários anos.

Em essência, toda a vida da humanidade é de sete dias, desde Adão, que primeiro alcançou o sistema de correção espiritual, até a pessoa mais recente na qual o sistema chegará ao fim depois de sete mil anos, onde cada dia é mil anos.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 28/05/14

Controlar A Realidade Durante A Nossa Vida

Laitman_709Pergunta: Se o mundo é do jeito que eu o percebo em meus atributos, o que vai acontecer com ele quando eu morrer?

Resposta: Nós temos que tentar mudar a realidade antes de morrer. Quando uma pessoa morre, ela é libertada da percepção da realidade em seus sentidos físicos.

Se ela não adquiriu o sentimento de outra realidade até então e não começou a percebê-la de acordo com seu livre arbítrio, ela não tem outra realidade. Por isso, ela tem que voltar a este mundo, ao mesmo estado, e recebe outra chance de alcançar o controle de sua realidade durante sua vida.

De acordo com a sabedoria da Cabalá, se uma pessoa transcende a percepção da realidade dentro de si mesma e tenta estar dentro dos outros, ela começa a ver o mundo através deles, e a imagem que ela vê é chamada de mundo superior. É porque ela vê nos sentidos de doação e não de recepção, através dos olhos do amor, não do ódio.

Comece a subir acima do seu corpo de acordo com a condição do “ama teu amigo como a ti mesmo” e você vai ver uma realidade que é externa a você. Não é o mesmo mundo que você percebe dentro de você com seus cinco sentidos corporais: visão, audição, olfato, paladar e tato. Você sobe acima deles e sente a realidade que é externa a você como ela realmente é, em sua verdadeira forma.

Até então você percebe cada objeto dentro de você da forma como ele é representado por seus sentimentos e emoções, mas se você sobe acima de si mesmo, você transcende os limites do seu corpo e percebe tudo do jeito que é. Isso significa que você sente o mundo espiritual superior.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM 08/02/15

Como Um Feixe De Juncos — Correções Através Das Eras, Parte 4

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 3: Correção Através das Eras

A Evolução do Método de Correção

A Grande Queda, e as Sementes da Redenção

O exílio após a ruína do Segundo Templo derivou do ódio infundado, mas também serviu a um propósito duplo. O primeiro foi que o exílio foi um incentivo para desenvolver mais o método de correção. Uma vez que a Torá de Moisés não era mais suficiente para manter o nível espiritual da nação, era hora de adaptar o método a atual condição do povo – estar em exílio, e ser mais egoísta que durante o tempo de Moisés. O segundo propósito do exílio foi que Israel se misturasse com outras nações, para espalhar o “gene espiritual” pelo mundo, e assim permitir a correção da humanidade inteira, como Abraão pretendia inicialmente.

Por volta da ruína do Segundo Templo, dois corpos seminais foram compostos. Um foi a Mishná, e o outro foi O Livro do Zohar. O primeiro, juntamente com a Bíblia, tornou-se praticamente a base de toda a sabedoria judaica desse dia em diante. O último, por outro lado, foi ocultado pouco depois de ser escrito, e permaneceu escondido por mais de mil anos, até surgir nas mãos de Rabi Moshé de Leon.

Os autores da Mishná, da Gemará e do resto dos escritos de nossos sábios forneceram ao povo exilado de Israel a orientação tanto nos níveis espirituais como físicos. Embora os escritos narrem estados espirituais, eles podem também ser prontamente percebidos como mandamentos físicos.

Como as leis que os nossos sábios instruíram se originaram de leis espirituais, elas eram aplicáveis à vida física, tal como Israel as havia aplicado antes da ruína do Templo. Desta maneira, os judeus mantiveram certo nível de conexão com o nível espiritual do passado, mas sem o próprio alcance da fonte e origem das leis.

O Rabino Menahem Nahum de Chernobyl escreveu com respeito à desconexão de Israel do nível espiritual e a perda da realização do Criador. “A razão do exílio é a ruína do Templo em geral e em particular. Israel se [tornou] tão corrompido que causou a expulsão da Shechiná [Divindade] do Templo geral. Este Templo particular [pessoal] está dentro de seus corações… e através da partida do Templo [Divindade] particular… [eles] abandonaram o Templo geral e o exílio chegou”. [i]

No mesmo espírito, Jonathan Ben Natan Netah Eibshitz escreveu, “No Primeiro Templo, a Divindade não se moveu do Templo porque o exílio foi durante um curto período. Mas na segunda ruína, que é durante um período prolongado de tempo, a Shechiná [Divindade] partiu por completo”. [ii]

Enquanto a maioria dos judeus se concentrou em manter uma conexão com a espiritualidade no nível instruído a eles pelos sábios da Mishná e Gemará, sempre houve alguns poucos excepcionais que simplesmente não conseguiam permanecer com a observação cega de mandamentos. As questões que conduziram Abraão a descobrir o Criador ardiam dentro deles; seus pontos no coração não haviam sido saciados, e eles foram conduzidos ao mais profundo de todos os estudos, a sabedoria da Cabalá.

[i] Rabbi Menahem Nahum of Chernobyl, Maor Eynaim [Luz dos Olhos], Beresheet [Gênesis].

[ii] Jonathan ben Natan Netah Eibshitz, Yaarot Devash [Favos de Mel], Parte 1, Tratado no. 13 (cont.)