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A Engenharia Social É Mais Importante Do Que A Proteção Do Ar

Laitman_025_02Nas Notícias (de SvobodnayPressa): Eu vi um programa sobre como a humanidade mudou drasticamente nos anos 60, na medida em que a tecnologia avançada forçou muitos países a desenvolver computadores, a fim de gerir o estado.

Com a crescente riqueza, esses estados concentraram sua energia em treinamento que levou ao crescimento de uma sociedade de consumo de massa que manteve a crescente prosperidade econômica. Assim, os países desenvolvidos começaram a produzir mais do que era realmente necessário e, por fim, encontraram uma crise de excesso de produção e tempo de lazer: havia uma necessidade em manter as pessoas ocupadas de alguma forma.

A União Soviética entrou em colapso, uma vez que não conseguiu lidar com a necessidade das pessoas de se desenvolver e mantê-las ocupadas. O Ocidente encontrou a resposta na forma de entretenimento e lazer (turismo de massa, redes sociais, etc.) visto que uma pessoa deve ser mantida ocupada por diferentes experiências e impressões que se alternam muito rapidamente.

As ideias do escritor francês Jules Verne sobre tecnologia avançada não se tornaram realidade: em vez de assentamentos em Marte e energia livre, o homem recebeu Coca-Cola diet e Internet. A tecnologia tem se desenvolvido numa nova direção, na direção das relações sociais. Não só não chegamos à Marte, mas talvez nós nunca chegaremos à Lua…

O Ocidente aprendeu a importância da gestão da sociedade. A tecnologia da informática e o entretenimento foram integrados em tecnologias de gestão social. Tecnologias sociais permitiram que as pessoas estabelecessem suas personalidades em diferentes meios científicos. Nem o Pentágono, nem o Vale do Silício são os que destruíram a URSS, mas sim os Beatles que apresentaram uma imagem atraente do Ocidente e forçaram os jovens na URSS a odiar seu país.

Meu Comentário: A ideia é verdadeira, mas ainda não é totalmente compreendida e percebida: em vez de buscar novas tecnologias, a fim de mudar o homem e sua sociedade, a tecnologia da correção do homem pela Luz Superior surgirá. A humanidade já está sentindo seu caminho, tentando ver onde pode colocar o pé, a fim de avançar corretamente…

A Divisão Do Povo De Israel

Dr. Michael LaitmanO Sumo Sacerdote é o ponto mais alto, a maior intenção com a qual uma pessoa se comunica com o Criador. Em nosso mundo, ele era escolhido pela grande assembleia.

A divisão hierárquica do povo de Israel começou no tempo de Moisés. Depois que ele recebeu a Torá e levou o povo ao deserto, seu sogro Jetro ensinou-lhe como organizar corretamente a hierarquia do povo.

Antes disso, as pessoas sempre estavam num círculo, reunidas em torno do Monte Sinai e sentindo que eram iguais. No Êxodo do Egito, elas precisaram trabalhar nas três linhas, integrando corretamente seus desejos egoístas, organizados de acordo com uma hierarquia com a intenção altruísta que tinha que ser circular. Isso aconteceu porque apesar de estar dirigida ao Criador, ela era derivada do centro do círculo. Como é possível integrar essas duas coisas? Para isso, Jetro deu a Moisés um método para lidar corretamente com as pessoas.

As pessoas devem ansiar em se tornar redondas em sua intenção, mas não na sua obediência mútua com movimentos em direção ao Criador. A igualdade pode ser apenas na intenção, porque desde o início os desejos não são nossos. Eles são dados a cada um de nós desde Cima.

Jetro sugeriu dividir as pessoas em dezenas, centenas, milhares, e assim por diante. Cada uma das doze tribos foi para seu acampamento. Foram proibidos todos os tipos de unificações e conexões entre elas. Por exemplo, não era permitido se casar com outras pessoas de outra tribo. Cada tribo tinha que se manter, mas, ao mesmo tempo, elas tinham que avançar juntas.

A combinação correta entre os indivíduos e uma única unidade foi revelada através da escolha de ministros para dezenas, centenas e milhares, enquanto o Sumo Sacerdote era escolhido da tribo de Levi, que era composta somente de levitas e sacerdotes (Cohanim).

Desta forma Jetro estabeleceu e organizou o trabalho hierárquico com o ego, porque ele tinha sido um agente do Faraó. No entanto, como ele conhecia precisamente todo o sistema do Faraó, ele podia ser um intermediário entre o Faraó e Moisés.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 21/05/14

Venham Depressa Para A Terra Prometida

Dr. Michael LaitmanPergunta: Onde nós estamos hoje? O povo de Israel deixou o Egito, recebeu a Torá no Monte Sinai, entendeu que tinha algum tipo de tarefa, uma missão, e depois? Que tipo de tarefa foi colocada diante de nós hoje?

Resposta: Nossa verdadeira tarefa hoje é desenvolver o povo de Israel na terra de Israel, de modo que eles saibam o que devem fazer para se sustentar e continuar a existir.

Quando o nosso povo garantir a sua existência, eles deverão explicar por que existem, por qual propósito superior. Só se realizarmos este propósito superior e ansiarmos em levar toda a humanidade à adesão com o Criador é que merecemos estar conectados com Ele.

Este conhecimento deve chegar ao povo, e nós vamos atrair a Luz que deve nos iluminar quando vamos nos depararmos com isso através do nosso desejo de se conectar e servir de exemplo ao mundo inteiro. No entanto, se não nos conectarmos, essa mesma Luz vai nos iluminar por sua parte de trás.

Se não estamos prontos para abordar esta Luz, ela vai ser revelada em nós de uma maneira oposta, e, como resultado, vamos experimentar desgraças, como guerras, desastres e outro holocausto como o que passamos há 70 anos.

Nós vemos no dia a dia como a situação do mundo está se desenvolvendo e se tornando pior. Todo mundo está começando a falar sobre o antissemitismo como se fosse um fenômeno normal. Ninguém tem mais vergonha, e ninguém o considera ruim. Inglaterra, Escandinávia e Espanha, basicamente todos eles, são reconhecidos como sendo abertamente antissemitas, como se isso fosse autoevidente.

Na verdade, eles estão certos, afinal de contas, nós não temos transmitido o método de correção ao mundo. Nós não temos realizado a nossa obrigação.

Comentário: O problema é que nem todo mundo acredita que esta é realmente a nossa obrigação, a nossa função.

Resposta: É necessário ouvir o que os sábios, os Cabalistas, dizem. Não temos outra escolha. Nós nunca iremos alcançar a verdade, enquanto não tivermos corrigido a nós mesmos e não alcançarmos a revelação. Portanto, não podemos sentar e esperar até que a verdade se torne conhecida de nós. Ela nunca será conhecida de nós, se não avançarmos em direção a ela.

Nós acolhemos todos neste mundo à conexão e unidade simples. Nós não somos obrigados a esperar até os céus se abrirem e vermos o mundo espiritual. Sente-se num círculo com outros e em 20 a 30 minutos você vai ver como você começa a sentir este poder superior. No centro deste círculo, no centro da nossa conexão, nós sentimos a origem de uma força única.

Isso é possível e deve ser feito de forma rápida entre todos os filhos de Israel! O problema é que não é à toa que esse povo é chamado de “dura cerviz”. Apesar de tudo isso, você não deve se desespere, pois o povo de Israel em relação a todo o mundo é como os Cohanim e levitas entre o povo de Israel.

Embora ainda não estejamos prontos para ser Cohanim e levitas, o povo de Israel que almeja ser Yashar El (direto ao Criador), seremos obrigados a isso, visto que o mundo vai exigir isso de nós.

No momento em que começarmos a perceber seriamente essa tarefa em conjunto, e no momento em que começarmos a realizar essa unificação do povo de Israel, o mundo inteiro vai sossegar. Todo mundo vai olhar para nós e dizer: “Veja o que eles estão fazendo! Vamos esperar. Eles iniciaram algo especial”.

As nações do mundo vão sentir isso, porque dentro delas estão as raízes da quebra devido ao pecado de Adão HaRishon com a árvore do conhecimento, e se Israel começar a corrigir esse pecado, as nações do mundo vão sentir isso, “Oh! Eles estão fazendo essa correção! Nós nem sabíamos que era possível corrigir isso e chegar mais perto, enquanto que os judeus estão fazendo isso!”

As nações do mundo irão imediatamente mudar a sua atitude em relação a nós. Nós começaremos a correção e ela será imediatamente conhecida pelo mundo inteiro. Nós nem sequer precisamos anunciar isso. Não muito tempo atrás, eu publiquei um grande artigo no maior jornal americano, The New York Times, e depois disso, no jornal inglês The Telegraph e no jornal italiano Corriere Della Sera. No entanto, no futuro, não haverá necessidade de anunciar nada. As próprias nações do mundo vão escrever sobre isso, porque elas mesmas vão sentir isso.

No entanto, se não as levarmos a tal correção e não realizarmos a nossa missão, o antissemitismo, que estamos testemunhando agora, vai continuar a crescer. Então, venham. Vamos atravessar o deserto rapidamente e chegar à terra de Israel.

De KabTV “Os Capítulos da Torá com Shmuel Vilozni” 02/02/15

Família: Uma Massa De Concessões Mútuas

Laitman_095Pergunta: Se nós quisermos falar com o público em geral sobre o tema da família, por onde é preferível começar a conversa na aula introdutória?

Resposta: É preferível começar a conversa com uma explicação sobre a natureza dos homens e a natureza das mulheres, pois isso proporciona certo fundamento. Mas vale a pena abrir a explicação sobre a sua natureza à distância. Este é um assunto muito sério.

Primeiro de tudo, é preciso explicar que uma família não é construída no amor, mas no respeito mútuo, no complemento mútuo, na amizade e ajuda mútua, no anseio de compreender o outro, e a principal e mais importante coisa na qual a família é construída é a concessão mútua.

A verdadeira conexão entre um homem e uma mulher é construída na concessão mútua. De forma alguma nós vamos corrigir o parceiro; nós não tentamos falar sobre seus defeitos; pelo contrário, nós o aceitamos como ele é, e tentamos nos tornar alguém que o complementa.

Uma pessoa é uma entidade egoísta direcionada ao benefício pessoal dentro de si mesma. Quando alguém está ao lado dela e ela não pode explorá-lo em todos os momentos para o seu próprio benefício, é como se ela acumulasse cargas elétricas e, assim, centelhas começassem a “voar” entre eles, pois o outro é também um egoísta.

Será que nós podemos existir juntos em paz numa situação como esta? Por um período particular, quando o amor nos deslumbra, nós estamos cheios de felicidade e prontos para qualquer coisa. No entanto, quando isso passa e o véu do amor cai de nossos olhos, eu percebo que estou vivendo ao lado de um egoísta como eu, embora pensasse que tudo seria para mim e para o meu bem, e que as coisas seriam boas e agradáveis com a minha outra metade. No entanto, de repente, tudo é o oposto. Por isso, é necessário organizar tudo de maneira diferente, e não sob a influência da insanidade do amor que nos entorpece, mas com a sanidade do conhecimento.

Como nós podemos coexistir pacificamente? Então, gradualmente, nós levamos as pessoas a começar a discutir a relação complicada entre elas de forma neutra, discutindo apenas como fisiologia.

Elas não devem olhar para uma família em particular, mas geralmente esclarecer o que é uma família, o que é um ser humano, e isso as levará para longe de si mesmas, as levará para fora, uma vez que se houver um problema como este com todas, elas estão falando de um problema geral. Elas reduzem a tensão interna entre si e vão para a filosofia, onde falam de maneira geral e descobrem a natureza de um homem e uma mulher.

Elas são semelhantes em alguns aspectos e diferentes em outros. Elas são semelhantes na medida em que ambas são egoístas, e elas são diferentes em que o ego é expresso de um modo diferente em cada uma delas de acordo com cada um dos seus sistemas hormonais e psicológicos.

Depois disso, nós podemos ir ao próximo problema, o problema do casamento. O casamento é uma aliança; é uma aliança complementar: eu preciso dela e ela precisa de mim.

Quando nós entendermos isso, será claro para nós que a essência da nossa natureza é a recepção: eu sempre quero receber do parceiro. É assim que começamos a ensinar às pessoas os fundamentos da sabedoria da Cabalá.

Não há nenhuma provocação aqui! Eu quero roupas limpas, que o jantar esteja pronto, uma habitação arrumada. E o meu parceiro quer ver um homem na casa, um marido e um pai com tudo o que está envolvido nisso. É possível satisfazer as exigências do parceiro? Será que queremos fazer isso?

Visto que em geral nós dois estamos trabalhando, temos filhos, obrigações particulares depois do trabalho (banco, fazer compras, etc.), será que é objetivamente possível exigir do nosso parceiro o cumprimento de todas as nossas demandas?

Se nós vemos a lista de exigências mútuas, entendemos que, de fato, nunca nos conhecíamos. Eu não entendia o que ela queria de mim; afinal de contas, isso não é da minha natureza. Ela nunca me disse nada; em vez disso, esperava que eu achasse isso por mim mesmo.

É assim que mostramos às pessoas que o problema numa família é que somos egoístas: cada um de nós se senta e aguarda que o outro o satisfaço, mesmo quando ele não diz nada sobre isso. Assim, ele está constantemente ferido com antecipação de quando seu parceiro vai finalmente entende-lo.

Esta forma está completamente errada. Não vamos começar a nos aproximar de acordo com a lista de exigências: eu concedo – ela concede; eu faço algo por ela – ela faz algo por mim. Mesmo que vejamos as listas de cada um, não podemos nos prender a elas.

Vamos fazer isso de forma mais simples: nós começamos a conceder e a agradar um ao outro, nos transformamos em amigos que se ajudam mutuamente. Eu penso no que fazer por ela, ela pensa no que fazer por mim; nós começamos a jogar um jogo chamado “o método das concessões mútuas”. Este é um jogo, mas nós entramos nele. Cada um pensa em como dar ao parceiro o que ele agora gostaria de obter de mim.

Se nós nos comunicamos num formato como esse, começamos a educar e a internalizar dentro de nós esse hábito de conexão mútua, e, como resultado disso, algo chamado “amor mútuo” é criado entre nós. Este não é o mesmo amor onde nos beijamos à luz das estrelas, mas o amor que aparece numa base de concessões mútuas. Nós o construímos em nós mesmos e, depois, criamos algo compartilhado, não “ele” e “ela”, mas uma coisa chamada “família” ou “casal”.

A questão principal aqui é mostrar ao parceiro que mesmo que eu esteja fervendo de raiva e discordância com ele, eu faço um esforço para me voltar a ele calmamente, como se nada tivesse acontecido.

As concessões são realizadas subindo-se sobre o meu ego. Eu não escondo isso de forma a ensinar o outro, a dar-lhe um exemplo. E se um dos parceiros não está pronto para subir sobre si mesmo, o outro deve ajudá-lo.

A pessoa deve se transformar em alguém que inclui dentro de si pelo menos duas imagens. Uma imagem é que no presente momento eu estou odiando a minha outra metade. No entanto, por outro lado, apesar disso, eu me identifico com ela de forma correta, boa, suave, e, assim, ela vê que eu estou subindo sobre mim mesmo.

Nós temos que jogar com isso. Não temos outra opção para salvar a família. O ego tem crescido. Se não agora, então em mais alguns anos as pessoas não serão capazes de viver uma com a outra. Elas devem entrar nesta imagem e experimentá-la de modo que uma impressão disso vai permanecer nelas.

Depois disso nós lhes damos a lição de casa: até amanhã não digam uma palavra ruim ao outro, mas sim sorriam e obtenham prazer com a subida interior e a luta consigo mesmo.

Depois de tudo, todos obtêm prazer, primeiro por subjugar a si mesmos; e, segundo, com isso eles se conectam com outras pessoas, que lhes dão prazer adicional que eles não experimentaram antes. Em outras palavras, eles têm um componente espiritual aqui.

A família é uma massa que é criada seguindo as concessões mútuas, e como resultado, elas produzem uma conexão que é chamada de “amor”. O amor é criado somente quando entendemos como depende de nós completar um ao outro e tentar fazer isso.

O que significa “E amarás o teu amigo como a ti mesmo”? Eu tomo seus desejos e tento satisfazê-los. Ela toma os meus desejos e tenta me satisfazer.

Mas nós não falar com eles sobre isso; em vez disso, nós simplesmente os trazemos às concessões mútuas, às ações de acordo com a sabedoria da Cabalá no âmbito da família.

Aos poucos, a nossa antiga natureza desaparece em algum lugar lá dentro e sobre ela é construída uma camada de um novo relacionamento mútuo, que se torna a nossa realização comum, a posse, um tesouro da família. Depois disso, a partir dele o amor nasce. Isso é chamado de amor verdadeiro: “E amarás o teu amigo como a ti mesmo”.

De uma Palestra sobre a “Família” 28/05/14

Seiscentos Mil Amantes Leais

Baal HaSulam, “O Arvut (Garantia Mútua)”: Com essa responsabilidade coletiva, cada membro da nação se tornou livre das preocupações com as necessidades do seu próprio corpo, e pôde observar a Mitzva, “Ama ao próximo como a ti mesmo”, em toda a sua extensão, e dar tudo que tinha a cada membro necessitado, pois não se preocupava mais com a existência do seu próprio corpo, já que sabia que agora havia seiscentos mil amantes leais, prontos a lhe prover subsistência”.

Eu vou ter sucesso na obtenção da garantia mútua com a condição de que vou sentir segurança pessoal. Essa segurança vem do ambiente que me mostra que está preocupado comigo, tanto que neutraliza em mim qualquer necessidade de pensar em garantir minha existência. Portanto, eu dependo do ambiente. A principal coisa é encontrar um ambiente que me influencie com o poder da garantia mútua, pois através disso, eles neutralizam meu ego e me forçam a esquecer de mim mesmo e amar os outros.

Isto significa que tudo se encontra nas mãos da sociedade que pode me transformar num amante de todo o povo, só se eu quiser isso. É possível pegar a pessoa mais cruel e incontrolável, e se todos nós a cercarmos com garantia mútua, ela será forçada a alcançar o amor ao próximo.

Uma pessoa depende cem por cento do ambiente. Mas o seu trabalho é obrigar o ambiente a influenciá-la com a ajuda do poder da garantia mútua. Na medida em que ela faz isso, conforme ela se torna sensível a receber o poder da garantia mútua dos outros, dessa forma ela atinge o amor ao próximo.

Six Hundred Thousand Loyal Lovers

Mas este é um círculo fechado. Mesmo o melhor ambiente não vai ser capaz de transmitir o poder da garantia mútua a uma pessoa, se ela não tiver sensibilidade. Nós reconhecemos em nós mesmos o quanto somos insensíveis às influências externas. Na infância, nossos pais se esforçavam em nos influenciar, mas nós os desanimávamos. Portanto, por seu lado, a pessoa deve influenciar a sociedade, e na medida em que faz isso, ela se torna cada vez mais sensível à influência da sociedade.

A influência deve ser mútua. Não podemos tomar pessoas comuns e cercá-las com o poder da nossa garantia mútua, porque elas se tornarão ainda mais egoístas. Nós temos que educá-las para que elas entendam que isso só funciona assim: eu em relação à sociedade, e a sociedade em relação a mim. Mas se o grupo me influencia e me traz o poder da garantia mútua, ele me muda e me direciona ao amor ao próximo.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/05/14, Escritos de Baal HaSulam

Como Um Feixe De Juncos — Uma Nação Nasce, Parte 3

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 1: Uma Nação Nasce

O Nascimento do Povo de Israel

UNIDADE — E CONSEQUENTEMENTE, IGUALDADE

Hoje, nossa única esperança é nos unirmos, porque a unidade, como veremos abaixo, é a direção da força que conduz toda a vida. Nosso desafio, desta forma, é aprender como nos unirmos. É possível e é plausível, mas num tempo de crises, isso exigirá reconhecer a força da vida e gerar um esforço mútuo para cooperar e colaborar para que possamos viver pelas prescrições desta lei.

Deve ser notado, contudo, que unidade não exige paridade ou semelhança. Em vez disso, ela exige disparidade, sobre a qual nos unirmos. Hoje, por exemplo, há muitas denominações dentro da religião judaica, bem como judeus não afiliados. Unidade judaica significaria que sem mudar nossos costumes, sem convergir para uma única denominação, nos uniríamos e aprenderíamos a valorizar, e, por fim, nos preocuparmos verdadeiramente uns com os outros.

Isso pode parecer impossível, considere uma família com várias crianças. Numa família normativa, cada criança tem sua personalidade única. Mais frequentemente que o contrário, essas personalidades colidem, como nossas memórias das nossas brigas de infância com nossos parentes testemunham. Frequentemente pensamos de nossos irmãos e irmãs em tais termos como, “Se ele/ela não fosse meu irmão/irmã, nunca estaria perto dele/dela”. Mas, precisamente esse fato de que estamos juntos com nosso parente muito diferente prova que quando há amor, podemos nos unir acima das diferenças.

É precisamente o que precisamos fazer: unir-nos acima de nossas diferenças. Desse modo, sentiremos de forma intensa tanto a nossa diversidade, frequentemente qualidades opostas, como a unidade que cavalga acima delas. Quando isso acontecer, seremos capazes de usar nossas diferenças para o melhor, pois cada um de nós contribui com perspectivas, ideias e modos de ação que ninguém mais consegue, formando assim um todo mais forte. Tal como nossos corpos precisam de diferentes órgãos para nos manter saudáveis, nós precisamos permanecer diferentes e nos unir acima das diferenças por uma meta comum de realizar o papel do povo judeu: levar a luz da unidade às nações.

Depois da partida de Abraão da Babilônia, regressando ao nosso tópico anterior, a cidade continuou a cultivar a despreocupação egocêntrica. E embora não haja nada de errado com prazer e diversão, quando é absolutamente egocêntrico, por fim é autodestrutivo. O verdadeiro propósito da vida, Abraão descobriu, é nos tornarmos semelhantes à força singular da vida, experimentar a unicidade com todos. Nossos sábios chamam a essa unidade e unicidade de Dvekut [adesão], e o que pretendem eles dizer com essa palavra e que, no final, nós devemos adquirir as qualidades do Criador e nos tornarmos similares ou até iguais a Ele.

Para citar as palavras de Rabi Meir Ben Gabai, “Sobre a parte da Dvekut [adesão] com as forças do Grande Nome e Suas qualidades, você apega-se ao Senhor seu Deus, pois Ele é Seu nome, e Seu nome é Ele, pois você está relacionado e é semelhante a Ele, e Dvekut com Ele é a verdadeira vida”. [i] Do mesmo modo, o Sagrado Shlah escreveu em Toldot Adam [As Gerações do Homem], “Nossos sábios disseram (Sotah 14a), ‘E vós que vos apegais ao Senhor’, apegai-vos a Suas qualidades, e então ele é chamado Adão [homem], como em, adamé la Elyon [Eu serei como o mais alto]”. [ii]

No século XX, Baal HaSulam elaborou extensamente sobre o termo “Dvekut”, o definindo como “equivalência de forma”, ou seja, adquirir a “forma” (qualidades) do Criador. Na sua “Introdução ao Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, ele escreveu, “Assim, [a alma] será digna de receber toda a abundância e prazer incluídos no Pensamento da Criação, e também estará em completa Dvekut (adesão) com Ele, em equivalência de forma”. [iii]

Na “Introdução ao O Livro do Zohar”, Baal HaSulam acrescenta, “Assim, uma pessoa compra a completa adesão com Ele, pois adesão espiritual é a equivalência de forma, como nossos sábios disseram, ‘Como é possível se apegar a Ele? Em vez disso, apegai-vos a Suas qualidades’”. [iv]

Em tempo, como mencionado acima, o grupo de Abraão tornou-se uma nação, e a necessidade de um novo método de unidade surgiu. Os ensinamentos de Abraão mantiveram-se enquanto todos em Israel podiam ser ensinados. Porém, quando o povo de Israel saiu do Egito, eles atingiram o número de 600.000 homens e cerca de três milhões de pessoas ao todo. Era impossível ensinar a todos da mesma maneira que se aprende de um professor.

A solução foi encontrada na base do Monte Sinai. Lá, nesse ponto crucial da história do nosso povo, o princípio mais fundamental da nossa Torá foi dado, e é dado ainda hoje, a cada dia e a cada momento. Esse princípio, como Rabi Akiva o colocou, é “Ama teu próximo como a ti mesmo”.

Na base do Monte Sinai, explica o grande acadêmico e intérprete RASHI, nós recebemos a Torá, as leis pelas quais temos que nos unir, porque lá concordamos em fazer isso com todo o coração. Nas suas palavras, “E Israel acampou lá: como um homem com um coração”. [v] Desse momento em diante, a unidade tem sido o principal bem do povo Judeu, o meio pelo qual alcançamos o Criador, adquirimos Suas qualidades, e obtemos Dvekut, equivalência de forma (qualidades) com Ele.

O Midrash Tanah De Bei Eliyahu escreve, “O Senhor disse a eles, a Israel: ‘Meus filhos, careci Eu de algo que vos deva pedir? E que vos posso pedir? Somente que vos amais uns aos outros, vos respeitais uns aos outros, e vos temais uns aos outros, e não haverá transgressão, roubo, e feiura entre vós’”. [vi]

Em tempo, a unidade tornou-se tão crucial que substituiu qualquer outro mandamento em termos de sua importância. Ela tornou-se a única chave para a redenção e salvação espiritual de Israel de seus inimigos. O Midrash Tanhumá escreve, “Se uma pessoa pega um feixe de juncos, ela não consegue quebra-los de uma só vez. Mas se ela pega um de cada vez, até uma criança os quebra. Da mesma forma, Israel não será redimidos até que todos sejam um só feixe”. [vii]

No mesmo espírito, Masechet Derech Eretz Zutá escreve, “Assim, Rabi Eleazar ha-Kappar diria, ‘Amai a paz, e desprezai a divisão. Grande é a paz, pois até quando Israel pratica idolatria, e há paz entre eles, o Criador diz, ‘Eu não lhes desejo tocar [magoar]’, como está escrito (Hosea, 4:17), ‘Efraim está junto aos ídolos, deixai-o sozinho’. Se há divisão entre eles, o que se diz sobre eles (Hos, 10:2)? ‘Seu coração está dividido, agora eles carregarão sua culpa’”. [viii]

Todavia, por tudo o que foi dito sobre a importância da unidade, quando olhamos ao nosso redor é evidente que a maioria das pessoas nem deseja se unir, nem encontra qualquer benefício na unidade, certamente não com seus próximos, como o princípio dita. Para compreender como tal princípio se tornou tão supremo para a existência de nosso povo, e agora para o mundo inteiro, nós precisamos examinar a evolução da realidade de um ponto de vista diferente daquele que a ciência frequentemente toma. Nós precisamos olhar para a realidade como uma evolução de desejos. Quando nós virmos a realidade como tal, a razão por trás da proeminência do desejo de se unir, e a consequente aquisição da qualidade do Criador, se tornarão claras como cristal. Desta forma, a evolução dos desejos será o tópico do próximo capítulo.

[i] Rabbi Meir Ben Gabai, Avodat HaKodesh [O Trabalho Sagrado], Parte 2, Capítulo 16.

[ii] Rabbi Isaiah HaLevi Horowitz (O Shlah Sagrado), Toldot Adam [As Gerações do Homem], “A Casa de David”, 7.

[iii] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “Introdução ao Prefácio da Sabedoria da Cabalá” (Instituto de Pesquisa Ashlag, Israel, 2009), 155.

[iv] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar” (Instituto de Pesquisa Ashlag, Israel, 2009), 432.

[v] Rabbi Shlomo Ben Yitzhak (RASHI), The RASHI Interpretação sobre a Torá, “Sobre o Êxodo”, 19:2.

[vi] Midrash Tanah De Bei Eliyahu Rabah, Capítulo 28.

[vii] Midrash Tanhuma, Nitzavim, Capítulo 1

[viii] Ithak Eliyahu Landau, Rabbi Shmuel Landau, Masechet Derech Eretz Zutah, Capítulo 9, itens 28-29 (Vilna: Printer: Rabbi Hillel, 1872), 57-58.