Se eu não penso na recompensa que receberei pela minha ação, mas apenas me preocupo com o benefício dos outros, é doação. É uma ação especial que não existe em nosso mundo e não nos é familiar.

Nós pensamos que uma mãe que cuida de seu bebê é um exemplo de doação em nosso mundo: ela não pensa em si mesma e faz tudo o que é necessário.

Mas a mãe age por seu instinto natural e aqui não há subida acima da natureza. Ela simplesmente sente que seu bebê é mais precioso para ela do que ela mesma. Ela não o vê como um corpo estranho, mas, na verdade, sente que está dentro dela como antes dele nascer.

Mas nós estamos estabelecendo uma conexão especial entre nós que nos une num sistema integral e nos transforma de modo que vamos ser capazes de agir a fim de doar. Assim, nossas ações são divididas numa intenção e na ação real. A intenção é altruísta, o que significa para o benefício dos outros, e ela determina a ação.

Se a intenção não é para o benefício dos outros, mas para o meu próprio benefício, mesmo que você doe aos outros, você espera algo em troca: pelo menos estar num bom humor, ter autoestima ou receber elogios. Se eu não posso calcular as coisas só para doar aos outros, estas ações são chamadas de transgressão e quebra da Mitzva (mandamento), já que eu uso uma intenção egoísta.

É de acordo com tais sinais que eu posso verificar se a minha intenção é limpa e se é realmente para o benefício dos outros ou não. Afinal de contas, eu posso estar agindo para o bem dos outros, mas esperando receber algo para mim também. Estas são as contas que determinam o meu lugar na escada espiritual ao longo da correção espiritual. Assim, se a minha ação é para o bem dos outros, sem qualquer benefício próprio, como se eu não existisse, a minha ação é mais sublime no sentido espiritual.

Por isso, eu deveria restringir totalmente meu ego antes de cada ação, de modo a não esperar qualquer recompensa para mim, como se eu não existisse. Baal HaSulam diz que nós simplesmente temos que ser um tubo, um canal que transmite tudo por ele, e que passa tudo adiante. Assim, nós construímos a nós mesmos, restringindo nosso ego.

Mas após a restrição, eu já posso planejar o que posso fazer para o benefício dos outros, em prol da doação. Se eu puder chegar a um plano desse tipo com a ajuda da Luz que Reforma, isso significa que eu construo a cabeça do Partzuf espiritual. Com esta cabeça eu já posso usar o meu desejo de receber ao ascender acima dele.

Embora o ego queira tudo só para seu próprio benefício, eu atuo acima dele com a intenção apenas para o benefício dos outros, sem qualquer consideração por meu próprio benefício. Esta ação é chamada de receber a fim de doar, o que é um trabalho espiritual.

A capacidade de realizar um trabalho espiritual só vem a partir da Luz que Reforma. Esta é a razão que muito poucas pessoas neste mundo podem entender e cumprir este trabalho, e, de fato, não há necessidade de muitas pessoas assim.

Nosso grupo nunca será grande. A maioria das pessoas simplesmente irá passar por isso: elas vêm e vão. Por isso vamos continuar a nos consolidar como um grupo que leva a humanidade ao longo do caminho certo da nossa evolução. Nossa força está na qualidade e não na quantidade.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/07/14, Shamati # 60

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